Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal

Porto Seguro foi descoberto por agências especializadas em trazer diversão de baixo custo para adolescentes. Destino garantido para teens que estão terminando a escola ou se preparando para entrar no Ensino Médio: azaração, baladas, tudo isso e mais um pouco.

Mas não é apenas disso que Porto Seguro é feita. O turismo é a economia dominante na cidade, como se um turista sustentasse até seis moradores ou nativos, expressão muito utilizada para identificar quem é da cidade.

Porto Seguro é banhado pelo Rio Buranhem com o mar mais à frente, separado por recifes. A orla não chega a ser marítima e, talvez por essa razão, é bem pouco explorada.

Há poucas luzes para passeios noturnos, que ficam por conta da Passarela do Álcool. A partir das 19h, o movimento aumenta, mas não fica até muito tarde - por volta das 23h30, já começa a diminuir. Para os que moram em São Paulo, lembra as feirinhas artesanais das praças, como a da Praça da República.

As ruas largas, com paralelepípedos e sem semáforos, mostra o ritmo baiano. É calmo, mas não que eles sejam lentos, pois nós é que somos acelerados. Então, relaxe. Porto Seguro não tem estereótipos baianos como o axé por todo o lado e, se você pensa que encontrará "macumba", está por fora.

As avenidas Navegantes e 22 de abril demarcam melhor o centro da cidade, com a concentração de hotéis e pousadas que não ultrapassam dois andares e direcionamento para as lojas na Passarela do Álcool.

O centro antigo é uma outra dica que dou para vocês visitarem. Afinal de contas, o Brasil nasceu em Porto Seguro. Observar a primeira prisão, a vista que os portugueses tiveram de nossa terra, as construções da época e, no final, ainda experimentar o acarajé delicioso da baiana Maria (R$5) vale a pena.

Se ainda quiser saber mais sobre a história do nascimento do país, o Memorial da Epopeia do Descobrimento é uma boa escolha. Lá, adolescentes se apresentam como se estivessem no dia da descoberta. O menino caracterizado de português, a menina de índia, todos com um diálogo interessante. Uma passagem pelo museu e, no final, entrar na réplica da caravela que veio "sem querer" para a terra dos sabiás. Mais divertido do que as aulas de história.

Para fazer compras em Porto Seguro ou comer, é preciso ter dinheiro vivo. Parece que os nativos não gostam muito da ideia dos cartões de débito ou crédito. Na Passarela, ainda encontrará mais opções, mas, para não passar nervoso, leve dinheiro. São poucas as opções de bancos (Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, caixa eletrônico 24horas), que não costumam funcionar sempre. É preciso paciência, paciência e mais paciência.

Na gastronomia, experimente o feijão tropeiro; é diferente do mineiro. É quase um feijão de corda, daquele cearense, mas é diferente. O tempero da comida nativa não é forte, sendo mais gentil com o paladar dos turistas. Se quiser arriscar uma lagosta, visite a Tia Nenzinha, que fica na Passarela, próxima à igreja. Além de super saborosa e caprichosa, o atendimento é amigável.

Ir de pacote fechado para Porto Seguro poderá lhe tirar a oportunidade de conhecer alguns lugares específicos, pois muitos abrem apenas após as 17h. Mas, se tiver sorte, terá um guia apaixonado pelo que faz, disposto a te contar tudo e mais um pouco sobre a cidade, bem como dicas de passeios. Cosme foi o guia que me apresentou Porto Seguro e suas praias distritais muito além do que estava no folheto que tinha.

Se você conversar com os nativos, descobrirá que todos gostam muito de sua terra, mas estão bem tristes com o prefeito que dizem não fazer nada para solucionar os problemas. Apesar da cidade ser sustentada pelo turismo, ainda há muito pé atrás por parte dos nativos.

As praias que rodeiam Porto Seguro e atraem os turistas são muito bonitas, mas falarei em uma próxima oportunidade, pois merecem um capítulo à parte. Porto Seguro é pacata e sossegada, perfeita para levar a família e, claro, os adolescentes ainda se divertem bastante por aqueles lados.

Leia as colunas anteriores de Carolina Teixeira:

Montreal, preciso falar francês

Joanópolis - Gigante, Lobisomem e Fuscas


Quem é a colunista: Carolina Teixeira, 24 anos, turismóloga e estudante de jornalismo.

O que faz: É consultora educacional de intercâmbio cultural, se entregou ao mundo do turismo, pois, desde que se conhece por gente, fica mudando de um lugar para outro.. Também come, fala (muito), dorme, se diverte e viaja igual a tantos, além de escrever vez ou outra.

Pecado gastronômico: Café (não importa como), uma boa massa, sorvete no frio, bolinho de chuva e sonhos aos domingos.

Melhor lugar do Brasil: São Paulo.

Fale com ela: carolinatex @gmail.com ou acesse seu blog

Atualizado em 6 Set 2011.