Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal


Um ótimo passeio para fazer num dia ensolarado e ir até Montmartre. Foi o que fizemos em um dia lindo e frio em Paris quando estivemos por lá em fevereiro.

Estávamos parando no Marais e resolvemos ir a pé. Passamos pela Praça da República, fizemos um pequeno desvio para passar no Canal San Martin, que é sempre um passeio gostoso de fazer. No verão, aos domingos, eles montam uma feira de antiguidades nas margens.

Utilizamos a empresa Canauxrama que possui várias opções de passeio. A sugestão é uma muito legal de fazer que é pelo próprio Canal San Martin. Passamos pelas várias eclusas e o trajeto é de Paris-Arsenal até o Parque de la Villette ou o inverso. É um passeio diferente e romântico.

Seguimos até o Boulevar de Clichy, que já fica bem pertinho da subida de Montmartre. Só que seguimos um conselho de um amigo, de não subir nas escadarias do lado do teleférico, onde a grande maioria dos turistas sobe. Escolhemos caminhos alternativos, começando na Praça de San Pierre e subimos pela Rua Paul Albert.

Onde estávamos praticamente sozinhos..

Eu sempre tive vontade de explorar melhor Montmartre, que foi um antigo reduto artístico e boêmio de Paris. Mas sempre com pouco tempo, eu já tinha caminhado pela praça dos artistas que fica um pouco acima da Sacre-Coeur. Nesse dia de inverno ensolarado, era a minha oportunidade de explorar melhor a vizinhança!

Descemos um pouco até a rua Saint Vicent e nos deparamos com a famosa vinha de Montmartre, onde a prefeitura produz vinho e, durante a colheita, em outubro, eles promovem uma festa onde vendem a garrafa por 40 euros. Eu não cheguei a provar o vinho, mas se você estiver em Paris nesta época, é uma boa pedida.

Descendo mais um pouco, descobri a Maison Rose, onde morou o artista Maurice Utrillo, contemporâneo de Picasso. Bem do outro lado da rua, está o Lapin Agile, famoso cabaret que foi muito frequentado por Picasso e Modigliani. Fiquei só imaginando todas as discussões e noitadas que tiveram lá e quase pude sentir uma energia diferente no ar.

Depois de muito procurar, finalmente conseguimos chegar a Praça Emile Goudeau, na Rua Ravignan, onde fica o célebre Bateau Lavoir, que foi moradia de vários artistas no início do século XX. É um lugar muito marcante pra mim que sou estudiosa da vida de Picasso. Foi aqui que ele pintou muitas das suas obras mais importantes, como as da fase azul e rosa e foi também no Bateau Lavoir que Picasso pintou a obra que rompeu de vez com a tradição do passado e abriu caminho para o cubismo. Foi a tela " Les Demoiselles d´Avignon " em 1907.

Já era quase 13h, quando bateu aquela fome e eu não conhecia nenhum restaurante bom em Montmartre. É claro que existem dezenas lá, mas eu não tinha nenhuma dica ou indicação. Caso você conheça algum restaurante ou bistrot por lá, por favor, me diga! Pois é uma falha não conhecer nenhum por estas paragens!

Acabamos almoçando no centenário Grand Colbert, um lugar clássico de Paris. O astral dele é ótimo, me lembra muito aqueles restaurantes antigos de Buenos Aires, onde os garçons não anotam os pedidos, guardam tudo na cabeça. Se você não conhece, não deixe de visitá-lo na sua visita a Paris. Caso você não saiba, esse restaurante aparece no filme Alguém tem que ceder, com Jack Nicholson, Diane Keaton e Keanu Reeves.

Au revoir!!!!

Quem é a colunista:Clarisse Zanetello Linhares.

O que faz: Professora de História da Arte.

Pecado Gastronômico: massa com molho vermelho.

Melhor lugar do mundo: Esta é muito difícil, olhem o blog e escolham!.

Fale com ela: Clarisselin@terra.com.br ou acesse seu blog Viajando com Arte.

Atualizado em 6 Set 2011.