Guia da Semana

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Aumentaram as exigências para autorizações de viagens de crianças

Final de ano chegando, hora de arrumar as malas. Destino acertado, passagens na mão e aquela vontade de aproveitar tudo quanto for possível. No entanto, pequenos detalhes podem fazer da grande viagem uma tremenda furada. Serviços inclusos, número de dias nos locais, tipos de hospedagem, formas de pagamento, documentação: são inúmeros os pormenores para se atentar na hora de formatar o tão esperado passeio. Pensar e seguir certas orientações ajudam a evitar os transtornos mais comuns.

Uma viagem para chamar de minha

Elaine Leite, diretora comercial da Adventure Turismo, acredita que o viajante deve partir de estilo de vida para escolher a viagem ideal e saber quais destinos e excursões se adequam ao seu gosto. "Principalmente no segmento de aventura, é grande o número de turistas que querem vivenciar certas experiências e não tem o perfil nem condicionamento físico, podendo estragar a diversão de todo um grupo", explica a operadora, que já perdeu a conta de quantas vezes viu senhores vestindo calças jeans em escaladas ou sapatos em longas caminhadas.

Donato Sassi, diretor comercial da Interpoint Turismo, concorda. "O resort proporciona golfe, cassino e praia. Será que o turista vai se satisfazer com isso ou seu estilo é mais conhecer lugares históricos? Tais perguntas são determinantes para viagem ser um sucesso" .

O mesmo vale para a escolha da alta ou baixa temporada. Mais do que uma questão de preço, a escolha influencia uma série de outras situações. "Na alta sempre teremos um movimento maior nos aeroportos, incluindo os infelizes atrasos nos embarques. No entanto, é garantia de mais gente, mais agito, enquanto na baixa, tranqüilidade e capacidade de desfrutar melhor os ambientes são as principais marcas", resume o operador.

Trajeto ponto a ponto

Comprar com agências sérias e registradas no Ministério do Turismo e detalhar na forma de contrato todos os serviços adquiridos é a dica de Adrian Serban, da Smartrip. "Trajeto, forma de traslado, diárias e ingressos, tudo deve estar num papel assinado. Além disso, evite recibos eletrônicos de prestação de serviço. Eles não provam nada em caso de transtorno", assegura o agente.

Já Eliane Leite reforça a necessidade de conferir se o nome do roteiro está de acordo com o pacote proposto para não cair em armadilhas como comprar um roteiro para os Lençóis Maranhenses com quatro dias em São Luiz e apenas dois em Barreirinhas, município próximo ao Parque a 200 km da capital. Checar o mesmo roteiro em várias operadoras para saber se o programa que cabe no bolso de fato vale a pena.

Papelada, escalas e burocracia

Pode parecer a coisa mais óbvia, mas é grande o número de pessoas que ficam presas nos aeroportos por não estarem com todos os documentos em dia. Validades de passaportes e vistos, vacinas e autorizações especiais: certifique-se de tudo para que o prazer de viajar não se transforme numa grande furada.

As autorizações estão mais rígidas para viagens com menores: se a criança estiver apenas com um dos pais é necessária a autorização do outro responsável para o embarque, e de ambos quando o pequeno viajar sozinho ou com amigos e parentes.

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O extravio da bagagem pode ser evitado: confira os códigos de despacho antes de embarcar

Confusões com bagagens são outra dor de cabeça. "O problema acontece no check in, quando funcionários confundem as siglas de aeroportos, errando o despacho" explica Eliane, citando um caso que aconteceu com ela própria. Ao voltar da África do Sul, sua mala, que deveria ir de Cape Town para São Paulo, quase parou em Joanesburgo. Outro caso foi a troca de siglas do aeroporto de Santiago, no Chile, pelo o de Sydney, na Austrália. A mala do passageiro em questão nunca mais voltou.

Horários de conexões, com intervalos de 6, 7, 8 horas e compra de passagem sem marcação de assento são outros desastres comuns. O detalhamento de todas as informações é a única forma de não sofrer nessas situações. Caso a espera for inevitável, tente não perder a atenção nem a paciência.

Acomodações, hábitos e segurança

O mesmo vale na hora de escolher onde ficar. "O brasileiro gosta de hospedagem boa, e no exterior isso é bem diferente. Os hotéis norte-americanos não incluem café da manhã, e quando o fazem é aquele chafé, torrada e bacon que a gente não come", destaca Eliane.

