Guia da Semana

Fotos: Belisa Frangione

Hola! Agora cheguei na parte espanhola da minha viagem e, confesso, minha ansiedade era grande nesse momento. Explicando, meu objetivo inicial era "apenas e tão somente" viajar para a Espanha, mas um pacote promocional para a Europa (leia-se três países) valeu mais a pena.

A primeira parada foi em um auto-posto para fazer um lanche. E auto-posto lá entenda-se quase como uma loja de departamentos. E por esse motivo já iniciei minha compra de quinquilharias lá mesmo!

Chegando ao hotel, uma surpresa: não havia carregadores de mala suficiente para a quantidade de hóspedes presentes. Ou seja, depois de algumas horas de viagem e de quatro malas - sim, você leu certo, uma mala era só de bugigangas - ainda teria que subi-las sozinha.

Depois de toda a ginástica, desci ao saguão do hotel e encontrei alguns colegas de excursão reunidos. A pauta da reunião era encontrar um lugar para almoçar. Lembrei-me imediatamente da minha caça à comida em Paris e já fiquei receosa de a saga se repetir. Já passava das 15h e o restaurante do hotel, fechado, nos obrigou a procurar uma opção na rua.

Imagine a seguinte cena. Eu e mais seis andarilhos buscando um restaurante e uma grande parte deles fechada. Todos realizavam a "siesta", a tradicional sonequinha depois do almoço que geralmente vai das 14h às 16h30. A siesta foi suspensa em 2005 pelo então ministro da Administração Pública, Jordi Sevilla. A alegação do Clube de Empresários Espanhóis era de que a prolongada falta de atividade custava 8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Bom, nem preciso dizer que recorremos ao fast-food. O legal era que o restaurante deu uma lembrancinha: um CD com a música "Wait Here", do Deviot, que fazia parte da campanha publicitária de uma famosa marca de refrigerantes. Às 19h eu assistia ao noticiário local e, esfomeada que sou, senti que era hora de jantar. Como eu já não tinha pique para mais nada, pedi comida no quarto.

Na manhã seguinte, a visita era à cidade de Toledo, chamada de "Glória da Espanha" por Miguel de Cervantes, famosa pela produção de aço e pela aparência peculiar. Olhando ao longe, parece feita de tijolinhos. Passei também pela famosa catedral e pelo Alcàzar, uma mistura de palácio e castelo onde mouros, visigodos e romanos construíram suas fortalezas. Hoje a construção abriga o Museu do Exército.

Cheguei de Toledo bem na hora do almoço, que hora tão feliz! Resolvi correr antes que começasse a siesta. No restaurante, um item do cardápio me chamou a atenção. Além de ser o mais barato (claro!), a palavra nele presente me era desconhecida: ternero. Apesar de ser descendente de espanhóis e desde criança ouvir minha avó falando espanhol, não lembro de ter comido isso alguma vez na vida. Chamei o garçom e perguntei do que era aquela lasanha de ternero que constava no menu. Ele gritou que era uma massa italiana. Beleza, mas eu não queria saber o que era lasanha. E com outro grito ele respondeu que era vitela. Lasanha de vitela!!!!! Depois dessa, até a próxima!

Quem é a colunista: Belisa Frangione

O que faz: jornalista

Pecado gastronômico: comida japonesa e chocolate

Melhor lugar do Brasil: São Paulo

Fale com ela: [email protected]



Outras aventuras de Belisa Frangione na Europa
? Uma aventura inusitada para a Europa

? Vencendo a sede e a fome em Paris!

? Um passeio pela Champs-Elysées

? Paris de Lafayette...e de camelôs!

? Luta de classes além da fronteira


Atualizado em 6 Set 2011.