Guia da Semana

Foto: Gabriel Oliveira


Nos últimos 15 dias a cidade de São Paulo foi sede de dois eventos populares, que apesar de não terem relação alguma quanto a sua organização, tem um laço muito próximo quanto à segregação e ao preconceito.

Considero a realização de eventos de segmentos da sociedade em via pública, como a "Marcha para Jesus" e a "Parada Gay", uma prova da falta de respeito por parte dos integrantes para com o restante da sociedade. Até simpatizo com os seguidores de Jesus e com os defensores dos direitos dos homossexuais, porém não creio que eventos como esses, de forma compulsória, seje o caminho para uma convivência harmoniosa.

Não são só esses casos, há anos atrás, qualquer coisa que acontecia na cidade terminava em confusão na Av. Paulista, greves, manifestações do MST, vitória de clube de futebol, entre outros.

Fiquei contente em saber que o prefeito, se reeleito, pretende mudar o local da realização da "Marcha para Jesus" para o Autódromo, isso mostra a preocupação em manter a cidade funcionando mesmo que isso ocasione perda de popularidade entre os fiéis.

No caso da Parada Gay, os números divulgados são realmente assustadores, acho que no ano que vem toda a cidade será gay, lésbica ou simpatizante. Basta fazer as contas: em 2007 foram 3 milhões de pessoas, em 2008 foram 5 milhões, um acréscimo de 66%, sendo assim, em 2009 serão quase 9 milhões! Imagino que as informações devam estar equivocadas e o número seja bem menor.

Fui homofóbico até o término da adolescência, creio que essa intolerância foi causada pela forma que os veículos de comunicação estereotipam os homossexuais, fazendo com que não consigamos compreender as reais necessidades e anseios dessa parcela da população. Até ter amigos gays assumidos, eu também acreditava nessa imagem mal feita que é vendida em todo lugar.

Se eu fosse um adolescente em formação de idéias e visitasse a parada gay, teria uma impressão completamente equivocada, o que geraria repulsa e até mesmo discriminação. Há muito tempo o evento deixou de lutar pelo reconhecimento dos direitos da classe, transformando-se mais em um show comercial do que ser um instrumento de conscientização.

Ficou comprovado através dos incidentes ocorridos nesta última parada, que não há possibilidade real de prover segurança e ordem a um evento dessa proporção, quando realizado na rua, soluções em locais como o Sambódromo, parques, ou até mesmo o Autódromo devem ser estudadas.

De proibida, parada gay passou a ser permitida, vou embora antes de ser obrigatória!

Isso sem falar no trânsito gerado por esses eventos. Assim como todo brasileiro que dá palpite na seleção, eu, como paulistano, também tenho meus palpites para resolver o trânsito caótico na cidade:

1. Distribuição de guinchos em pontos estratégicos para rápida remoção de veículos quebrados. Para não gerar problemas de manutenção dos equipamentos, sugiro locá-los.

2. Utilização de biombos pelas equipes de resgate, assim quando um acidente acontece não é gerada uma legião de curiosos a fim de espiar a desgraça alheia.

3. Adoção de faróis com indicativos de tempo de abertura nas vias principais, assim como os de Florianópolis. Isso evitaria que cruzamentos fossem fechados.

4. Revisão dos pontos de ônibus em vias secundárias. Muitos estão próximos às esquinas, gerando caos devido ao tamanho dos veículos.

5. Apreensão de veículos em situação irregular para compactação em no máximo 3 meses. Segundo as estatísticas, 30% da frota está irregular, ou seja, cerca de 2 milhões de veículos, boa parte deles não voltarão às ruas. O maior problema do infrator é que ele além de não pagar os impostos, geralmente, não respeita nenhuma lei de trânsito, inclusive o rodízio municipal.

6. Mais vagões e linha de metrô. Essa todo mundo sabe.

7. IPVA progressivo conforme idade do carro, quanto mais velho, maior a alíquota. Incentivando o munícipe a trocar de carro, fazendo com que ocorram menos panes.

8. Desconto no IPVA ou outro tipo de benefício para o proprietário de veículo que utilizar o sistema de transporte coletivo. Atualmente não há incentivo nenhum. 9. Contratar consultorias de trânsito que venham de outras cidades como Tókio, Nova Iorque ou Índia para troca de experiências.

10. Organizar um transporte coletivo voltado para a classe média, como em Porto Alegre. A falta de conforto faz com que ela não utilize o sistema público.


Quem é o colunista: Alguém que acha que o Estado existe por causa do cidadão e não o contrário. Um eterno inconformado com a falta de mobilização da população e do poder público diante dos problemas.
O que faz: Consultor de marketing e blogueiro (http://insightpublicidade.wordpress.com)
Pecado gastronômico: São tantos... Feijoada, Temaki de camarão empanado, Pastel de feira e muitos outros.
Melhor lugar do mundo: Minha casa, quando a Vai-Vai deixa... Mas fora dela gosto muito da praia do Bonete - Ilhabela
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Atualizado em 6 Set 2011.