Guia da Semana

Foto: Getty Images

Você é branché?

Em Paris, a palavra branché (literalmente, "ligado") é utilizada para designar o que está na moda, o que é cool, o que é in... Você vai ouvir muito essa palavra se resolver participar da vida noturna de lá.

Paris tem lugares animadíssimos para quem quer sair à noite, dançar, ouvir boa música, ou simplesmente beber, conversar, paquerar... São estabelecimentos de diversos estilos e públicos: pubs com centenas de tipos de cervejas, bares com decorações que lembram a Paris dos anos 30, casas de rock com decoração country, bares latino-americanos onde se pode dançar samba ou ritmos caribenhos, agitadíssimas danceterias onde a onda é o techno ou o house, etc. Há desde lugares caros e badalados, onde se vai principalmente para ver e ser visto, até barzinhos superinformais onde se toma um aperitivo numa mesinha na calçada.

Cada bairro de Paris tem uma personalidade própria e isso também se reflete na vida noturna. Por exemplo, no Marais, predominam os bares GLS; em St-Germain e no Quartier Latin, a boemia é mais "intelectualizada" e há muitos bares de música latina e jazz (que também existem aos montes em Les Halles e Châtelet). Na região da Champs Élysées, a variedade de estabelecimentos é enorme e a clientela tende a ser um pouco mais sofisticada, enquanto nas proximidades da Bastille e da rue Oberkampf, o público é mais informal. Mesmo que você não seja exatamente do tipo que gosta de badalar até de madrugada, vale a pena dar uma volta por esses lugares pelo menos para sentir o ambiente.

Como em qualquer outro lugar do mundo, Paris também tem suas tribos. Os clubes noturnos, boates e certos bares da moda estão acostumados a receber uma clientela que curte certos tipos de música e aprecia um determinado estilo de roupa. Por isso mesmo, em diversos desses estabelecimentos em Paris, existe uma "filtragem" na entrada: o porteiro barra quem ele acha que não combina com o ambiente. Não se trata de estar ou não "bem vestido". A vida noturna em Paris tem a sua complexidade. Você pode colocar um terno Giorgio Armani e uma gravata Hermès e ser barrado num local onde todo mundo se veste com roupa de couro com botões prateados, coturnos e anda com os cabelos tingidos de cor de abóbora... (Aliás, o que você vai fazer num lugar desses com seu terno de mil e quinhentos dólares?). O que importa é estar de acordo com o ambiente, com a faixa de idade, com o comportamento e com o visual dos freqüentadores.

Quer evitar ser barrado? Aqui vão algumas dicas:

- Muitos desses bares e boates têm também restaurantes. Fazer uma reserva para jantar é uma boa maneira de escapar do filtro.

- Dê uma passada em frente antes para sentir o ambiente e, se for o caso, volte mais tarde ou outro dia vestido de forma adequada. (Você colocou na mala aquele seu blazer retrô?)

- Evidentemente, tudo fica mais fácil se você, sendo homem, estiver acompanhado de sua namorada ou de sua esposa. Um grupo de quatro ou cinco homens viajando juntos terá muito mais chances de ser barrado. É melhor, nesse caso, cada um tentar sua chance separadamente.

Leia as colunas anteriores de Lúcio Martins Rodrigues:

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Por que ir a Mendoza?

Tu eres gringo!


Quem é o colunista: Lúcio Martins Rodrigues.

O que faz: Editor dos guias de viagem GTB, autor de A Vaca na Estrada.

Pecado Gastronômico: Centollas à Provençal.

Melhor lugar do mundo: Paris.

Fale com ele: acesse o site Manual do Turista.



Atualizado em 6 Set 2011.