Fotos: www.sxc.hu |
![]() |
No início do ano, realizou-se na Europa o evento "Safe Highways of the Future", para investigar as novas tecnologias e as mudanças necessárias para acabar com as mortes causadas por acidentes nas rodovias européias, razão pela qual o titulo da matéria a respeito, publicada na The Inteligent Highway era: "Safe Highway meeting goal zero deaths on Europe´s roads".
Os temas do evento estão muito à frente dos que, nas atuais circunstâncias, são relevantes para o Brasil, onde a triste estatística apresentada pela Agência Nacional de Transporte Públicos (ANTP), no estudo Trânsito no Brasil - Avanços e Desafios, com base nos dados médios de 2003 a 2006, mostra trinta e quatro mil mortos por ano, cem mil pessoas com deficiências permanentes ou temporárias e 400.000 feridos.
Os números de acidentes e mortos por quilômetro no Brasil superam em até 10 vezes os registrados em países como Itália, Inglaterra e Japão. Mas nem sempre foi assim. Esses países, mais os Estados Unidos, Canadá, Espanha e Portugal, conviveram com o mesmo problema e desarmaram a violência no trânsito com a definição de regras claras, apoio à educação e, principalmente, fiscalização e punição rápida e justa do infrator, criando condições para desenvolver novas tecnologias que possibilitem alcançar a meta de morte zero nas rodovias.

Normas bem elaboradas, o Brasil já tem, pois nosso Código de Trânsito é moderno e avançado, e serviu inclusive de base para a reforma do Código das Estradas de Portugal. Falta aperfeiçoar o processo educativo e, principalmente, ampliar a fiscalização, adotando um esquema de tolerância zero. Ou seja, só a certeza de que os órgãos competentes adotaram uma política de tolerância zero e de que existe uma fiscalização rigorosa vai reduzir esses números, que trazem um custo para a nação de R$ 28 bilhões anuais, segundo a ANTP.

A Polícia Rodoviária Federal, criada pelo presidente Washington Luiz em julho de 1928, justamente como "Polícia de Estradas", enfrenta problemas para exercer sua responsabilidade. Conta há quase 20 anos com o mesmo contingente (cerca de 9.700 policiais quando precisa de no mínimo o dobro).

Esse agente de trânsito não poderia, por exemplo, parar motoristas e exigir a apresentação de documentos, como fazem os agentes policiais. As Polícias Rodoviárias manteriam as atividades de segurança pública como o recolhimento de veículos e a prisão de motoristas em flagrante, por iniciativa própria ou acionadas pelos agentes de trânsito. Maior número de agentes de trânsito criará certamente nos motoristas a sensação de vigilância constante, inibindo infrações e induzindo-os a uma conduta mais responsável.
Ao lado de uma estrutura de fiscalização maior, é necessário reforçar o processo educativo, como foi feito recentemente pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ao regulamentar a inclusão da Educação Para o Trânsito nas grades curriculares do ensino médio, o que contribuirá para formar melhores motoristas e cidadãos responsáveis quando ao volante.
As concessionárias de rodovias, que não têm poder de polícia, vêm dando a sua contribuição para a segurança nas estradas, com a excelente qualidade do pavimento e da sinalização dos trechos que operam e com o trabalho que fazem, em conjunto com escolas, entidades e prefeituras das cidades lindeiras às rodovias que administram, de conscientização dos problemas de trânsito nas estradas, com excelentes resultados.

O que faz: presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias)
Pecado gastronômico: penne com molho de tomate
Melhor lugar do Brasil: São Paulo
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.