Guia da Semana

Fotos: sxc.hu

Nem mesmo o ditado clichê que adverte que: "quem compra barato, gasta sola de sapato" desmistifica o velho costume popular de "bater pernas" atrás de boas ofertas. Quem é que não gosta de freqüentar nichos de comércio em busca de pechinchas? Caminhadas à parte, difícil mesmo é se render à tentação de pagar a metade do valor ou mesmo levar três produtos pelo preço de um.

Atendendo a demanda de consumidores que gostam de encher as sacolas, gastando pouco, os grandes centros urbanos concentram mercados coletivos, que dispõem de uma grande variedade de artigos a custos compensadores. Neles, além de fazer compras, é possível desvendar de toda a diversidade cultural à venda nas vitrines.

Ladeira Porto Geral: 25 de Março
Para os sacoleiros de plantão, a Rua 25 de Março na região central de São Paulo, é o reduto das compras econômicas e grandes pechinchas. Nas calçadas, os ambulantes vendem de acessórios decorativos a apitos emissores de sons bizarros. No comércio, se encontra de tudo, tudo mesmo, inclusive, coisas que fogem à cogitação; desde sagrados artigos religiosos aos profanos cachimbos de fumo.

Mas, mesmo sendo tão conhecida e famosa pelo seu comércio, pouca gente sabe que a história dessa rua tão populosa é secular. A 25 de Março foi assim chamada por volta de 1865. Contudo, ela já existia bem antes dessa data, mas era conhecida por outros nomes. Seu nome é uma homenagem à primeira Constituição brasileira, promulgada pelo imperador D. Pedro I em 25 de março de 1824.

Antes de ser uma rua, a 25 de Março foi um rio, já que o leito do Tamanduateí, então navegável, corria no atual traçado dela. O trajeto fluvial era de extrema importância para a época, principalmente quando foi retificado em 1916. O porto era utilizado para descarregar as mercadorias importadas que chegavam pelo Porto de Santos. Esse porto era conhecido como Geral e batizou a Ladeira Porto Geral, que hoje dá acesso à Rua 25 de Março.

As faces do SAARA
Onze ruas com cerca de 1.250 lojas constituem a SAARA (Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), uma das mais tradicionais e dinâmicas áreas de mercado popular da cidade do Rio de Janeiro. Originalmente ocupada por imigrantes, na virada do século XIX para o século XX, a região caracterizou-se pelo acolhimento de várias levas de estrangeiros: sírios, libaneses, turcos e armênios, além de judeus de diversas origens, e, mais recentemente os chineses, todos voltados para as atividades do comércio.

O resultado da soma das diferenças dispõe ao público um modelo de mercado diversificado ideal para quem quer comprar muito e gastar bem pouco. Lá, é possível encontrar os menores preços da cidade, roupas, brinquedos, calçados, artigos esportivos, artigos de festa e muitos mais.

Pelô: made in Bahia
Rodeado de igrejas e monumentos seculares, no centro histórico da capital baiana, um verdadeiro antro cultural concentra também um dos mercados mais populares do Brasil. No Pelourinho, também conhecido como Pelô, a cara da Bahia se manifesta nas cores e regionalismos.

No sobe e desce das ladeiras do local, é possível encontrar produtos típicos do universo baiano, que manifesta também muitas das características afro-brasileiras. Nas lojas são vendidos tambores, berimbaus, toucas de reggae, vestes de capoeira, bijuterias, calçados, artesanatos e artigos em geral. Além das opções para compras, o Pelô é cercado de atrações, restaurantes e lanchonetes que garantem um tour completo.

Na época do império, a região era um campo de martírio em que os escravos eram castigados. Como forma de resgate a esses dados históricos, o nome Pelourinho significa "lugar de chicoteamento de escravos". Com o fim da escravidão no Brasil, em 1835, este local da cidade atraiu artistas de todos os gêneros: cinema, música, pintura. Tornando-se então um rico centro cultural.

Largo da Ordem: o nicho de Curitiba
Em uma região histórica e central da cidade de Curitiba, a dominical feira do Largo da Ordem é uma verdadeira vitrine outdoor para turistas e nativos. O artesanato desponta entre as especialidades vendidas, com uma grande e atraente quantidade de produtos expostos.

É impossível visitar o local sem levar pelo menos uma lembrança. Na feira, que acontece religiosamente aos domingos das 9h ás 14h, cada trabalho é ímpar. O talento e a imaginação do artesão paranaense são expressos peça à peça e variam entre roupas, quadros, esculturas, e mais uma infinidade de artigos.

Com seus aspectos culturais que não passam desapercebidos, o Largo da Ordem é o coração do Setor Histórico de Curitiba, onde se encontra a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, a mais antiga da cidade.

*Conheça outros mercados populares:

Rua José Paulino
Mercado Modelo

Atualizado em 6 Set 2011.