Guia da Semana

Fotos: Monica Campi

Ni hao*! Volto a esta coluna, dessa vez já em ritmo de Olimpíadas! E por isso, nada mais justo do que contar minha experiência oriental, quando visitei a China e Taiwan. Foi em 2006, durante uma viagem de negócios (nós humildes algumas vezes também temos nosso momento de glória) quando passei 15 dias entre Hong Kong, a cidade do Bruce Lee; Xangai, o point do agito na China; e Taipei, capital de Taiwan. E nesta coluna vou contar minha primeira parada no país das Olimpíadas. Cheguei a Hong Kong após uma espera de 7 horas em Paris, aguardando minha conexão, e que me permitiu pela primeira vez conhecer lugares como a Torre Eiffel e o Museu do Louvre.

Mas como tudo que é bom dura pouco, a viagem tinha que continuar. Cheguei ao aeroporto chinês e os executivos nos receberam e fomos direto para o hotel, pois no dia seguinte já tínhamos algumas reuniões e visitas a fazer. Mas sempre tem espaço para visitar alguns lugares bacanas, afinal não iria perder esta oportunidade né!

Hong Kong, que será sede das competições de hipismo nesta Olimpíada, até 1997 era uma colônia britânica e até hoje podemos ver vestígios dessa colonização. A cidade é uma das mais capitalistas de toda a China e uma das mais ricas também. Inúmeras multinacionais estão instaladas por lá, e o principal porto do país está localizado na região. A cidade também adotou os famosos ônibus de dois andares ingleses e boa parte do transporte público de rua é realizado por esses veículos.

Aliás, por falar em transporte, não posso deixar de comentar também sobre a poluição nesse país. Quando fui, estava em pleno inverno e por isso o tempo estava mais úmido, porém mesmo assim a névoa de poluição podia ser vista apenas olhando para cima. Prédios altos ficavam quase invisíveis, como é o caso da torre Two International Finance Centre, o prédio mais alto de Hong Kong e um dos maiores no mundo. Durante o dia o prédio fica constantemente envolto por uma forte névoa e até você sente o ar mais pesado.

Como fui teoricamente para tratar de negócios (na verdade trabalhei mais como tradutora do que qualquer outra coisa), os executivos que nos receberam (fui acompanhada da gerente da empresa e de uma representante ´hermana´ da Argentina) faziam questão de nos levar aos melhores lugares da cidade, em especial os restaurantes! Ah, como eles gostam de comer! E nem parece, porque são tão magrinhos... mas isso é "culpa" do chá verde!

Fato é que em Hong Kong posso dizer que tive minha pior experiência com comida. E não foi por falta de vontade de experimentar viu! Aliás, eu era a única que não reclamava e que queria provar de tudo (dentro os meus limites, claro). Mas foi meu primeiro contato com uma legítima refeição chinesa. E não tinha nada de yakissoba e carne com legumes. Os chineses gostam de muita carne de porco (agridoce), arroz (com amendoim, com curry, condimentado, etc.) e de praticamente qualquer coisa que venha do oceano. E isso fica nítido quando você vai a qualquer restaurante da cidade. Todos possuem enormes aquários repletos de frutos do mar e peixes, que você pode escolher na hora para comer, se quiser.

Mas o mais bacana da gastronomia chinesa é o momento da refeição. Todos se sentam em torno de uma mesa grande e redonda e os diversos pratos ficam dispostos sobre a mesa e cada um se serve com o que quer e na quantidade que quer. Não existem restaurantes com os famosos PF (prato feito). E um detalhe: todas as refeições, em qualquer lugar, serão regadas a chá verde. Muito chá verde, e o original. Inclusive foi na China que peguei gosto e me acostumei a tomar essa iguaria; tanto frio, como quente, apesar de amargo o chá cai bem com qualquer refeição e a qualquer momento também. Além de ser um ótimo ajudante na digestão e de limpar as toxinas de nosso organismo.



A cidade possui muitos outdoors e placas coloridos que deixariam qualquer fiscal do Cidade Limpa de cabelos em pé! Durante a noite a cidade toda parece uma verdadeira Broadway, repleta de luzes e neons, o que comprova que Hong Kong não vive só da gastronomia. O comércio está por toda China e nessa cidade não seria diferente. Um gigante mercado livre a céu aberto atravessa quadras e mais quadras do centro da cidade e vive repleto de gente. Muita gente. O mercado é tão grande que demorei horas para chegar até o final e sobreviver no meio daquele formigueiro.

E esse é apenas um dos mercados de Hong Kong! Ao caminho do segundo mercado (afinal, o que seria uma visita à China sem as compras?) os executivos nos levaram para um lindo lugar, próximo ao Pico Victoria (um dos pontos mais altos da cidade). Uma vista diferente daquela cidade colorida e com ares europeu. Paramos em um templo budista localizado à beira mar, repleto de estátuas e imagens gigantes coloridas. Foi uma pausa essencial depois de algumas reuniões e de um longo passeio no mercado. Recomendo, para quem for a Hong Kong, que visite o templo budista da cidade durante o pôr-do-sol. Um lugar calmo e belo, em meio à correria de uma cidade voltada aos negócios.

Essa foi minha rápida passagem por Hong Kong. Na próxima coluna contarei a parte mais divertida (e agitada) da minha viagem, quando conheci a incrível cidade de Xangai. Até lá! E nossa torcida pelo Brasil em Pequim!!!

* Ni hao, em mandarim, quer dizer algo como ´Olá, tudo bem?´

Quem é a colunista: Monica Campi

O que faz: jornalista

Pecado gastronômico: doces e junkie food

Melhor lugar do Brasil: Todo o Nordeste

Fale com ela: [email protected]




Atualizado em 6 Set 2011.