Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal


Assistindo à cerimônia do Oscar , que aconteceu no dia 7 de março, ao anunciar o ganhador da categoria melhor filme estrangeiro, o argentino O segredo dos seus olhos, fiquei duplamente feliz. Primeiro, porque o cinema argentino, apesar de todas as dificuldades que o país está atravessando, consegue com produções relativamente baratas fazer filmes incrivelmente bons.

Segundo, que quando o diretor José Juan Campanella, depois de fazer os agradecimentos usuais, concluiu mandando um abraço à "los hermanos de Chile". Foi como, se no momento, ele criasse uma corrente de solidariedade pelo sofrimento dos chilenos, que envolveu a todos nós latino americanos.

Estive no Chile em fevereiro de 2008, em uma viagem inesquecível, por onde atravessamos a Argentina, entramos no país passando por Portillo até chegarmos no Pacífico, em Vinã del Mar.

Você precisa de ao menos duas semanas para fazer este trajeto. É uma longa viagem, que indico para aqueles que gostam de viajar de carro; as paisagens vão se alternando de pampa, deserto, campos, bosques e praias. É uma aventura.

Com um céu lindo, o sol radiante, em poucos minutos as nuvens ficaram negras e pegamos aquele temporal passageiro e fugaz. As típicas chuvas de verão.
Nossa primeira parada foi em Santa Fé, que fica a 450 quilômetros de Uruguaiana.

É uma cidade bonitinha, bem cuidada, só que chegamos lá à noite já com pouca luz para fotografar, mas tenho uma boa lembrança do centrinho com uma rua de pedestres e um ótimo restaurante.

No dia seguinte, saímos cedinho, pois tínhamos uma longa jornada até a cidade de Mendoza, que fica cerca de 900 quilômetros de Santa Fé.

Já na chegada, simpatizei muito com a cidade. Ela não é muito grande e é muito arborizada. Possui um parque enorme e restaurantes charmosos.

Nosso hotel era bem localizado e charmoso. Seu nome era Aconcagua, e a diária era em torno de US$ 100,00.

No pátio, havia parreiras com diversos tipos de uvas. Aqui em Mendoza, todo o turismo gira em torno do vinho, e é onde se localiza a maioria das grandes vinícolas argentinas. Há vários passeios guiados, muitos com refeições nas "bodegas".

O mercado é uma festa para os olhos e para o paladar, pois são dezenas de presuntos crus, queijos, óleo de oliva e azeitonas. Tudo delicioso.

Um restaurante que descobrimos, e que eu super recomendo, é o Azafran. A comida é maravilhosa, talvez um pouco caro para padrões argentinos, mas com certeza vale a pena conferir.

Passamos três noites em Mendoza, o que foi ótimo. Na cidade, que possui um ar cosmopolita, a gente cruza com muitos estrangeiros: italianos, franceses e americanos. Se você quiser um pouco mais de luxo então minha dica é: hospede-se no Park Hyatt, que fica em frente a uma praça central da cidade num prédio neoclássico lindo.

Nós nos aventuramos nas estradinhas para tentar visitar alguma bodega de vinhos, mas completamente pouca prática, não tínhamos feito reserva ou nos informado dos horários de abertura e fechamento. Resumindo: não conseguimos visitar nenhuma, mas valeu pela paisagem das estradinhas que saem da cidade que são muito lindas, com parreirais a perder de vista e muitas vezes com as montanhas (Andes) ao fundo.

Fomos almoçar no Clube de Regatas de Mendoza, que fica no meio de um parque lindo. Ótimo astral com um enorme bufê aberto a não sócios. Almoçamos numa varanda com esta vista.

Depois de três dias partimos de Mendoza por uma estrada que por si só já vale a viagem, que é o trecho de 250 quilômetros, que liga Mendoza até Portillo, no Chile

É por esta estrada que se chega ao Parque Nacional do Aconcágua, para aqueles que querem escalar ou, simplesmente, fazer algumas trilhas na área que é linda.

No caminho, passamos pela Puente del Inca que é estranhamente coberta por uma espessa camada calcária, que foram se acumulando ao longo dos anos.

Neste lugar há várias banquinhas de artesanato, que merecem a sua atenção: muitos panos coloridos, blusões de lã, ponchos e coisas típicas bem legais.

Na parte II do roteiro vamos passar por Portillo, tradicional estação de ski chilena e iremos até o pacifico.

Adios e até lá!!!

Leia a coluna anterior de Clarisse Zanetello:

Em um domingo...

Quem é a colunista:Clarisse Zanetello Linhares.

O que faz: Professora de História da Arte.

Pecado Gastronômico: massa com molho vermelho.

Melhor lugar do mundo: Esta é muito difícil, olhem o blog e escolham!.

Fale com ela: Clarisselin@terra.com.br ou acesse seu blog Viajando com Arte.

Atualizado em 6 Set 2011.