Guia da Semana

Fotos: sxc.hu


No contra-fluxo dos passeios convencionais, adeptos de práticas ilegais, como brigas de rua, rinhas de animais e rachas de automóveis, desafiam as regras mantendo hábitos que, por vezes, ferem a integridade pessoal e alheia. Os horários e locais escolhidos para as experimentações, em geral são os menos evidentes, afim de evitar o flagrante das autoridades.

Na busca pela adrenalina ou por um suposto prazer pelo proibido, os grupos que cultuam esses costumes parecem ter consciência da gravidade dos atos cometidos. Contudo, a vontade de atropelar as normas supera os conceitos de moral e ética.

A órbita da velocidade
Quando o assunto é competição de automotores, os jovens são associados como protagonistas. Inspirados por um sentimento de auto afirmação e quebra total de regras, eles consideram esse hábito nada mais que mera diversão.

O Tenente da Polícia Militar, Emerson Massera, explica que os cenários dos rachas variam em função da atuação das autoridades. "Quando a polícia começa a desencadear operações reincidentes, os grupos migram para outros locais", relata.

Há seis anos, Emerson realiza um trabalho de monitoração constante na capital paulista, tendo em vista a identificação dos praticantes. A população também pode colaborar, passando informações através do disk denúncia (181).

O tenente conta que existem 72 pontos de maior incidência de rachas, na cidade. "Todo fim de semana, pelo menos 16 operações são realizadas, sendo oito na madrugada de sexta para sábado e outras oito na madrugada de sábado para domingo. Isso sem falar nas operações pontuais".

Atentado à natureza
Uma outra face das práticas de contravenção são as rinhas com animais. Com um público assíduo à modalidade, as arenas de competições, muitas vezes sediadas em locais luxuosos contidos de glamour e requinte, realizam duelos que expressam a crueldade humana.

Os duelos são mais comuns entre cães, galos e canários que lutam até que o dono desista, em virtude de ferimentos graves. Mas, em combates profissionais do tipo Till Death do Us Part (até que a morte nos separe), as rinhas só terminam com a morte de uma das partes.

Racionais ou selvagens?
Aquém dos ringues de luta e das práticas esportivas legais, as brigas de rua ganham os becos urbanos, fazendo perpetuar a violência nas cidades. Os combates acontecem entre os chamados pit boys; jovens de classe média alta, em sua maioria freqüentadores de academias de artes marciais.

Lesões e ferimentos à parte, as lutas urbanas, assim como as outras práticas a contra regras, funcionam como exercício do hobby dos adeptos. Fazendo o uso indevido de golpes de torções e estrangulamento, eles se agridem simultaneamente, num jogo de riscos e perigo constantes.

Leis e punições
Rachas
O Artigo 175 do Código de Trânsito prevê que utilizar-se de veículo para, em via pública, demonstrar ou exibir manobra perigosa, arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamento ou arrastamento de pneus implica em infração gravíssima; sendo a penalidade multa, suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo.

Rinhas de animais
O Ibama alerta que, conforme o Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, em caso de abuso, maus tratos, ferimento ou multilação de animais sivestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, a pena prevista é: detenção de três meses a um ano e multa. E o Art. 17 do Decreto 3.179/99 - prevê multa de:
R$ 500 a R$ 2 mil com acréscimo por exemplar excedente;
I- R$ 200 por unidade;
II- R$ 10 mil por unidade de espécie constante da lista oficial de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo I da CITES;
III - R$ 5 mil por unidade de espécie constante da lista ofical de fauna brasileira ameaçada de extinção e do Anexo II da CITES.

Brigas de rua
*A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj ) aprovou um projeto, que altera a lei 2.805/97, determinando que os alunos de artes marciais sejam fichados. De acordo com o deputado Fábio Silva, o objetivo é diminuir brigas de rua entre jovens de classe média alta que praticam artes marciais. A Alerj afirma que a lei pode ajudar muito na investigação e na identificação dos agressores.


Atualizado em 6 Set 2011.