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Viagens: Missa Sertaneja
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Missa Sertaneja

O colunista Jeferson Bernardi conta como foi participar de uma celebração à moda caipira.

Por Redação Guia da Semana



A imagem de Nossa Senhora nas mãos de um sertanejo...
Foto: Jeferson Bernardi

Muitos acham que ir à missa não é um passeio muito divertido, mas é porque nunca foram a uma Missa Sertaneja! No dia 27 de maio, na Igreja Nossa Senhora de Fátima do Bairro de Sapopemba, foi realizada uma missa temática, onde estavam presente algumas comitivas como: Capiau, Luar do Sertão, Clube da Tupi, Sistema Bruto, Só Copo Cheio, Segura o Tranco e também o Carlos da Star Country. A missa estava lotada e tinha gente de vários lugares, com o próprio Frei Ângelo, que veio lá de Campinas, sem falar dos violeiros e dos integrantes do coral que vieram da Comunidade Santa Lídia da cidade de Mauá.

Quando começou a celebração, o grupo de violeiros e o coral tocaram modas de viola e de fundo conseguíamos ouvir o berrante e os apitos que imitavam passarinhos. As músicas eram conhecidas, mas não cantavam a letra original. As melodias foram adaptadas e os versos falavam de Deus, Jesus, Fé, Paz e Humildade...

Objetos sertanejos
Foto: Jeferson Bernardi
Na primeira canção, as luzes foram apagadas e um rapaz entrou pela igreja carregando a imagem de Nossa Senhora de Fátima toda enfeitada. Um foco de luz clareava a imagem, uma coisa tão linda que só de lembrar arrepia e foi duro segurar a emoção. Acenderam-se as luzes e a celebração continuou com um padre muito animado. Toda a comunidade estava no local. Crianças, jovens e idosos cantavam e oravam em uma só voz.

Antes da comunhão, os organizadores chamaram um integrante de cada comitiva para entrar com alguns objetos que simbolizavam o espírito sertanejo. Violão, berrante, chapéu, cesta de alimentos e os cálices da comunhão foram algumas das peças trazidas. Uma pessoa explicou a função de cada objeto e como era utilizado. O altar estava todo enfeitado de "traias" (sela, berrante, feno, roda de carroça, cadeira de madeira, bancos...) e os objetos foram colocados em cada cantinho.

Na comunhão, o padre convidou todos os integrantes das comitivas para ficarem no altar e só saímos depois que todos comungaram. Depois, um casal de cada comitiva foi para a parte de fora da igreja e entregaram uma vela para cada pessoa. Apagaram-se as luzes de novo e cada casal entrou com uma vela acesa na mão. Um integrante da comitiva Luar do Sertão entrou no recinto carregando a imagem de Nossa Senhora Aparecida iluminada e enfeitada com a música Ave Maria ao fundo.

Casal na Missa
Foto: Jeferson Bernardi
Conforme a imagem passava pelos casais, eles se viravam em direção ao altar e ajoelhavam. No fim ouve até queima de fogos! A missa foi uma das coisas mais lindas que já presenciei! Eu escrevendo talvez não consiga expressar para vocês, leitores, o tamanho da emoção que todos que estavam lá sentiram naquele evento maravilhoso. Não tenho vergonha de falar que as lágrimas correram pelo rosto sem conseguir segurar, ainda mais eu como devoto de Nossa Senhora Aparecida. Depois que acenderam as luzes, pude perceber que eu não fui o único a deixar as lágrimas correrem.

Terminada a missa várias pessoas foram agradecer os organizadores, dizendo que nunca tinham presenciado uma coisa tão linda como aquela. Deram parabéns às comitivas e os integrantes da Luar do Sertão e Só Copo Cheio.

Depois de lavar a alma, fizeram uma grande quermesse, onde curtimos, bebemos, comemos e dançamos. Que Deus proteja todos vocês...

Quem é o colunista: Jeferson Bernardi.
O que faz: Estudante de Engenharia Agronômica e integrante da Comitiva Capiau.
Pecado gastronômico: qualquer coisa com muito queijo!
Melhor lugar do Brasil: Floripa.

Fale com ele: [email protected]


Clique aqui e leia o texto Entre panelas e "traias", do colunista Jeferson Bernardi.

Clique aqui e confira uma matéria sobre o Circuito da Queima do Alho

Atualizado em 6 Set 2011.

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