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O fluxo de movimentação nas grandes, pequenas e médias cidades é viabilizado pelas locomoções via terra, trilhos, cursos fluviais ou aéreos. No caso de grande parte das pessoas, os transportes públicos coletivos são essenciais para ir e vir para o trabalho, escola, faculdade ou compromissos pessoais. Uma forma de ter fácil acesso aos locais, contribuindo também para o bom andamento do trânsito, visto que alguns usuários desses sistemas têm veículo próprio e preferem deixá-los em casa durante a semana.

Trem, metrô, ônibus, lotação, inúmeras são as formas que se adequam às distâncias e localidades. A jornalista Nathalya Buracoff, que mora na Freguezia do Ó, zona norte de capital paulista, pega duas conduções de ida e duas de volta para realizar suas atividades de rotina, diariamente. Ela relata que é uma boa alternativa, mas reclama da superlotação e do tempo gasto no percurso. "Nos horários de rush chego a perder duas horas no trajeto que vai da minha casa até a região central de São Paulo, onde trabalho. Isso sem falar nos coletivos abarrotados de pessoas", explica.

Para evitar os transtornos com o fluxo de trânsito, a melhor opção é o metrô. Transportando 3 milhões de usuários, diariamente, dentro da capital paulista, ele é considerado um dos mais eficazes meios de transportes e surpreende por circular a apenas 50 km/h. A velocidade é moderada, mas o que faz a diferença é o fato dos vagões andarem por trilhos que, na maioria dos casos, são submersos ao solo, o que permite um fluxo rápido e livre de atribulações. Contudo, os serviços do metrô, em São Paulo, ainda não atendem a toda demanda da população. Hoje, existem 61,3 km de linhas em funcionamento e mais 30 km de obras de extensão, que devem ser entregues daqui três anos ou mais. Até 2010, também deve entrar em atividade um novo sistema de sinalização e controle dos trens, possibilitando, com segurança a redução do intervalo entre as composições, com aumento significativo do número de viagens.

O sistema metroviário abrange outros meios de transporte, via transferência gratuita, fazendo interligação com os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) que dispõem 253,2 quilômetros de linhas operacionais, cortando 22 municípios da região metropolitana. Além disso, a Ponte Orca, serviço complementar do metrô, gerenciado pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), permite a integração entre as linhas 2 e 3 do metrô e a linha C da CPTM, respectivamente nas estações Vila Madalena, Palmeiras-Barra Funda e Cidade Universitária, através de um sistema de vans.

A CPTM, atualmente, também tem investido na ampliação e modernização de suas linhas. "Nossa meta é dobrar a capacidade de transporte, dos atuais 1,5 milhão para mais três milhões de usuários ao dia, em três anos", afirma o Secretário de Transporte Metropolitano, José Luiz Portella. "Esse crescimento virá com significativo aumento na qualidade dos serviços prestados. É a prioridade dessa gestão", completa.

Aos que moram longe
Para quem vive em uma metrópole, a necessidade dos meios de transportes se intensifica, principalmente para quem vem das chamadas "cidades dormitórios", que servem apenas para o repouso, uma vez que a maioria das pessoas, que residem nelas, trabalham ou estudam na cidade satélite, distante em até 100 km desses locais. Esse é o caso da secretaria de viagens e turismo Marina Yumi Otsubo. Ela mora em Suzano, a cerca de 80km da capital paulista e, usufruindo de trem e metrô, leva cerca de duas horas diárias para chegar ao trabalho.

Yumi acha razoável a situação dos transportes públicos, mas lamenta o transtorno que enfrenta, no entra e sai de pessoas: "Na minha opinião, os trens, por exemplo, deveriam dispor de mais vagões, nos horários em que existe um fluxo mais intenso de passageiros. Já passei por episódios constrangedores, como ficar em posições desconfortáveis ou perder objetos pessoais, no meio do tumultuo", lembra.

Visando interligar as localidades que margeiam as cidades de São Paulo, Santos e Campinas, a EMTU, empresa vinculada à Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM), está presente em 67 municípios que compõem as respectivas Regiões Metropolitanas. Os serviços atendem uma população de 21,5 milhões de habitantes. Cerca de 5 mil veículos realizam o itinerário das linhas intermunicipais. Outros 13 mil carros são responsáveis pelo serviço de fretamento e transporte escolar também ficam sob inspeção da companhia.

Corredores
A interação dos transportes públicos terrestres com outros veículos é uma receita que, facilmente, resulta em engarrafamento do trânsito. Para a redução da intensificação desse quadro, a Prefeitura criou o projeto de corredores urbanos, que consiste na criação de vias específicas para a circulação de ônibus, o que permite uma fluência maior nas ruas e avenidas de grande movimentação.

Hoje, a situação nas Avenidas Rebouças e Santo Amaro, que ficam respectivamente na zona oeste e sul de São Paulo, é mais favorável às pessoas que fazem diariamente esses trajetos, principalmente nos horários de pico. Para Nathalya Buracoff, essas medidas são válidas, mas ela questiona que muito mais precisa ser feito: "Não é possível que uma cidade como a nossa não tenha estrutura para comportar o fluxo de trânsito da população. Precisamos usufruir do transporte coletivo. No entanto, existem pessoas que chegam a passar quatro horas diárias no trânsito. Pra mim isso é uma realidade inadmissível, esse é o tempo de fazer uma viagem internacional, não deveria ser gasto para atravessar de um lado a outro da cidade, ou de uma cidade para outra que seja. Mais do que urgente, precisamos de novas políticas de planejamento de trânsito e transportes públicos", alerta.

Informações sobre os transportes coletivos
Para maiores informações sobre ônibus intermunicipais, fretados e escolares acesse www.emtu.sp.gov.br (consulte o campo- conheça nossos serviços)
Informações sobre o metro, acesse www.metro.sp.gov.br
Informações sobre a CPTM, acesse www.cptm.sp.gov.br


Atualizado em 6 Set 2011.