Guia da Semana

Fotos: Acervo PMSA


Quem vive na cidade de São Paulo dificilmente imagina que a poucos quilômetros da capital exista uma pequena vila, reduto de Mata Atlântica e museu a céu aberto da estrada de ferro Santos - Jundiaí. Assim é Paranapiacaba, distrito do município de Santo André, localizado a 60 quilômetros da capital.

O local surgiu como uma vila operária e centro de controle operacional da companhia inglesa São Paulo Railway. A história do vilarejo, que conserva até hoje as moradias do período, remete ao século 19, mais especificamente 1867, quando a companhia inaugurou sua primeira linha férrea na serra. Inicialmente, a estrada transportava passageiros de Santos, passando por São Paulo, até Jundiaí. Em seguida, serviu como via de escoamento da produção de café paulista até o porto santista.

Com o fim da concessão da São Paulo Railway, em 1946, a estrada de ferro passou para o controle da União, adotando o nome de Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Em 1987, a Vila de Paranapiacaba, seu patrimônio tecnológico e entornos de Mata Atlântica foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo.

Passeios



Dedicado à memória dos tempos ferroviários, o Museu do Furnicular abriga ainda as máquinas que faziam a tração dos trens. Para vencer os 800 metros de altitude do alto da serra em pouco mais de oito quilômetros, os engenheiros ingleses optaram pela instalação deste sistema. Pelo método furnicular, os trens são rebocados por cabos de aço. Para equilibrar as forças, eles partiam sempre ao mesmo tempo, um em cada extremo da linha. O Museu conta ainda com objetos de uso ferroviário, fotos e fichas funcionais de ex-funcionários da ferrovia.

Digna da disciplina inglesa, a vila operária de Paranapiacaba tinha suas ruas divididas de acordo com o estado civil do funcionário ou sua posição hierárquica na empresa. Para controlar tudo isto, foi construído o "Castelinho", ex-casa do engenheiro chefe e hoje Museu do Castelo. Localizado no alto de uma colina, com excelente vista para toda a vila, era de lá que o engenheiro controlava todos seus subordinados, não hesitando em demitir um solteiro caso o encontrasse caminhando à noite pelas ruas dedicadas aos casados.

Para completar a história da influência inglesa no desenvolvimento local, o Centro de Referência em Arquitetura e Urbanismo conta com quatro casas restauradas, onde informações sobre a arquitetura e o urbanismo da vila são contadas através de maquetes eletrônicas, fragmentos de materiais encontrados durante a restauração, entre outros.

No âmbito religioso, a Igreja de Paranapiacaba, originalmente chamada de Capela do Alto da Serra, sediou pela primeira vez uma missa no ano 1884. Como padroeiro, os parocos escolheram Bom Jesus. Em 1911, a igreja de Bom Jesus do Alto Passou a ser ligada a ela. Hoje, ambas pertencem à paróquia de Rio Grande da Serra.

Para atribuir um ar londrino, a vila também possui o seu Big Ben. O Relógio da Estação foi erguido em meados de 1898. Suas badaladas regulavam não apenas os horários dos trens, como entrada e saída dos funcionários e seu ritmo de vida. Hoje, após restauração, o relógio da marca Johnny Walker - London, voltou a funcionar.

Fechando as curiosidades locais, Paranapiacaba também foi o palco da primeira partida de futebol no Brasil. Foi lá que o então funcionário da São Paulo Railway Co., Charles Miller, pela primeira vez deu um tapa na peteca em campo brasileiro. O gramado está lá até hoje, na Av. Fox, sem número.

Ecoturismo

Fotos: Marco Antonio Maria/Paranapiacaba Ecotur

Já para quem prefere se aventurar nas trilhas e cachoeiras em meio à Mata Atlântica, Paranapiacaba oferece diversas oportunidades. Agências locais agendam e orientam os passeios. Uma das mais populares, a Trilha da Cachoeira Escondida possui seis quilômetros de extensão com vista panorâmica da Serra do Mar e da Baixada Santista, além, é claro, da própria Cachoeira Escondida.

Outra alternativa é a Trilha do Lago de Cristal, que tem como atrativos os mergulhos em uma piscina natural e banho de cachoeira. Em média, o passeio de seis quilômetros leva cinco horas para ser percorrido, com uma hora de refresco no lago. Completam o mapa a Trilha do Poço Formoso, também com piscina natural e mirante, e a Trilha da Cachoeira da Fumaça.

