Guia da Semana

Foto: Arquivo Pessoal

Eu, literalmente, marinheiro de primeira viagem, acabo de passar minhas férias em Fortaleza. Logo que pesquisei sobre o lugar percebi que me identificaria, e muito, com tudo o que me esperava por lá. E não deu outra. Imaginem a seguinte situação: durante o dia, sol, praia, água de coco, cerveja gelada e, logo em seguida, uma noite que ofereçe desde forró "risca faca" até uma balada comandada por DJs gringos. Sua única preocupação por lá é se a caipirinha será de pinga ou vodca, se o peixe será assado ou frito, se a balada da noite é eletrônico, forró ou rock. É exatamente esse o cenário que a cidade oferece.

Nunca havia viajado de avião e tinha uma vontade imensa de saber como é cruzar os ares. Ao lado de dois amigos, tive a oportunidade de conhecer esse estado caloroso e receptivo. Fiquei hospedado em um flat na Avenida Beira Mar, ponto bem localizado. Partindo disso, definimos qual seria nossa programação para os nove dias que passaríamos por lá.

No primeiro dia fomos para a Praia de Cumbuco. Um lugar muito legal para quem curte "emoções". O passeio de bug (dica: quando quiser mais adrenalina no carro, fale "arrocha", o motorista vai entender) leva até uma duna onde é possível fazer skibunda e depois para em um quiosque à beira-mar. Lá, é só escolher um peixinho, uma porção, pedir uma cerveja e ser feliz.

Como não poderia faltar, tive que passar pelo Beach Park. Para quem curte aventuras, recomendo. A entrada é salgada, R$ 95,00, mas passa-se o dia todo, tanto no parque como na praia ao lado que é bem frequentada e boa para tomar um banho de mar. Os toboáguas são a grande sensação do local, dá vontade de ir em todos. Para curtir é só ter fôlego para subir as escadas até o topo de cada um, o que vale a pena. A atração imperdível é o Insano, toboágua de 41 metros com uma descida bem vertical, tanto que é possível descolar da plataforma durante a queda que é de 6 segundos a 80 quilômetros. A dica é não ir aos domingos, pois é o dia mais lotado e como lá dentro a alimentação é cara, vale a pena dar uma escapada até o lado de fora, onde ficam os motoristas dos ônibus de excursão para comer um PF de uma senhora bem simpática, por R$ 10,00.

Depois de se esbaldar no parque aquático, chega finalmente a hora do agito. A noite de Fortaleza é vasta. O Centro Cultural Dragão do Mar oferece diversão para todos os gostos. Nosso rumo foi em direção a casa Órbita, uma balada respeitada na cidade. Por lá, aos domingos, rola banda, DJ e, como bom paulista que sou e por aqui já cheguei a pagar R$ 8,00 em uma latinha de cerveja, me surpreendi ao comprar uma long neck a R$ 2,25.

No outro dia, a rota era Jericoacoara. Muita gente me disse que eu não poderia deixar de conhecer esse lugar, mas que me preparasse, já que fica a oito horas de Fortaleza. O caminho realmente é longo.Quando pisei naquele vilarejo hippie, simplesmente as horas com as pernas apertadas em um micro-ônibus passaram desapercebidas. Para começar bem minha estadia, fui prestigiado com um por do sol divino, visto de cima de uma duna. É aquele típico momento onde você se depara com a natureza e se volta simplesmente para você. Enquanto o sol sai para descansar, é hora da pequena cidade ferver. As ruas não possuem iluminação, apenas as luzes dos bares e lojas (que são muitas). Um diferencial de lá são os horários, nada de relógio ou preocupação.

Também vale a pena experimentar as caipirinhas feitas com frutas típicas e depois que o centro esvaziar, partir para o Mama África. É nada mais que um espaço com música ao vivo e muitos gringos. Legal para curtir um som rústico e arriscar um inglês meia boca acompanhado de um portunhol.

Partindo de Jeri, de volta a Fortaleza entramos novamente em um ônibus e conhecemos mais três praias, Morro Branco, Praia das Fontes e Canoa Quebrada. A primeira oferece imagens sensacionais. Lá é possível andar pelas falésias coloridas e tirar belas fotos. Seguindo, a Praia das Fontes é nada menos de que dois tubos espirrando água. O guia diz que um deles é para os carecas terem cabelo e o outro da juventude. Passado esse atrativo, voltamos ao ônibus e seguimos rumo a Canoa. A praia é gigante e os quiosques são bem movimentados. Vale a pena andar pela beirada do mar e tirar a foto clássica ao lado da imagem que representa o local, uma lua com uma estrela dentro. Tivemos de seguir de volta para Fortaleza ainda cedo, mas segundo o guia, a vida noturna de lá é o que realmente pega. Fiquei na vontade, mas quem sabe em uma volta.

Chegando a Fortaleza era hora de ir para a balada novamente. Conheci um espaço muito bacana chamado 20 e Poucos Anos. A casa tem banda, DJ e o mais interessante, só toca músicas trash embaladas por imagens em um telão imenso exibindo objetos e personagens dos anos 80.

Para fechar com chave de ouro, nada melhor que experimentar o tradicional camarão do mercado do peixe. Pasmem, o quilo do crustáceo graúdo por lá custa R$ 11,00 e logo em frente às barracas existe uma casa onde é possível fritá-los por apenas R$ 4,00. Aí é só partir para o abraço.

Essa viagem me fez perceber algumas coisas que muitas vezes passavam desapercebidas. Comparar uma rede na água, um por do sol visto de cima de uma duna com o trânsito paulista, embalado pela tradicional garoa seguida da correria frenética do dia a dia, é injusto, claro. Mas abre a mente em relação a pequenas coisas que tiram nossa paciência e que muitas vezes nem merecem tanta importância assim. FORTALEZA liberta os males. Portanto o ideal é ir com a mente aberta e preparado para tudo. Vale a pena conferir!

Quem é o colunista: Marcus Oliveira.

O que faz: Jornalista e feliz!!!

Pecado Gastronômico: Todos...

Melhor lugar do mundo: Ainda não conheço...

Fale com ele: marcusjornal @gmail.com ou o siga no twitter.

Atualizado em 6 Set 2011.