Guia da Semana

A primeira etapa do Red Bull Music Armada, em Florianópolis, chegou ao fim. Na cidade, o Tocorimé chamou a atenção pelo seu tamanho: quase 40 metros de comprimento, 14 "marinheiros" e três grandes velas, além das auxiliares. Já os tripulantes levaram da ilha o sabor de frutos de mar e o ritmo predominante da sunset party catarinense: o indie rock dançante da banda Copacabana Club, mostrado a bordo pela vocalista Camila Cornelsen (Cacá) e pela baterista Claudinha Bukowski.

Diretamente dos mares de Santos - segunda etapa da jornada -, Renata Simões contou ao Guia da Semana os melhores momentos da parada em Floripa.


Guia da Semana: Você comentou que embarcar na aventura do Red Bull Music Armada seria como o primeiro dia de aula. E agora, como você classifica essa sensação de integrar a tripulação do Tocorimé?

Renata Simões: Eu estava supernervosa, mas foi muito melhor do que eu esperava ou, pelo menos, do que a minha ansiedade exagerada estava me permitindo esperar. Fui superbem recebida pela família do Tocorimé. Assim que cheguei, o capitão me deu a camiseta do barco. Estou superintegrada e eles estão tendo megapaciência comigo. Já fiquei até no leme, que é o equivalente à direção do barco. Percebi o quanto o trabalho é físico mesmo. Quando voltar para casa, vou estar toda roxa de tanta batida. Os espaços entre os beliches são pequenos, todos os espaços são pequenos. Toda hora eu bato na mesa, eu bato em tudo.


GDS: Então você está colocando a mão na massa no barco?

RS: Total. Às vezes, quando peço para me passarem algo para fazer, eles brincam que vão me mandar para a casa de máquinas, que é um lugar onde ninguém vai em condições normais. Só quando dá problema mesmo. Aqui tudo funciona em turnos. Enquanto uns cuidam do barco, os outros descansam. Durante o dia são turnos de seis horas e, à noite, são turnos pequenos, de quatro horas. Nos turnos da madrugada, quando te acordam, você sempre está perdida, nunca sabe onde está, se está acordada, se está sonhando, se estão realmente te chamando.


GDS: O que achou mais difícil nessa empreitada?

RS: Os imprevistos da natureza. Você está navegando e, de repente, o mar vira, chove, o vento muda de direção. Fazer café no turno da noite foi a coisa mais hilária. O barco mexia e caía café pela pia toda. Eu não tinha noção nenhuma e foi tudo muito engraçado.


GDS: E o que achou mais fácil?

RS: Todo mundo me falava que eu ia enjoar muito, que não ia conseguir dormir, mas foi tudo muito tranquilo. Não enjoei nenhum dia e dormi como uma pedra. Cheguei a dar uma mareada em terra, mas foi só.


GDS: O que mais te impressionou na embarcação?

RS: Eu acho que o porte dela. A gente saiu de Floripa e um monte de gente parava para tirar foto. Pessoas de outras embarcações paravam ao nosso lado e pediam para fotografar. É realmente um projeto muito legal. O Tocorimé é grande, tem três velas enormes, fora as auxiliares. É meio que uma nau mesmo, superimpressionante.


GDS: E na rotina de bordo, o que mais te chamou a atenção?

RS: Essa coisa de aprender a conviver em um espaço muito pequeno. Ou todo mundo entra em acordo para o bem comum ou dá problema, com certeza.


GDS: Alguma coisa te assustou ou te impactou positiva ou negativamente, nessa primeira etapa da viagem?

RS: Eu sou tranquila, mas teve um dia em que pegamos um rajada de vento que rasgou a vela. Eu percebi pela correria que não era algo esperado pela tripulação, algo normal. Aí, não adianta você se desesperar, é preciso confiar. Ou confia ou acaba atrapalhando. Também aprendi a olhar todo dia a previsão do tempo, faz parte da rotina de quem navega.


