Guia da Semana

Fotos cedidas pelo site mountainboard.com.br


Depois de ganhar os cursos dos mares com o surfe, desafiar as trilhas do asfalto com o skate e explorar a resistência tênue da neve com o snowboard, os adeptos dos esportes baseados no equilíbrio sobre pranchas ousam, agora, desbravar o relevo de cordilheiras com o Mountainboard. Como se testassem a própria resistência, eles vão morro abaixo movidos pela adrenalina e agilidade.

A modalidade nem é tão recente assim. As primeiras deslizadas surgiram no ano de 93, pela necessidade de inovação de dois snowboarders norte-americanos da Califórnia (Jason Lee e Patrick O´neal), que buscavam diversão além das geleiras típicas do inverno. Para isso, adaptaram um eixo similar ao do skate em uma superfície de madeira com com rodas e pneus especiais. A criatividade dos aventureiros resultou em um utensílio hábil projetado para qualquer tipo de terreno, em especial as montanhas.

Quatro anos mais tarde, a prática aterrissa no Brasil. O percussor, dentro do território nacional, foi o surfista Paulo Solon que, após ter se mudado para Visconde de Mauá, no sul do estado do Rio, passou a sentir falta das manobras radicais. Inspirado pelo espírito inquieto, logo, importou uma prancha de montainboard da Califórnia e construiu a primeira pista da modalidade no país.

O publicitário Rodolfo Bazetto, praticante desde 2002, explica que o esporte é bem dinâmico, podendo ser praticado em pistas de skate e montain bike; ladeiras, gramados, estradas de terra; na praia com pipas de kite, velas de wind surf e town-in. "Tudo é questão de adaptação", comenta.

As categorias disputadas por profissionais e amadores são conhecidas como downhill (descida individual cronometrada); boardercross (quatro atletas descendo juntos) e freestyle (diversas rampas para o atleta fazer manobras aéreas).

O paulista Rodolfo diz que reserva cerca de 20 horas, sempre aos finais de semana, para praticar Mountainboard. Sua dedicação rendeu participações em campeonatos nacionais e internacionais. No ano de 2003, durante um torneio na Nova Zelândia, competiu nas modalidades Big Air e Boardercross, se classificando, respectivamente, em 11º e 10º lugar.

Contudo, ele ficou conhecido não por suas colocações e sim por um tombo que levou no fim da disputa. "Na última tentativa do Big Air, tomei o maior tombo da minha vida e do evento também. Num pequeno deslize me dei super mal e quebrei duas costelas", lembra.

Depois de ser socorrido, o brasileiro voltou ao local e se deparou com uma surpresa. "Já estava rolando a premiação e fui contemplado no pódio com o título Crash Test Dummy (modelo de tombo). Como estava meio atordoado com a dor, nem prestei muita atenção. Mas, no dia seguinte, percebi que eu estava voltando para o Brasil com uma medalha do Campeonato Mundial", conta o atleta.

*Conheça alguns locais dedicados à prática do Mountainboard:
Recanto do Saua
Ski Mountain Park
Sitio Local Trip

Atualizado em 6 Set 2011.