Guia da Semana

Fotos: Belisa Frangione
Castelo de Chambord

Saudações! Depois de narrar a parte refinada da minha viagem estou de volta para contar uma outra parte...nada pacífica, diga-se de passagem. Saindo de Paris, passei pelo vale do Rio Loire onde estão os mais belos e conhecidos castelos, dentre eles, o de Chambord. É interessante quando você passa por castelos antigos e ouve as mais diversas - e absurdas - lendas acerca deles. Quase todos são mal-assombrados! Claro que com Chambord não seria diferente. Para mim, a única coisa assustadora por lá era o preço da comida, reclamação de turista classe média. Enfim...

Cheguei à Bordeaux a tempo de assistir às comemorações do feriado da Tomada da Bastilha. Um cheiro de doce - parecia ser de crepe - e o barulho da fanfarra invadiram meu quarto no tradicional Hotel de Normandie. E bota tradicional nisso! Há quanto tempo eu não via um quarto com janelas enormes e até penteadeira! O mero detalhe, apenas, é que se ligasse a TV, teria que pagar uma porcentagem pela energia gasta. Então, não tendo muito o que fazer, fui dormir cedo. Peguei no sono ouvindo Village People cantando "In the Navy".

No dia seguinte, no café da manhã, um outro cheiro que não me agradava muito invadiu o salão: o de leite integral fervente. Incrível, mas pelo menos os habitantes do interior francês preferem o leite assim. Coloquei quatro - sim, você leu certo - sachês de achocolatado e o gosto forte do leite não se amenizou.

Findo o petit déjeuner (café da manhã), partimos rumo a Madri. Um misto de curiosidade e até de preocupação tomou conta dos passageiros, pois é na fronteira da França com a Espanha que se localiza a conturbada região conhecida por País Basco, reduto do grupo terrorista Euskadi Ta Askatasuna, o ETA.

Para nosso azar - ou sorte - a guia turística nos proibiu de andar pela região. Azar porque não pudemos conhecer as charmosas estâncias à beira-mar de San Sebastián. Sorte, porque de acordo com a guia, havia bombas enterradas nas margens dessas estâncias. Se era verdade eu não sei. Mas por uma infeliz coincidência, dois dias depois houve um atentado por lá, felizmente, sem grandes proporções.

Outro diferencial do País Basco, devido a localização privilegiada, é a requintada culinária, baseada especialmente em frutos do mar como o bacalhau e a merluza. Além da culinária, merecem destaque a arquitetura e as esculturas bascas. Ainda em San Sebastián, vale a pena ver - se seu guia turístico permitir - os trabalhos de Jorge Oteiza e Eduardo Chillida.

Meu espaço termina por aqui, mas eu volto!
Hasta la vista!

Quem é a colunista: Belisa Frangione

O que faz: jornalista

Pecado gastronômico: comida japonesa e chocolate

Melhor lugar do Brasil: São Paulo

Fale com ela: [email protected]






Atualizado em 6 Set 2011.