Guia da Semana

Fotos: Wikipedia


Disputado em mais de 120 nações, o primo britânico do futebol ainda é pouco conhecido no Brasil. Apesar disso, o sucesso e repercussão do rúgbi rodam o mundo - com popularidade em países do Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Por isso, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou no começo de outubro a volta do esporte como modalidade no programa olímpico dos jogos de 2016, no Rio de Janeiro - este que estava fora desde 1928.

Semelhante ao futebol americano, a bola é oval e o jogador precisa carregá-la nas mãos. Com ginga e velocidade, o atleta tem por objetivo driblar o adversário com o corpo, passar somente para trás e correr em direção a linha de fundo do oponente. "O rúgbi é uma modalidade super coletiva onde as individualidades não são tão valorizadas. Isso faz com que ela seja muito utilizada dentro das escolas da comunidade britânica e de toda Europa como esporte obrigatório a partir dos oito anos de idade", enfatiza Aluísio Dutra, presidente da Associação Brasileira de Rugby .

Origem

Embora tenha um começo incerto, os rumores indicam que o criador do rúgbi foi o estudante londrino William Webb Ellis, na Rubgy School, em 1823. Irritado com a monotonia do futebol, ele pegou a bola nos braços e correu pelo campo. Seus colegas, furiosos, tentaram agarrá-lo. No país, o introdutor do esporte foi o mesmo que trouxe o futebol, o inglês Charles Miller, em 1895. Apesar disso, foram necessários 30 anos para começar a ser jogado regularmente, no São Paulo Athletic Club (SPAC).

Fotos: divulgação/ Marco Maia


O rúgbi convencional, ou union, é disputado por duas equipes de 15 jogadores, em uma partida de dois tempos de quarenta minutos contínuos - com o relógio parando somente para atendimento médico. As posições, funções e características físicas dos atletas são diferentes. Os forwards são geralmente mais pesados e fortes e os backs são mais leves e velozes. Como muitos países ainda não possuem campeonatos profissionais e seleções fortes para a disputa Olímpica, a variante escolhida foi o Rugby Sevens, praticada com apenas sete jogadores em cada time, em dois tempos de sete minutos.

Para participar, basta usar shorts, camiseta e chuteira - esta mais pesada e com travas maiores do que a do futebol. Diferente do futebol americano, os atletas não precisam de proteção. As únicas permitidas são feitas com espumas e finas, como capacetes para proteção das orelhas e ombreiras. Além disso, recomenda-se o uso de protetor bucal para os dentes.

Já para as crianças, o contato físico é liberado somente a partir dos 12 anos. Até lá, os menores não podem usar chuteiras e nem praticar algumas formações coletivas. "Nos esportes convencionais, o garoto mais gordinho fica de fora da maioria dos eventos. No rúgbi não só ele, mas todos têm espaço, com uma distribuição muito mais democrática dos atletas, sem deixar de fora nenhum perfil físico", afirma o presidente.

Fotos: divulgação/ Rafael Silva


Esporte amador

No país, o esporte se destacou nos anos 80 com muitos clubes aderindo à prática. Porém ainda não saiu do nível amador e atualmente vem crescendo bastante nas universidades e faculdades. Ao todo, são seis mil praticantes em 16 estados, concentrados principalmente na região sul e sudeste. Entre as competições, o campeonato brasileiro de 1ª divisão é o expoente máximo, agregando oito clubes que disputam o torneio, com destaque para o São José Rugby Clube e o Bandeirantes Rugby Club.

Engana-se quem pensa que o esporte é um privilégio masculino. No Brasil, o rúgbi feminino tem um destaque maior. No início de 2009, foram elas que representaram os países da América do Sul na primeira competição mundial de Seven, batendo equipes onde a modalidade tem mais tradição, como Argentina e Venezuela. "Toda pratica de contato tem esse dedo de pré-conceito em relação às meninas. Mas a maneira de se jogar fica adequada ao biótipo feminino, assim como vemos no futebol. De um determinado aspecto é até mais bonito de se ver", ressalta Aluísio Dutra.

Fique por dentro dos principais termos do rubgy

In goal: área do campo que corresponde à área de touchdown do futebol americano.


Try:
é o gol do rugby. Para o jogador marcar um, ele precisa apoiar a bola no in-goal (entre as traves) do oponente - 5 pontos.


Try Penal:
marca-se um try penal entre os postes se, através de jogo sujo do oponente, um jogador que provavelmente teria marcado um try é impedido de fazê-lo - 5 pontos.

Goal: marca-se um goal chutando a bola sobre o travessão e entre os postes de goal dos seus oponentes, desde o campo de jogo, mediante um chute colocado ou um drop kick.


Conversão:
após um try marcado (ou try penal), a sua equipe tem o direito de tentar obter dois pontos extras, executando um chute goal. Esse pontapé pode ser efetuado mediante um chute colocado ou um drop kick - 2 pontos.


Penalidade:
o atleta marca uma penalidade convertendo um goal de um pontapé penalidade - 3 pontos.


Drop
Goal:
o jogador marca um drop goal convertendo um goal de um drop kick no jogo aberto. A equipe qual se concedeu um free kick não pode marcar um drop enquanto a bola não se torne morta, ou após um oponente a tenha jogado, tocado ou tackleado o portador da bola - 3 pontos.


Tackle:
é feitoagarrando o jogador adversário que está portando a bola e jogando no chão para que se possa fazer a tentativa de tomada de posse da oval através do ruck.


Ruck:
Quando um jogador é tacleado ele solta a bola e é formado um ruck podendo mais jogadores também serem adicionados; eles se empurram para tentar fazer a bola ficar do lado do time, os jogadores dentro do ruck não podem usar as mãos para empurrar a bola.


Atualizado em 26 Set 2011.