Foto: Arquivo Pessoal |
Depois de dias nos programando para aquele fim de semana, minhas amigas e eu chegamos ao nosso destino debaixo de chuva. Não estou falando de São Paulo, por incrível que pareça. O destino era a cidade maravilhosa, com seus mil encantos, que não pude aproveitar tão bem como queria. Mas já deu para ter uma idéia da razão de tantos gringos dominarem as ruas do Rio de Janeiro, geralmente entre setembro e janeiro.
As passagens de avião aumentaram ultimamente, o que me obrigou a aderir a uma viagem de ônibus. De qualquer forma, foram seis horas confortáveis de viagem, na classe executiva. Por R$ 74,00 a passagem, havia um banco totalmente reclinável, apoio para os pés, kit lanche, cobertor e travesseiro, além de um filminho passando na TV. Mas leve seus fones de ouvido, pois ninguém merece as chamadas apnéias do sono alheias (vulgo ronco).
Quando estávamos chegando, começa uma discussão entre motorista e passageiro, já que o segundo queria que o primeiro parasse num ponto X da rota para ele descer. A briga aumentou e o passageiro esmurrou o vidro, fazendo com que o mesmo trincasse. Parada: posto policial na entrada da Ilha. Passada a confusão, seguimos para a rodoviária.
Descendo do ônibus, ainda um pouco atordoada, não fiquei muito feliz com a vista um tanto feia e tive vontade de voltar para casa. Mas isso logo passaria e com certeza teria sido evitado se minha escolha fosse pelo transporte aéreo, pois o aeroporto fica num lugar bem mais bonito da cidade. Seguindo adiante, o taxista de dentro da rodoviária queria cobrar R$ 50,00 até Copacabana, dizendo que era bandeira dois (no sábado, 12h). Pegamos o táxi na rua e não só pagamos a bandeira um, como o custo foi de R$ 20,00. Uma leve diferença.
De repente, o cenário começou a mudar. O simpático taxista fez algumas paradas turísticas para tirarmos fotos de pontos turísticos como o Cristo, o Copacabana Palace e de uma única residência que ainda resiste entre os prédios da Avenida Atlântica - rua fechada de um lado aos domingos, para caminhadas, passeios de bicicleta e outras formas de lazer.
A expressão "cidade maravilhosa" passou a fazer sentido. As crianças de rua não tiram a beleza da areia limpa e das águas calmas de Copacabana, com sua orla cheia de barracas bem cuidadas, que oferecem todo tipo de opção gastronômica ao turista. No fim da mesma, é possível avistar o forte, com um museu cheio de história para contar.
Andando um pouco mais adiante, seguindo pela ciclovia, chegamos à praia de Ipanema. Lá, o vento mais forte proporciona belas ondas e atrai diversos surfistas. Subindo as pedras, a vista do mar dividido em verde claro e escuro fica ainda mais bela e é possível fazer as melhores fotografias. Descendo pela areia fofa, há espaço para descansar debaixo do sol. No meu caso, do pouco sol que encontrei, pois logo vieram as gotas grossas indicando que deveríamos procurar abrigo, rápido. Depois de dar um mergulho no mar de forte correnteza, comi uma esfiha de um "shake", que andava de turbante e tudo pela areia. Claro, não podíamos também deixar de experimentar os famosos biscoitos Globo, uma febre na cidade.
Mesmo trancada dentro do restaurante enquanto o mundo desabava sobre o mar, pude experimentar um pouco da hospitalidade carioca. Seguindo para uma sala do estabelecimento, encontramos um grupo de senhores e senhoras que dançavam com toda energia ao som do samba. Foi lá que passei divertidos minutos com uma senhora me puxando para dançar, crente de que eu e minha amiga éramos argentinas. Pudera, a dança envergonhada não tinha cara nenhuma de Brasil.
Mais tarde, um passeio cultural. Uma visita ao Teatro Carlos Gomes para assistir à reestréia da peça 7 - O Musical, com Zezé Mota, fechou muito bem a noite fria. Infelizmente, não tive tempo de provar das famosas baladas, principalmente de samba, da Lapa. Mas deixo isso para o próximo passeio, que com certeza será em breve e sem chuva.
Quem é a colunista: Carolina Tavares
O que faz: Jornalista do site Guia da Semana.
Pecado gastronômico: tapioca de banana com chocolate coberta por sorvete.
Melhor lugar do Brasil: qualquer praia.
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.