Foto: Divulgação/ Alvo Comunicação
Após primeira etapa em Floripa, Tocorimé segue para o litoral paulista


GDS: Falando dos dias em Florianópolis, o que você descobriu de mais inusitado?

RS: A gente foi andar em um hotel dedicado ao skate [Hi Adventure], onde conhecemos uma turma de skatistas que disse que Floripa é a Califórnia brasileira, onde prevalece o eterno Verão, o clima jovem e o mar. É um estilo de vida muito parecido. Nesse hotel há uma piscina diferente: não tem água, só cimento, justamente para os hóspedes poderem andar de skate à vontade.


GDS: Em Floripa, o que te surpreendeu?

RS: Eu já conhecia Floripa, mas posso dizer que o que me surpreende na cidade é ela ter sempre o espírito tipicamente brasileiro: jovem, alto astral, de curtir o Verão. Estamos em março e o pessoal está se despedindo da estação, tentando encontrar o sol. O mais legal foi começar a viagem com esse astral, com as meninas do Copacabana Club que fizeram um som muito gostoso. Deu tudo certo. E, antes de zarparmos, golfinhos passaram ao nosso lado, foi incrível.


GDS: Falando de ritmos, como é a música catarinense?

RS: Essa fase foi bem legal porque foi voltada para a música do Sul como um todo, não só de Santa Catarina. O Copacabana Club mesmo é de Curitiba. Mas aqui em Floripa surpreende a variedade, é uma música plural. As noites de hip hop bombam por aqui. As pessoas têm mesmo o espírito de Verão, gostam de estar na rua, de dançar. Imagine como estavam na véspera de carnaval!


GDS: E a comida? O que provou de mais saboroso?

RS: O que eu provei de mais saboroso foi o risoto de frutos do mar preparado a bordo. Também fui comer a sequência de camarão, muito tradicional e que eu adoro, e comida japonesa.


GDS: Sobre a primeira sunset party do roteiro: atendeu suas expectativas?

RS: Foi na medida. A primeira festa sempre é complicada, a gente fica nervosa e tal. Mas a turma foi dez, as meninas do Copacabana Club mandaram muito bem, o pessoal dançou. Deu para perceber que as sunset parties a bordo funcionam, porque a hora que o barco zarpa é especial. Agora me sinto mais preparada para a segunda festa, que terá tudo a ver com Santos.

GDS: O que rolou de melhor na sunset catarinense?

RS: Foram dois arco-íris que apareceram no percurso. Você está navegando, vê uma parte com chuva e, de repente, aparecem dois arco-íris. Tem também o clima de convidar as pessoas para viverem essa aventura no barco. As meninas do Copacabana Club trouxeram coisas novas da banda para dentro do Tocorimé, foi tudo muito legal. Mas a natureza, a cena dos arco-íris, foi o que marcou.


GDS: Sobre Floripa, em poucas palavas:

RS: Um cheiro... do mar

Uma cor... esmeralda

Um sabor... frutos do mar

Um som...indie rock dançante

Um momento... a partida do barco. Quando içamos as velas, é de chorar, é superemocionante.

Uma música... Just do It [Copacabana Club]

Queria ficar mais um pouco para... poder passear mais pela cidade, fiquei com vontade.

A viagem valeu a pena porque... é o começo de uma jornada.


Serviço

Red Bull Music Armada
Datas: 3 a 27 de março de 2011
Locais: Florianópolis, Santos, Ilhabela, Paraty, Búzios e Rio de Janeiro.
Transmissão: www.redbull.com.br e Rádio Oi FM

Programa De Carona
Horários: Segunda a sexta, 17h às 19h.
Apresentação: Renata Simões e Joana Ceccato
Transmissão: Oi FM (94,1)

Especial Red Bull Music Armada
Datas: 3 a 24 de março de 2011.
Horários: Quintas, às 22h.
Transmissão: Rádio Oi FM (94,1)

Flashes Sunset Parties
Datas: dia 11 de março, sexta, na parte da tarde (ao vivo)


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Atualizado em 6 Set 2011.