Guia da Semana



São Paulo, 12 de junho de 2008.

Oi,

Tudo começou com um beijo. Mas não um beijo qualquer: foram trinta minutos sem desencostar a boca. Nossos nomes, profissões, cidade onde nascemos são tão iguais, porém é incrível como somos muito diferentes. Na realidade, são sei se devo alegrar-me ou lamentar as diferenças, afinal dizem que os opostos se atraem. Muitas vezes fiquei triste com certas coisas que você me disse. Quando eu ouvi da sua boca que algumas vezes arrependeu-se por ter começado a namorar comigo, me senti como uma flor que murcha paulatinamente. O olor vai embora, as pétalas caem até que ela se curve em direção ao chão.

Quando recebi um convite para conhecer Montanhês, no sul de Minas, fiquei alegre porque esta poderia ser a grande chance de estar com você durante alguns dias reclusos em um chalé podendo te namorar. Obrigado por ter aceitado! Eu disse pra mim mesmo "Bruno, agora vai ou racha!". A expectativa para a grande viagem era imensa. Eu contava cada dia como se ele fosse eterno para poder pegar o ônibus e viajar contigo. Eu botava fé que seria um dos melhores passeios da minha vida. Engraçado como esta espera me fez criar um dejà vu e repensar em todo nosso relacionamento. Você não merecia um esforço meu, né? Mas fazer o que? Eu gosto de você.

O dia do embarque chegou e eu te esperei ansioso naquele dia. Subimos no ônibus e ele foi embora a caminho de nossa felicidade. Aqueles papos meio bestas, suas perguntas sobre meu passado, me cheiravam a fim de namoro, contudo eu não queria acreditar naquela possibilidade. E não era isso! Ufa! Eu sou inseguro demais mesmo, afinal não quero te perder. Quando chegamos naquele hotel fazenda, senti o cheiro de lenha pegando fogo e me lembrei da minha infância e de como eu era feliz. Era isso que eu queria de novo: me sentir como uma criança ao seu lado.

Do momento que entramos no quarto, até quando saímos, posso dizer que fui feliz estes dias. E quero muito mais disso! Me recordo dos passeios de quadriciclo, do arvorismo, da mãozinha dada por debaixo da blusa para esquentar as mãos, do carinho e do beijo disfarçado. Acho que realmente esta viagem mudou nosso relacionamento. Espero poder ter mais destes momentos contigo. Não quero perder esta magia que nos uniu.

E para finalizar esta carta, queria te dizer algo como você me diz "Te adoro!", mas isso eu digo para um amigo qualquer. Por você eu sinto algo a mais que isso e agora é minha vez de dizer:

"Te amo, Bruno!"

Quem é o colunista: Felipe Carvalho, mas às vezes coloco em dúvida...

O que faz: Jornalista do interior de São Paulo que veio tentar a vida na cidade grande

Pecado gastronômico: Substância que toda formiga devora, ou seja, doce!

Melhor lugar do Brasil: A minha casa em Taubaté debaixo de um edredon!

Fale com ele: [email protected]

Atualizado em 11 Set 2014.