Guia da Semana

Lembra da minha coluna anterior aqui no Viagem, na qual contava sobre minha primeira viagem de avião? Pois então, finalmente cheguei a Orlando, na Flórida. A emoção de ir conhecer e passar um tempo na terra do rato mais famoso do mundo era cada vez maior.
Transfer feito, hora de conhecer minha nova casa. A via crucis do check-in foi um belo passeio pelo condomínio, e já deu para perceber que eu facilmente me perderia por ali! Fui morar no Vista Way, ou, como era também conhecido, o Vista Lay!

Quarenta prédios idênticos, com quatro apartamentos em cada um de seus três andares. Sorte a minha que eu morava em um dos primeiros. Meu apartamento? O 502. (Ah, o 502...!) Eu, Eddi, também brasileiro, e mais quatro americanos viveríamos lá pelas próximas semanas.

Um deles era normal, o Jimmy. O segundo, muito estranho. Ele pouco falava e, quando o fazia, parecia que tinha medo - o Matt. O terceiro, chamado de The Other Matt, era um bocado antissocial. Quando estava em casa, se fechava no quarto. O quarto "D" parecia o Chef do South Park. Além de sua forma física lembrar o personagem, ele trabalhava na cozinha de um restaurante! (Daí a semelhança com o meu mais bizarro colega de quarto! Logo entenderão tudo!).

Chegamos em nossa nova casa e, para minha surpresa, só havia espaço em um dos dois quartos. O terceiro estava trancado. Bati na porta, tentei abrir até que... alguém finalmente acordou. Com aquele ar de alegria e felicidade (NOT!), o D. abriu a porta. Juro que eu preferiria jamais tê-lo acordado! Ali naquele dormitório havia mais um espaço que, então, seria ocupado por mim.

Imagine a minha surpresa ao ver que ele havia colocado a cama em cima de uns blocos para deixá-la um tanto mais alto do chão! E as panelas largadas pelos cantos e copos em cima do móvel do quarto? Olha, eu não sou a pessoa mais organizada do mundo. Tenho sim as minhas bagunças, mas aquilo lá já era demais! O closet parecia um grande cesto de roupa. Tudo espalhado pelo chão.

O restante da casa também era sempre uma zona! Não importava a arrumação que fazíamos, os americanos bagunçavam tudo de novo. Lembro de uma vez que nos enchemos e resolvemos lavar toda a louça, tirar o excesso de bagunça e tentar viver em um ambiente menos caótico. Não durou um dia. Tudo voltou à mesma desordem. Nessa hora, resolvemos jogar o jogo deles.

Se a louça estivesse suja, lavaríamos para usar. Depois disso, nada de arrumar. Que ficasse lá, tudo empilhado, até que alguém precisasse e se virasse para lavar de novo. A mesinha de centro parecia um depósito de papel. Revista, panfleto, tabelas de horários dos ônibus e de trabalho... Tinha de tudo!

Apesar dessa bagunça generalizada, o 502 era "O" lugar. Não pelo caos na arrumação, claro, mas, por ele estar um dos primeiros prédios do condomínio, muita gente que chegava do trabalho passava por lá para falar um 'Oi' e bater aquele papo!

Dá uma saudade quando recordo tudo isso! Saudade dos dias que passamos juntos, das farras, das noites em claro, das pessoas que, nesse tempo, moravam logo ali no prédio ou, no máximo, no condomínio do lado!

Leia a coluna anterior de Bruno Martins:

Nunca esquece

Quem é o colunista: Bruno Martins.

O que faz: Jornalista, professor e curioso!

Pecado Gastronômico: Lasanha, Pavê, Brigadeiro, ... São tantos!

Melhor lugar do mundo: Qualquer lugar com amigos e comida! hahaha Se tudo isso for na Times Square enquanto neva, melhor ainda!!!!

O que está ouvindo no iPod, mp3, carro: Puts, puts SEMPRE!

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Atualizado em 6 Set 2011.