Guia da Semana

As Ilhas Eólias são um arquipélago de origem vulcânica, localizadas ao norte da Sicília. Seu nome é atribuído ao deus do vento Aeolus. Na viagem que fiz com meu grupo, partimos de Milazzo, para uma visita às Ilhas. Como é um logo caminho de barco, escolhemos visitar cada destino e não ir direto à Stromboli, local muito interessante, que tem um vulcão em atividade constante (para quem quiser visitá-la, o melhor é pernoitar numa das ilhas e seguir viagem no dia seguinte. Ao todo, são seis horas de Milazzo até Stomboli).

Em um grupo de quase 30 pessoas, nos demos o direito de locar um barco particular, que nos dava o luxo de parar para mergulhar ou conhecer alguma região em especial. Nosso barco Principessa custou 50 euros por pessoa, para o dia inteiro.

O primeiro porto foi Lipari, a maior das Eólias, mas também a mais visitada. Paramos numa praia com as ruína de uma antiga fábrica, uma paisagem meio estranha, mas com uma água inacreditavelmente azul. Como um dos integrantes do grupo tinha câmera submarina, a diversão foi completa: máscaras de mergulho e muitas fotos.

O almoço estava programado para acontecer na ilha de Salinas. Uma curiosidade: foi nesta ilha, mais precisamente na praia de Pollara, em que diversas cenas do longa O Carteiro e o Poeta foram gravadas.

Aportamos na marina e uma van estava à nossa espera para nos levar até o restaurante Alfredo in Cucina. Confesso que não dei muito crédito ao local, era um ambiente simples e eu acreditava que comeríamos um gostoso peixe assado com uma pasta, molho de tomate e só! Ledo engano. Apresentaram um menu degustação. Nele havia carpaccio de atum com molho de vinho doce, salada caprese como eu nunca comi igual, pães quentinhos e muito mais. Quando já tínhamos nos saciado como reis, anunciaram que a sobremesa era "A" especialidade da casa e que seria oferecida a todos!

Eu nunca tinha ouvido falar em granita, um tipo de sorvete sem gordura, algo como a nossa raspadinha de gelo e algum sabor. Confesso que pequei mais uma vez, não dei crédito e tive que me render à granita de mandorla (amêndoa) e à fragola (morango). São doces para comer atrás da porta, para não oferecer para ninguém, como dizia a minha avó.

Seguimos nosso roteiro para Vulcano, com medo de afundar no mar, depois de tantas delícias. Tivemos de convencer o comandante a parar em uma piscina natural, pois, para eles, o mais interessante são as praias de areia, as partes mais cheias e valorizadas do litoral, algo raro por aqui. Para os brasileiros isto é até um sacrilégio. Foi neste lugar o ponto alto do dia: mergulhos em grutas, pulos de penhascos e a água mais clara e azul que eu já vi. O mais legal era que como este arquipélago não é muito fácil de ser alcançado, apesar de ter linhas regulares de ferry-boats desde Milazzo ou Messina, ainda são lugares genuínos e com poucos turistas.

Quando chegamos em Stromboli, descobri que o principal atrativo é escalar até a boca do vulcão. Quando fomos, ele estava em grande atividade e, por isso, estava interditado para as escaladas. Meu grupo subiu o Etna, algo que eu não fiz, pois estava com muito medo. No próximo texto, eu conto como foi a aventura dos meus amigos.

Fotos: Arquivo Pessoal

Leia a colunas anteriores de Mylene Rizzo:

A turquia encantada


Aventuras no Chile - parte 3


Aventuras no Chile - parte 2

Quem é a colunista: Mylene Friedrich Rizzo.

O que faz: Fala sobre história no curso "Encontros com Arte" e acompanha grupos de viagens culturais.

Pecado Gastronômico: doce de ovos.

Melhor lugar do mundo: é o próximo para onde vou viajar.

Fale com ela: mrizzo@terra.com.br ou acesse seu blog Viajando com Arte.

Atualizado em 6 Set 2011.