Guia da Semana

Foto: Divulgação/Electron Skateboards


Há alguns anos, sentia certa frustração toda vez que olhava para meu antigo skate guardado embaixo da cama. Adepto do esporte desde a adolescência, quanto mais eu me aproximava dos trinta anos, parecia que mais duro o chão ficava. Aos poucos fui me distanciando, os tombos ficavam cada vez mais doloridos quando alguma manobra não dava certo.


Para não abandonar de vez uma de minhas diversões prediletas, resolvi investir em um longboard, um tipo de skate utilizado somente em descidas - afinal, para baixo, todo santo ajuda. Foi uma espécie de "salvação" para que eu continuasse praticando, seguindo uma linha menos street (manobras de pista) e mais surfista do asfalto.

Tudo resolvido. Minha motivação com o skate estava novamente em alta, até que um amigo me apresentou algo que eu imaginava existir somente em meus sonhos de moleque, da época do skate voador do filme De Volta Para o Futuro: inventaram o skate elétrico.


Quando vi pela primeira vez o robusto skate elétrico modelo off-road, fiquei impressionado com o tamanho dos pneus (calibráveis), imaginando onde eu poderia andar com o carrinho. Praia de areia dura, gramados, estradas de terra, parques, ruas e calçadas... Foram cerca de três meses refletindo e testando o skate do amigo, até que decidi comprar o meu.


Dentre as opções que existem no Brasil, optei pelo da marca Electron, que possui assistência técnica em São Paulo e, quando fiz o test drive na loja, me pareceu mais estável em relação aos concorrentes.

O motor de 800 W de potência é movido a três baterias de moto, localizadas dentro de uma caixa plástica embaixo da prancha, no centro, o que ajuda a dar mais equilíbrio para quem está em cima. A tração é traseira (correia dentada) em apenas uma roda, e a velocidade máxima beira os 40km/h, com autonomia de aproximadamente 25km.


O skate elétrico pesa quase 30 quilos, comandado por um controle remoto sem fio que se assemelha a um revólver transparente, com ajuste de velocidade, e é alimentado por uma bateria comum. Pelas especificações, já deu para perceber que este modelo não é um brinquedo para crianças. Existem outros mais fracos e leves (600W e 200W) para os pequenos.

Utilizando o produto há cerca de quatro meses, posso dizer que a satisfação é garantida. Os parques em São Paulo são ótimos para um passeio de skate elétrico, a sensação de liberdade é indescritível. Lembrando que, além do lazer e do esporte, ele serve como meio de transporte ecologicamente correto, pois não polui.


Para carregar, basta conectar o veículo na tomada e esperar de três a seis horas. Geralmente deixo o meu skate carregando enquanto durmo - por sinal, embaixo da mesma cama que antes abrigou a tristeza nostálgica de não ser mais um skatista. Agora, toda vez que olho embaixo dela, tenho a certeza de que, para andar de skate, não existe idade: basta querer.


Leia as colunas anteriores de Paulo Henrique Schneider:

Creamfields Brasil

Experimentalismo pop

Experiência é tudo

Quem é o colunista: Paulo Henrique Schneider.

O que faz: jornalista / fotógrafo.

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O que está ouvindo no carro, iPod, mp3: muito de tudo.

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Atualizado em 6 Set 2011.