Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal


Quando pensamos no litoral norte de São Paulo, sempre vem à mente Ubatuba, Caraguá e aquelas praias de areia fofa entre montanhas que consideramos programa de índio quando o assunto é passeio de bike.

Agora Bertioga, que é bem mais próximo da capital, é o paraíso para os amantes de pedaladas à beira-mar. Não importa a maré, a praia sempre tem uma faixa de areia durinha, que permite um passeio tranquilo.

A Praia da Enseada, que sai do forte de Bertioga e vai até Indaiá, tem cerca de dez quilômetros. Para quem gosta de pedais extensos, essa marca parece pouco, mas fuçando nas imagens de satélite pelo Google Earth, vi umas trilhas que ligam as três principais praias do município: Enseada, Riviera de São Lourenço e Itaguaré, um total de 25 quilômetros.

Peguei um domingo de sol deste inverno antecipado, para achar essas ligações e testar as três praias para um passeio de bike. O ar frio que vem do sul mantém tudo fresco, mesmo com céu azul. Parti não muito cedo, quando vi que a maré estaria baixa no período da tarde. Apesar de a praia permitir um pedal mesmo com a maré alta, esta providência é boa porque a largura total da praia fica maior e assim sobra espaço para todo mundo e permite velocidade maior.

A enseada de Bertioga mudou muito nestes últimos dez anos. Até o Sesc, uns quatro quilômetros do canal está com construções. Com isso, a quantidade de turistas na praia é considerável, mesmo no inverno. Depois do Sesc, há uma área de terrenos ainda intocados que confere à praia um ar mais selvagem, mas sempre tem gente por perto.

No final, o bairro do Indaiá coloca bastante gente na areia novamente. Esta parte também conta com a turma que desce de Mogi para passar o dia, já que o final da estrada dá exatamente nesse bairro. Por isso, nesse ponto é legal redobrar a atenção com as crianças que, sem mais nem menos, resolvem dar meia volta e correr para os pais sem olhar para os lados, com seus baldinhos cheios de areia e conchas.

Quase chegando ao morro que separa a enseada da Riviera, tem que entrar à esquerda para pegar a trilha que vai transpor o canal que ajuda a separar as praias. Um quarteirão depois, aparece o canto do Indaiá à direita. Deste ponto, já é possível ver a praia da Riviera. Indo pela rua de asfalto, você vai ver uma viela de dois metros de largura que vira uma trilha e termina atrás do posto sul dos bombeiros da Riviera. Se ficar na dúvida, é só parar um pouco e esperar que algum ciclista apareça. Tem sempre algum caiçara passando de um lado para o outro em suas bikes cantantes. Como elas nunca tem óleo, estão sempre rangendo.

A Riviera de São Lourenço tem um visual completamente diferente. Até parece outro mundo. Tudo é arrumadinho. Até a vegetação da orla foi trocada por coqueiros e grama, para desespero de ecologistas. O que muda também é o preço dos camelôs. Até parece pedágio, pelo visual mais cosmopolita. A qualidade da areia da praia para o pedal é a mesma. Apenas a quantidade de gente é bem maior. Nessa faixa, eu pedalo bem mais na manhã para evitar qualquer acidente, pois as crianças também saem correndo sem olhar pra lugar algum, a não ser seu baldinho. O trecho tem cerca de oito quilômetros e acaba em outro morro.

E é bem ao pé do morro que aparece uma rua que leva à mais deserta das praias de Bertioga: Itaguaré. Neste caso, não tenha dúvidas: é chegar ao pé do morro e virar à esquerda. Este pedaço de praia tem cara de paraíso. O acesso de carro é complicado, por isso somente surfistas e quem está à procura de sossego se aventura a seguir o c

Atualizado em 6 Set 2011.