De qualquer forma, o maior desafio de Paranapiacaba é a Trilha da Raiz da Serra, caminho de 15 quilômetros entre a cidade e Cubatão. A trilha é preenchida por diversas cachoeiras e piscinas naturais, em meio ao Vale do Rio Mogi. Em média, são necessárias oito horas para atravessar o caminho.

Gastronomia, Noite e Compras

Pratos à base de cambuci

Reduto bucólico, Paranapiacaba foi escolhida por diversos artistas plásticos como cenário para sua arte. Para alojá-los, a administração local criou o Ateliê Residência, onde os artistas, dez no total, expõem e comercializam seus trabalhos. São quadros, pinturas, tapetes, artesanato, todos feitos em harmonia com o ambiente e refletindo a inspiração climática serrana local.

No campo gastronômico, os restaurantes locais têm investido na popularização do Cambuci, fruta nativa da Mata Atlântica, pertencente à mesma família da goiaba, araçá e jabuticaba. Em abril passado, Paranapiacaba realizou a Festa do Cambuci, onde empreendedores da vila e demais moradores apresentam suas receitas com a iguaria. Restaurante e Confraria do Cambuci é o mais especializado em servir pratos e sobremesas da fruta.

Em matéria de sobremesas, o destaque é o Espaço Gastronômico. Para os casais que procuram por um ambiente mais intimista, a Taberna Refúgio Cigano é o local ideal com sua meia-luz. Um pouco mais descontraído, o Bar e Pizzaria Santa Rita de Cássia é outro point das noites em meio às montanhas de inspiração inglesa de Paranapiacaba.

SERVIÇO:
RESTAURANTES
Casa do Tio César - Peixe na telha servido a la carte, sistema self-service; vencedor do Festival de Botequim
Rua Antônio Olintho, 489 - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0281
Horário: todos os dias, a partir das 11h até o último cliente.
Cartões: Visa, Master, Dinners

Cantinho do Beija Flor - Refeições caseiras cozidas em fogão à lenha
Avenida Fox, 450
Fone: (11) 4439-0603
Horário: Sábados, domingos e feriados, das 11h30 até as 18h.
Cartões: Visa, Master

Espaço Gastronômico - Doces, salgados, tortas e trufas com cambuci
Rua Campos Sales, 462 - Parte Baixa Fone: (11) 4439-0037
Horário: Sábados, domingos e feriados, das 9h as 17h
Cartões: não aceitam

Casa de Chá Raízes da Serra - Chás, bolos e tortas
Avenida Fox, 437 - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0189
Horário: Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.
Cartões: não aceitam

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BARES E LANCHONETE
Taberna Refúgio Cigano - Bar temático com petiscos, caldos antepastos e pães
Rua Varanda Velha, 376 A - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0222
Horário: Sábados e feriados, das 20h até o último cliente; domingos das 13h até o último cliente.
Cartões: Visa em breve

Bar e Mercearia Santa Rita de Cássia - Pizzas, fogazzas e doces portugueses
Avenida Rodrigues Alves, 28 A - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0301
Horário: Terças à sextas, das 9h as 21h; Sábados, domingos e feriados, até o último cliente
Cartões: Visa, Master

Café Bar Tradição dos Pampas - Caldos, costela e comida típica gaúchal
Avenida Campos Sales, 398 - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0355
Horário: Sábados, domingos e feriados, das 10h até as 22h.
Cartões: não aceitam

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HOSPEDAGEM
Pousada Shamballah
Rua Rodrigues Alves, 471 - Parte Baixa
Telefone: (11) 4439-0574
Preço: R$ 40,00 por pessoa com café incluso
Cartões: não aceitam

Pousada SPA - Hospital Milenar
Caminho do Hospital Velho, 310 - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0216
Preço: De R$ 150,00 a R$ 200,00 com café incluso
Cartões: não aceitam

Pousada Paluan
Rua Campos Sales, 401 - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0060
Preço: R$ 30,00 - temporariamente sem café
Cartões: não aceitam

B&B Pousada dos Anjos
Avenida Alfredo Maia, 509 - Parte Baixa
Fone: (11) 4439-0490 Preço: R$ 50,00 por casal; café não incluso
Cartões: não aceitam

Atualizado em 6 Set 2011.