Guia da Semana

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Praia em Algarve, Portugal

Olá! Conforme informei na coluna anterior, esta é a última sobre minha saga pela Europa. Para fechar com chave de ouro, vou falar mais um pouco de Portugal. Depois de ter passado o dia inteiro em Fátima, cheguei ao hotel e queria somente o chuveiro e a cama. Não tanto por ter andado demais, mas por ter carregado um monte de compras das lojinhas ao redor do santuário.

No dia seguinte, o passeio seria pelas principais cidadezinhas turísticas de Portugal, dentre elas Cintra, Cascais e Algarve. Estava tão cansada, mas tão cansada, que acordei com o telefone do hotel, virei para o outro lado e voltei a dormir. Quando me dei conta, obviamente, não tinha mais como ir atrás.

Desci ao restaurante do hotel a tempo de pegar o que sobrou do café da manhã, já que o salão estava fechando. Naquele momento decidi que ia fazer aquele passeio que perdi. Só não sabia como.

Ah, sim! Um táxi seria minha solução. Fui à recepção dizendo que precisava de um e o funcionário, com um mau humor do cão - ou com humor muito debochado, não sei - virou-se para mim e soltou um singelo "vai na rua e procura". Mesmo tentando entender qual foi o tom da gentileza, segui o conselho dele e fui procurar um táxi na rua. E foi a melhor coisa que eu poderia ter feito.

Na primeira esquina em que virei, encontrei um: uma Mercedes. Dentro, o motorista, um senhor, lia seu jornal. Cheguei perto e ele imediatamente desceu e abriu a porta do carro perguntando aonde eu ia. Tomei coragem para explicar que, o que eu realmente queria, não era ir a uma rua próxima e sim fazer um "tour" por outras cidades portuguesas. Parei para pensar e vi que era muita folga da minha parte. Mas resolvi arriscar. Para minha sorte, ele não só aceitou com a maior disposição como me ofereceu o roteiro por um precinho camarada.

Andei o dia inteirinho com o taxista cujo nome nunca esqueço: Luiz Henrique. Passamos por vários pontos de Portugal que só um lusitano nato e exímio conhecedor da cidade poderia indicar. Comprei roupas, xales, vinhos, doces e bibelôs por preços bem acessíveis.

No caminho, as mais diversas e interessantes lendas da terrinha. Em Cascais, uma vendinha subterrânea escondia um segredo maravilhoso. Lá provei uma limonada inesquecível e um travesseiro, um doce feito de creme e massa folhada. Hoje em dia já existem versões feitas de fruta e carne.

Por volta das 19 horas, resolvi que era hora de liberar o senhor Luiz Henrique depois de passar quase dez horas comigo. Seu semblante descontraído passou a entristecer. Perguntei o motivo e ele explicou que sua esposa estava muito doente. E justamente o horário de chegar em casa e vê-la naquele estado era perturbador. Desejei sorte e saúde para eles e pedi que ele me deixasse em um shopping que vi pelo caminho. Ele foi tão atencioso comigo que até dei uma graninha a mais.

O dia seguinte foi livre. Optei por ficar no hotel arrumando minhas coisas para voltar ao Brasil. E não era pouca coisa, não.

Bem leitores, obrigada por acompanharem essa minha aventura pela Europa. Volto em uma próxima oportunidade!

Grande beijo!

Quem é a colunista: Belisa Frangione

O que faz: jornalista

Pecado gastronômico: comida japonesa e chocolate

Melhor lugar do Brasil: São Paulo

Fale com ela: [email protected]




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Atualizado em 6 Set 2011.