Guia da Semana

Foto: AFP


Depois de 64 anos, o evento desportivo com maior popularidade no planeta volta a aportar em nosso território. A Copa de 2014 vai juntar 190 milhões de brasileiros em um só coro, deixando as diferenças de lado para torcer quando o uniforme canarinho entrar nos gramados.

Mas não é só dentro das quatro linhas que o Brasil vai ter que suar a camisa. Como país-sede do torneiro, ele vai precisar de muita organização e investimento para deixar sua marca positiva no evento mundial. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) já selecionou 12 cidades e acompanha de perto a construção e remodelagem dos estádios, bem como na infraestrutura que as localidades estão planejando para receber as seleções e os turistas.

Visibilidade

Para se ter uma ideia da importância do torneio, segundo dados da Fifa, a edição da Alemanha (2006) atraiu cerca de 560 milhões de pessoas de 240 países na frente das TVs para assistir cada uma das 64 partidas que envolveram as 32 seleções nacionais. Na decisão da Copa do Mundo da África, em 2010, só Espanha e Holanda levaram mais de 700 milhões de pessoas de todo mundo para frente da telinha, batendo recordes de audiência.

E o Brasil só tem a ganhar. Além dos investimentos diretos e indiretos com infraestrutura e transporte, a rede hoteleira tende a crescer bastante nessa época. A organização do evento afirma que, em um mês de competição, a Alemanha recebeu 1 milhão de visitantes estrangeiros, com uma arrecadação estimada em 1 bilhão de euros, sem contar receitas de vendas de ingressos, direitos de transmissão televisiva e patrocínios. Como base de comparação, as Olimpíadas da China (2008) atraíram menos da metade de turistas, 450 mil.

Dificuldades à vista

Mas o que pode atrapalhar os planos das cidades escolhidas é o ritmo lento das obras. Após quase dois anos da definição das cidades, quase todas estão atrasadas e algumas ainda nem saíram do papel, como é o caso da Arena Corinthians, em São Paulo. Outro ponto são os orçamentos que teimam em aumentar: alguns já apresentam alta de mais de 300% do planejamento inicial.

O objetivo do nosso país é fazer diferente da Copa da África, quando grande parte das construções de estádios faraônicos não recebeu investimento de empresas privadas, e o custo e manutenção do pós-copa recaíram diretamente no bolso do contribuinte.

Além disso, as arenas são apenas a ponta do iceberg. A necessidade de investimentos na infraestrutura das cidades em transportes, setor de hotelaria, aeroportos e portos, saneamento básico e energia elétrica preocupam os organizadores, que já questionam se as obras realmente vão acontecer até 2014. A entidade e o Comitê Organizador Local (COL) afirmaram que podem vetar até duas cidades caso considerem os projetos insatisfatórios e os prazos não forem cumpridos.

Para você não ficar de fora, o Guia da Semana foi atrás dos projetos de reformas apresentados. Junto a isso, consultou o relatório elaborado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) apontando os principais obstáculos que cada região precisa superar para abrigar a Mundial. Fique ligado!















Arte: Fernando Kazuo

Atualizado em 6 Set 2011.