Guia da Semana

Foto: SP Bikes


Uma maneira de se sentir em outro mundo, sem ir muito longe de São Paulo, é passar um dia ou um fim de semana em Paranapiacaba, uma vila inglesa encravada na serra do mar. O lugar foi erguido no meio do século 19, pelos ingleses que vieram construir a ferrovia Santos-Jundiaí e queriam um lugar mais fresco, que se parecesse mais com Londres. E para reforçar a semelhança, a estação da vila tem uma réplica do Big Bem, que dá o tom da arquitetura. As casas originais são todas de tijolinhos com um jardim em frente. No meio delas, destaca-se a casa do chefe da estação, no topo de uma colina que foi transformada em museu ferroviário e hoje é chamada de castelinho.

Nos anos 80, a vila era famosa entre fotógrafos iniciantes, que buscavam inspiração para o começo da carreira por ali. Na década seguinte, caiu também no gosto de ecoturistas em busca de uma aventura na mata. Nos últimos anos, Paranapiacaba descobriu sua vocação para o turismo tradicional. Hoje conta com uma ótima infra-estrutura de restaurantes e pousadas e até uma operadora de turismo de bicicleta, para atender quem quer conhecer os arredores pedalando.

O melhor disso tudo é que dá para chegar de trem até bem pertinho da cidade, em Rio Grande da Serra. A linha passa pelo Brás, Luz, São Caetano, Santo André, etc. Fácil e barato. Além de tudo, dá pra levar a bike no trem também, sem precisar desmontar. Depois é só ir pedalando. Oficialmente, a vila pertence ao município de Santo André e, caso você prefira ir de carro, o melhor acesso é pela Via Anchieta e a Rodovia Índio Tibiriçá, para depois pegar a rodovia SP122, que liga Ribeirão Pires ao município.

Trilhas

Existem dezenas de trilhas para se pedalar no local. Desde versões para iniciantes, tanto quanto para mountain-bikers profissionais. A região perto dos trilhos é relativamente plana e permite um passeio básico de 10 a 15 quilômetros, sem muito esforço, passando por asfalto e estradas de terra. Como prêmio, alguns riozinhos no meio do caminho. Mas calma, pontes também são encontradas. O rio é só para combater o calor.

Para quem tem mais fôlego, o objetivo passa a ser Taquarussu e as estradas de terra que vão para algumas fazendas da região. Todas elas com trilhas simples, velozes e técnicas, salpicadas com subidas fortes e um refresco em estrada de chão batido. A extensão varia de 15 a 50 quilômetros em cada passeio.

A ligação com Taquarussu é por estrada de terra - se você quiser evitar as trilhas mais técnicas, é possível, mas quanto às subidas, não tem muito jeito: a variação de altitude, entrando no meio da serra, chega a 150 metros. Há uma meia dúzia de subidas no caminho, mas nenhuma delas passa de um quilômetro. Para compensar, uma descida de dois quilômetros de extensão e uns cem metros de altitude. É para lavar a alma.

A recomendação geral para pegar trilhas no meio da mata é que se contrate um guia. A MTBtrip possui uma sede na vila e pode desenhar um roteiro para suas necessidades (e habilidades). Uma outra operadora que está sempre pedalando pela região é a SP Bikers, de Ribeirão Pires. Mesmo que seu caso seja somente um passeio pela vila no domingo, entre em contato com eles e peça dicas de locais para visitar.

Leia a coluna anterior de Márcelo Rudini:

? Almoço em Morretes com a consciência tranqüila



Quem é o colunista: Fotógrafo e editor do site Onde Pedalar.com

O que faz: Fotógrafo editorial.

Pecado gastronômico: Um só? Na Bahia, Biju; em São Paulo, pizza; em Curitiba, Strogonoff de nozes e, em Belo Horizonte, feijão.

Melhor lugar do mundo: Aquele que te faz se sentir bem, equilibrado.

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Atualizado em 6 Set 2011.