Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal

Perto de uma estação de metrô na cidade de São Paulo, há outra dimensão. Acredite ou não, é como se fosse um Triângulo das Bermudas ou, quem sabe, a 'estação 9 e meio' de Harry Potter. Algo impossível de existir em meio à realidade que lhe cerca.

Se não é viável, então é mágica? Mas cadê a lona do circo? Bom, seja o nome que for atribuído, tudo de surreal instalado naquele espaço é a exposição FILE 2009 (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica).

Muitas luzes contextualizam os movimentos dos humanos que se esbaldam na magia tecnológica com uma clara sensação de deslumbre em meio à variedade de invenções que se aglomeram.

Comecei o trajeto surreal na obra Presence, que envolve um telão e interação com quem passa. Confesso que não entendi nada - bolas coloridas refletindo no imenso pano branco e pessoas decifrando o mistério que dividiam comigo. A explicação teórica sobre a obra, provavelmente criada pelos seus próprios artistas, prometia muito mais compreensão que confusão.

Depois da primeira tentativa, espiei o Graffonic, onde algumas pessoas grafitavam digitalmente. Depois disso, já é difícil dizer ao certo se tudo aconteceu na ordem em que vou descrever agora, mas acredite: todas as palavras a seguir tratarão dessa realidade paralela.

Um guarda-chuva futurístico. Peça para o camelô que ele vai rir na sua cara. Mas na dimensão do FILE 2009, ele existe e se chama Climate Shifts. A instalação, pendurada no teto, põe o nome de cidades do mundo inteiro sobre um mapa de vida própria.
Outra coisa incrível é o TouchMe, um scanner humano. A proposta é séria e, o melhor de tudo, funciona! Gruda lá pra você ver.

Agora se quer rir a valer é passar pelo Skinstrument. A tradução do nome da obra significa "instrumento da pele". Você põe a mão em um semicírculo e seu amigo (a), no outro. Aperte o nariz dele - um som. Agora belisque o braço - outro som. Divertido?
Algumas máquinas ali parecem prender quem chega perto. Afinal, como não se sentir atraído pela Sensible, uma superfície sensível ao toque em que dá pra interagir com projeções virtuais? E que tal colocar a mão em um buraco e ver no telão uma gosma derretendo?

São muitos fios, luzes, intervenções, movimentos e até gritos para ativar ao máximo o que a criatividade de alguém trouxe à nossa realidade. E há muito mais do que estas palavras descrevem.

Até 20 de setembro, cogite gastar uma tarde passeando por esta dimensão. No Centro Cultural Fiesp, na Av. Paulista, 1313, São Paulo, SP. Informações pelos telefones (11) 3146-7405 e 3146-7406.


Quem é a colunista: um outro você.

O que faz: escreve, fotografa, dança, pratica yoga, pinta e se aventura.

Pecado gastronômico: chicken tikka masala, açaí e chocolate.

Melhor lugar do mundo: onde eu possa viver como se ninguém estivesse olhando.

Fale com ela: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.