Guia da Semana



Nos últimos dois meses, o brasileiro se acostumou a ver notícias de mortes e doenças em cruzeiros. Essa série de incidentes, além de levar algumas vidas, abalou profundamente a confiança dos passageiros em relação à segurança nos navios. Afinal, cruzeiros são seguros? Eles podem ser responsabilizados pelas mortes? Ou tudo não passou de uma enorme sequência de fatalidades?

No levantamento oficial do período, foram constatados cinco falecimentos, por causas diversas: asfixia por aspiração de líquido, acidente vascular cerebral, meningite e hepatite autoimune. Segundo a Associação Brasileira dos Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), tratam-se de casos isolados, sem relação com os serviços dos navios. A entidade se embasa nas perícias oficiais e nas estatísticas da temporada anterior, quando não houve morte alguma, dentro de um universo de 400 mil passageiros. ( Veja todos os incidentes de navios da temporada.)

Dentro das normas
O caso mais grave registrado no período (ou de maior repercussão) ocorreu em um cruzeiro da MSC, quando um surto de gastrenterite atingiu 380 pessoas, sem fatalidades. Segundo o laudo oficial, a epidemia foi causada por ação de um Norovírus, de origem externa, sem relação com os serviços do transatlântico, como se suspeitava inicialmente. "É um tipo de virose transmitido de pessoa para pessoa, que não apresenta gravidade. Estamos satisfeitos por constatar que o problema foi rapidamente solucionado", ressalta o Roberto Fusaro, diretor Geral da MSC Cruzeiros na América do Sul.

Além da MSC, todas as empresas pesquisadas nesta matéria afirmaram estar de acordo com as normas médicas, de higiene e segurança da International Maritime Organization (IMO). "São as mesmas normas que vigoram em Cruzeiros nos EUA, que transportam mais de 14 milhões de passageiros por ano. Além disso, os Cruzeiros que vem ao Brasil estão submetidos às leis do País, sendo fiscalizados por diversos órgãos como a Anvisa e a Polícia Federal", afirma a Abremar, através de nota divulgada pela sua assessoria de imprensa.

Perigo externo
Observando o caso da estudante Isabella Bacarat, morta afogada no seu próprio vômito, durante um cruzeiro da MSC, o maior perigo parece ser o alto consumo de bebidas alcoólicas e, apesar de as empresas negarem, o consumo de drogas ilícitas dentro do navio. Nesse caso, a fiscalização acontece antes da entrada na embarcação, realizada pelas autoridades alfandegárias e policiais. Dentro do navio, as empresas garantem que a fiscalização ostensiva também existe.

"Essas são questões graves na sociedade atual, e não apenas no Brasil. A autoridade máxima em um navio é o seu comandante, a exemplo do que ocorre nos aviões. Informando de qualquer prática ilícita, ele se incumbe de encaminhar o responsável para as autoridades policiais", afirma a assessoria de imprensa da Abremar.

Saiba mais:

Estrutura médica da MSC

Nota oficial da MSC Cruzeiros se defendendo das acusações de falta de higiene

Atualizado em 6 Set 2011.