Guia da Semana

Fotos: www.sxc.hu
Eu mudei para São Paulo em 2005, quando resolvi sair de uma cidade no sul de Minas Gerais, para aprender jornalismo. Desde então, a cada 15 ou 20 dias (e até um ou dois meses, porque quando comecei a trabalhar aqui, o tempo ficou muito mais curto), viajo até Minas para visitar minha família e meus amigos que estão por lá. São cerca de três a quatro horas de viagem de carro, ou cinco a seis horas de ônibus.

Há duas opções de estradas. Uma é pela Rodovia dos Bandeirantes, passando por Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Campinas, Andradas, Poços de Caldas e algumas outras cidades. Outra opção é a Rodovia Fernão Dias, até Pouso Alegre, quando saio da rodovia e vou para a estrada estadual, passando por algumas cidadezinhas. Pela Bandeirantes há cerca de seis pedágios (algo caro ultimamente para qualquer lugar que for, principalmente praias) e muitas serras. Já pela Fernão Dias, cuja reforma da estrada acabou recentemente (e já está precisando de novos retoques) não há pedágios, mas circulam muitos caminhões e a atenção deve ser redobrada, principalmente se a viagem é no período da noite.

Meu irmão e eu sempre vamos pela Fernão Dias, porque ele conhece bem o lugar. Em 2005, a rodovia estava em reforma, então demorávamos na viagem, pois eram diversos desvios de uma pista para outra e somente um lado dela se encontrava ativo. Além disso, a quantidade de caminhões e carros que passam pela estrada, não importando se é feriado ou não, é muito grande. No final de 2006, estava tudo normalizado, com mais pistas e, com certeza, mais pessoas viajando.

Na Rodovia Fernão Dias também há uma coisa engraçada: lombadas. Sim, aquelas elevações no asfalto existentes normalmente perto de hospitais e escolas dentro das cidades, para que o motorista reduza a velocidade. No sentido São Paulo-Minas Gerais tem uma ao lado de um posto de fiscalização de caminhoneiros, perto de Mairiporã, com iluminação e placas por todos os lados. No sentido contrário, a gigantesca lombada está perto da cidade de Cambuí.

Não estou dizendo que os motoristas devam correr na rodovia, mesmo porque existem radares e placas com limite de velocidade por toda a estrada. Mas, para quem não conhece a região e passa por lá pela primeira vez, quando observa a placa sinalizando uma lombada a 500, 400, 300, 200 e a 100 metros (sim, elas sinalizam a cada 100 metros), acha que é pequena e não vai precisar parar o carro para passá-la. É aí que entra o perigo, tanto para o motorista quanto para o carro, pois ela é imensa e é preciso reduzir a velocidade, muito. Caso aconteça o contrário, o carro passa muito rápido e há o sério risco de quebrá-lo e ter um prejuízo no bolso, porque amortecedores não são assim tão baratos.

São quase quatro anos passando por lá e toda vez eu me pergunto o motivo dessas lombadas existirem. A do sentido São Paulo-Minas Gerais, eu até compreendo, porque é do lado de um posto de fiscalização de caminhões e lá sempre está lotado e há motoristas chegando e saindo a todo o momento. Mas a do sentido contrário, que é a gigante, está numa pista dupla. De um lado é a divisão da estrada e, do outro, o acostamento e árvores. Talvez seja preciso algo mais que placas de limites de velocidade para o controle dos motoristas. De qualquer forma, nesse trecho que sempre passo são somente duas lombadas, então por que não há mais pela estrada? E caso forem colocar ou tirar esses empecilhos, poderiam aproveitar e arrumar a estrada, que não está mais em excelentes condições.

Quem é a colunista: Maraísa Bueno, uma mineirinha que largou muita coisa pra correr atrás de novas oportunidades na cidade grande.
O que faz: estudante de jornalismo e repórter da equipe do Guia da Semana.
Pecado Gastronômico: uma boa massa e, é claro, chocolate!
Melhor Lugar da Cidade: minha casa, na pequena cidade de Serrania, sul de Minas Gerais.
Para Falar com Maraísa: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.