Já Donato Sassi, da Interpoint, aponta que casais mais jovens e antenados devem preferir hotéis design, menores e com atendimento focado, ao contrário das grandes redes tradicionais. Quem for encarar a Europa, deve estar atento ao estado de quartos e suítes. Lá, as unidades hoteleiras são mais antigas, muitas com cheiro de mofo e poucos banheiros disponíveis. É responsabilidade da agência avisar o que o hóspede irá encontrar.

Outra preocupação é o uso de valores e meios de pagamento. "Sem menor sombra de dúvida, o cartão de crédito internacional é melhor que travels checks", explica Sassi, lembrando também dos cartões de crédito pré-pagos, que funcionam com valor total fechado previamente depositado, evitando assim gastos excessivos e fora do orçamento.

No mais, é importante saber que qualquer cidade média e grande no mundo não difere muito das capitais brasileiras quando o assunto é segurança. Dinheiro em espécie deve ser usado para pequenas movimentações, compras e deslocamentos. Andar de janelas abertas em carros, exibir aparelhos eletro-eletrônicos e objetos de valor são comportamentos desnecessários. E não custa conferir as condições políticas e econômicas do lugar que decidiu aproveitar. "Quando o cliente compra uma viagem, ele adquire um sonho que necessariamente ele não sabe o que vai ocorrer. Atualmente, as agências estão mais preocupadas em vender do que oferecer condições satisfatórias ao viajante. Essa cultura precisar mudar, com o agente entregando o prometido e o viajante exigindo todas informações para não se frustar na hora tão aguardada" argumenta Adrian Serban.

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Voo de balão pela Capadócia, na Turquia, um programa imperdível para o ano que se aproxima

Surpresas e furadas para 2011

Consultores e agentes entrevistados dão suas dicas dos locais que vão fazer sucesso em 2011 e certos programas que podem ser evitados



Turquia: A procura pelo país que une Ocidente com Oriente cresce a cada dia. O voo de balão sobre a região da Capadócia e as casas de banho em Istambul são programas imperdíveis.

Chile: O país conseguiu se recuperar da gripe suína e dos estragos do terremoto, além de demonstrar eficiência no caso dos mineiros soterrados. O deserto do Atacama, a Patagônia chilena e o salar Torre Del Pane são os destaques.

Equador: Outro lugar em alta na América Latina. Viajar pelas Ilhas Galápagos proporciona a aventura científica vivida por Charles Darwin com o conforto oferecido em luxuosos barcos com serviço de bordo para até 20 pessoas.

Vinícolas argentinas e brasileiras no carnaval: No ano que vem, a festa de Momo acontecerá em março, mesmo período da vindima, a época da colheita das uvas - uma ótima oportunidade para visitar a hermana Mendoza, Garibaldi e demais cidades sulistas.

Madonna di Campiglio: estação de esqui no Norte da Itália. É a sede dos eventos de inverno promovidos pela Ferrari nas primeiras semanas de janeiro.

Bruges: Quem entrar na Europa por Amsterdã deve dar uma esticada nessa cidade belga, terra do melhor chocolate do planeta.

Serra do Jalapão: Localizado em Tocantis, é o destino de ecoturismo em alta entre aventureiros brasileiros e estrangeiros.



Ir a Buenos Aires sem aproveitar o entorno: A capital portenha é sensação entre brasileiros, mas não é necessário ficar sete noites exclusivamente em shows de tango. A uma hora e meia de barco está Montevidéu, capital uruguaia de forte cultura, e as belezas do balneário de Punta Del Este, programas imperdíveis e que não pesam no bolso.

Bariloche em junho e julho: Filas para jantar, para esquiar, para fazer qualquer coisa. A estância não tem infraestrutura para um grande volume de pessoas. Prefira os meses de agosto e setembro.

Piscinas de Pamukkale: Atração vendida nos roteiros para Turquia. Acesso demorado para subir uma pequena montanha com piscinas naturais que mais parecem enchidas por torneira e cheias de grupos de idosos europeus.

Pouco tempo para Machu Picchu: O eldorado peruano é deslumbrante, mas para aproveitar ao máximo o ideal é ficar mais um dia em Aguas calientes, cidade mais próxima, e conhecer o patrimônio de pedra quando o excesso de turistas vindo das excursões de um dia deixar a localidade.

Traslado coletivo ou transfer regular: Após a cansativa viagem de avião, o viajante ainda terá de se submeter a horas dentro de uma van e passar por seis, sete hotéis antes de chegar ao seu. Traslado privativo ou aluguel de carro são opções mais confortáveis.

Serviço:

AdventureClub Agência de Viagens
SAC: (11) 5573-4142

Interpoint Viagens e Turismo
SAC: (11) 3087-9400

Smartrips:
SAC (11) 3717-4467

Atualizado em 6 Set 2011.