Guia da Semana



A lixeira está cheia? Simples, basta trocar o saquinho e dispensar o anterior na porta de casa, ou outro lugar longe dos seus olhos, certo? Errado. É por causa dessa mentalidade que o despejo de detritos em lugares inapropriados está se transformando em um problema urbano grave, contaminando rios, mares e lençóis freáticos. Além de afetar diretamente a natureza, a prática também vem contribuindo para a disseminação de doenças graves, como leptospirose, dengue e meningite, entre outras.

O Brasil produz diariamente cerca de 170 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos, sendo que apenas 140 mil são coletadas. Para piorar, mais de 60% do volume coletado não tem destino final adequado e acaba ficando em espaços abertos, como ruas, parques e em lixões improvisados. Além do lixo doméstico, também existe a estrondosa marca de 70 mil toneladas de resíduos da Construção Civil.

Mudança de atitude

Segundo a ambientalista Dulce Martins, para resolver o problema, é preciso antes de tudo, estabelecer uma reviravolta cultural nos hábitos do brasileiro. "O ideal seria separar o lixo, para a reciclagem, mas o brasileiro ainda não tem essa mentalidade". A especialista explica que o lixo é definido em função de sua utilidade, da disposição final e da relação do mesmo com a saúde. Ou seja, a maioria das pessoas parte da premissa de que dejetos são coisas que não servem mais para serem utilizadas. "Nem tudo que é velho é lixo", avisa.

Seguindo esta filosofia, algumas soluções interessantes vêm sendo encontradas pelo terceiro setor. Instituições educacionais, como o SESI, por exemplo, já realizam um trabalho na área de nutrição, no qual são preparados vários pratos, que além de econômicos, utilizam cascas de legumes e frutas, além de outros alimentos considerados descartáveis, mas que podem ser utilizados para preparação de receitas ricas em nutrientes.

Cada um no seu lugar

Mas apesar das iniciativas do terceiro setor e aumento da conscientização sobre o assunto, é cada vez mais comum ver uma grande quantidade de lixões clandestinos espalhados pelas metrópoles brasileiras. "A prefeitura da cidade deve ser avisada de imediato para buscar as soluções necessárias e limpar o local, antes que ele possa colocar em risco a saúde da população", afirma Dulce.

Outra coisa que a maioria das pessoas não sabem é o que fazer com seus animais de estimação quando eles falecem. "Tem gente que joga em terreno baldio, ou coloca em sacos plásticos, para o lixeiro pegar. O certo é levar para o veterinário, que saberá para onde o corpo será encaminhado", garante a especialista.

Onde jogar

Para contribuir com uma cidade mais limpa e mais qualidade de vida, existem algumas alternativas para se livrar de cada tipo de lixo de maneira consciente. Confira!

Recicláveis - Devem ser separados entre metal, papéis e vidros dos orgânicos. Existem postos de coleta fáceis de encontrar, como super mercados e ONGs. Também é possível chamar catadores para retirarem na própria residência.

Orgânicos - A princípio, todo o lixo orgânico deve ser enviado juntamente com o não reciclável, para aterros sanitários, lixões ou usinas de incineração, onde será deixado para a decomposição. A melhor maneira é separar em sacos plásticos e deixá-lo na rua durante os dias de coleta estipulados pela prefeitura de cada cidade.

O tempo que a natureza levapara decompor alguns dos produtos...
Papel:de 3 a 6 meses
Pano:de 6 meses a 1 ano
Filtrode cigarro: 5 anos
Chiclete:5 anos
Madeirapintada: 13 anos
Nylon:mais de 30 anos
Plásticos- mais de 100 anos
Borracha- indeterminado
Fraldadescartável comum - 450 anos
Pilha-100 a 500 anos
Metal:mais de 100 anos.

Vidro -indeterminado.


Atualizado em 6 Set 2011.