Guia da Semana

Fotos: www.sxc.hu

A estabilização da economia, a facilidade em adquirir pacotes turísticos para o exterior e a baixa cotação do dólar tem propiciado condições para que muitos brasileiros descobrissem uma opção de modalidade esportiva que pode ser praticada como atividade de lazer durante as férias. Apesar de não ser tão novo, o esqui na neve ganha a cada ano, mais adeptos vindos dos trópicos. Muitos dos praticantes - profissionais ou não - já estão de malas prontas para aproveitar a temporada no hemisfério norte, já que em geral, as estações de esqui por lá abrem de novembro a abril.

Motivos para aderir ao esqui na neve não faltam. Além da adrenalina das descidas, a bela vista das montanhas geladas, o desafio de um esporte em condições absolutamente adversas às que, nós brasileiros, estamos acostumados são algumas delas. Sem contar a oportunidade de conhecer lugares impressionantes de países que detém áreas montanhosas com estações de esqui bem estruturadas. Entre eles estão Estados Unidos, Canadá, Suíça, Áustria, Itália, França e outros.

Quem não ficaria maravilhado com uma vista da na região de Trois Vallées, nos alpes franceses? Ou ainda, curtir a dabalação de Aspen (EUA) depois de esquiar? Dá também para alternar o esqui com andar a cavalo na neve, dogsledding (um trenó puxado por cachorros), patinação no gelo, snowmobiling (dirigir snowmobiles, aquela espécie de ´moto da neve´) em Mont Tremblant (Canadá). Em outras palavras, dá para aliar férias, atividade esportiva e muita diversão num único "pacote".

Porém, é necessário ficar atento. O esqui na neve é uma prática esportiva como qualquer outra. Portanto, assim como tal, exige preparação física e o uso de equipamentos adequados. Além do par de esquis, capacete, luvas, botas, googles (óculos especiais para proteger os olhos da neve), poles (bastão que os esquiadores a fazer as manobras) e bindings (fixação da bota no esqui) são os materiais básicos.

Um estudo da University of British Columbia (Vancouver - Canadá) apontou que desde a década de 1970, os índices de lesão em esquiadores caíram de cerca de 5 a 8 a cada 1000 para cerca de 2 a 3 a cada 1000 praticantes. A natureza das lesões também mudou. As lesões na perna são cada vez menos comuns, enquanto a incidência de entorses do joelho e ferimentos membros superiores se tornaram mais freqüentes. Em parte a melhor tecnologia aplicada aos equipamentos contribuiu para minimizar muitas das ocorrências, mas ainda não foi suficiente para enfrentar adequadamente o problema de entorses do joelho.

As lesões mais freqüentes acometem o joelho por ser uma articulação de ossos ligados apenas por ligamentos. No caso de atletas adeptos de modalidades mais radicais é muito comum ocorrer entorse do joelho quando os esquis se cruzam e o corpo roda sobre o joelho. As lesões geralmente afetam os meniscos e ligamentos cruzados, mais muitas vezes chegam a lesar a cartilagem.

Um trabalho preventivo contribui muito para que eventuais lesões não aconteçam. Iniciar a preparação com reforço muscular dos membros inferiores (musculação) num período de pelo menos três meses antes de iniciar a prática já minimiza em muito os riscos. Também é necessário contar com a orientação de professores especializados não só para adquirir técnica, mas também para conhecer os equipamentos adequados e as pistas - geralmente classificadas entre categorias como Aprendizagem, Iniciantes, Intermediários e Experts - mais condizentes com seu nível de habilidade no esporte.

Essas são algumas dicas para que suas férias nas estações de esqui não sejam "inesquecíveis", de uma forma como não deveriam. O ideal é que a descoberta de um "novo" esporte possa incentivar ainda mais as pessoas à iniciar a prática regular de atividade física. Entidades como a CBDN - Confederação Brasileira de Desportos na Neve ( www.cbdn.org.br) costumam divulgar o esporte a fim de conquistar adeptos e propiciar o conhecimento sobre o esporte e suas modalidades. Basta entender que o esqui na neve já gerou variações tão diversas como o gelande (salto na montanha durante a noite), downhill (corrida com curvas e saltos) e freestyle aéreo (salto com acrobacia); cross country (ou esqui nórdico: uma maratona de esqui, com subidas, descidas e trechos planos), entre outros.

Quem é o colunista: O ortopedista Ari Zekcer é especializado medicina desportiva e cirurgia do joelho

O que faz: Diretor da Zekcer Sports Medicine e chefe do setor de Ortopedia do Hospital São Luiz

Pecado gastronômico: Pizza

Melhor lugar do Brasil: Bahia

Fale com ele: www.arizekcer.com.br (em "Contato")





Atualizado em 6 Set 2011.