Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal


Passeio no Rio é, para mim, como fazer programa de turista. Eu não conheço realmente a cidade em que vivo. As belezas naturais se limitam a praia, Floresta da Tijuca, Paineiras, Urca e montanhas que vejo da janela do meu carro. Felizmente, num belo sábado de sol tive o privilégio de conhecer a vista mais bonita da minha cidade, no Mirante Dona Marta, depois de suar um bocadinho numa trilha de verdade dentro da mata e conhecer a realidade que muitos cariocas conhecem de longe: uma favela.

O programa da manhã (que atravessou a tarde) começou com o nosso guia Thiago Firmino, amigo pessoal meu e figurinha conhecidíssima dentro e fora do morro, contando um pouco da história da favela. Agora, o morro Santa Marta não é mais dominado pelo tráfico, mas a infra-estrutura ainda está melhorando aos poucos por lá. Com um elevador que leva do pé ao topo do morro, começamos nossa jornada. Esse elevador, aliás, salvou-me de dores musculares maiores, já que a trilha que me esperava era abusada demais para uma reles sedentária.

No tour dentro da favela, Thiago mostra a laje do Michael Jackson, a casa que Madonna entrou, as locações de novelas, a casa modificada pelo programa Caldeirão do Huck, algumas construções em madeira que serão demolidas e substituídas por casas com estruturas mais fortes. Naturalmente, as perguntas do grupo vão surgindo e a caminhada vira uma conversa entre amigos, com um pitaco ou outro sobre sociedade, comunidade e política. Vamos passando por diferentes lugares e conhecendo um pouco mais da realidade local em cada história ou cada conversa com pessoas que param para falar com o nosso guia.

O Mirante Dona Marta

A caminhada para o mirante é íngreme. São cerca de 40 minutos bem tranquilos para quem não está acostumado a fazer trilhas. Não é uma escalada, definitivamente, mas usamos corda em poucos trechos para facilitar a subida e a descida. É arriscado fazer o trajeto sem guia. Depois de muitos passos, a recompensa: uma das mais belas vistas da cidade. Fotos e fotos depois, descemos. Um lanche caprichado com sucos, sanduíches, bolo e frutas nos aguardava na cobertura da aconchegante casa do Thiago.

Resumo: valeu muito. Não só pela vista, mas pela energia de todas as pessoas que lá encontrei. As casas ficam abertas, todo mundo se cumprimenta. É outra realidade (e outro tempo) para quem está acostumado à frieza da nossa correria pós-moderna de cidade grande. Quem tiver fôlego no bolso, pode ainda desfrutar de um passeio panorâmico de helicóptero por R$ 150,00 no Mirante. Sem lanche, mas também com muita emoção. Outra boa dica é fazer um sacolão ali na Rua São Clemente no pé da favela na volta pra casa. Frutas frescas a preços justos.

Quem quiser saber mais sobre o tour, é só procurar no orkut que lá possui mais informações.

Quem é a colunista: Marcela Sayão Prior.

O que faz: É jornalista. Nas horas vagas, é cantora ou fotógrafa.

Pecado Gastronômico: Massa, profiteroles, refrigerante Mineirinho e outras delícias...

Melhor lugar do mundo: Não há lugar como a casa da gente. Eu sou "minha casa". O melhor lugar do mundo é minha consciência... comigo... em qualquer lugar.

O que está escutando no iPod, mp3, carro: Samba e soul.

Fale com ela: marcelasapri@gmail.com ou acesse seu blog

Atualizado em 6 Set 2011.