Guia da Semana

SaioO sitcom com maior duração da história deixa suas roupas típicas da classe média norte-americana e adere às vestes africanas. Para iniciar a transmissão da série pela primeira vez num canal angolano, a agência Executive Centre fez de Homer, Marge, Bart e Lisa uma família nativa, com tom de pele castanho escuro e tudo mais. Não é a primeira vez que a animação faz críticas ao comportamento humano, à sociedade e, principalmente, ao modo de vida americano. Confira abaixo as principais polêmicas que causaram em suas andanças pelo mundo.

África

Fotos: reprodução

Quando os Simpsons visitam a África, o Monte Kilomanjaro e as Quedas Rainha Vitória estão um do lado do outro


É através de um pacote de bolachas vencido dos anos 60, Homer ganha uma viagem ao continente africano, na 12ª temporada (Simpsons Safári). Atravessando uma cidade africana, os Simpsons se instalam em uma confortável casa sob uma árvore em uma região selvagem. Lá participam de um safári, encontram-se com caçadores ilegais, veem o trabalho escravo em minas de diamante e ainda bebem sangue com os membros de uma tribo da região.

A família conhece o continente como um grande zoológico, onde os animais interagem com os homens. Participando de rituais aborígenes, os acontecimentos beiram o surrealismo e o nonsense. Somente Liza percebe que aquilo que aprendeu nos livros didáticos e documentários da TV paga não se aplica à realidade.

Japão


No episódio, Homer e Bart realizam trabalho semi-escravo na indústria de pesca

Apesar do orçamento apertado, a família de Springfield embarca em um voo econômico sem destino e acaba no aeroporto do Japão, no episódio 30 minutos sobre Tokyo. Chegando lá, descobrem que é muito mais caro viver no país do que na América. Homer e Bart discutem com um lutador de sumô e acabam presos. Sem dinheiro entram em um jogo da TV japonesa para conseguir voltar para os EUA, passando por dolorosos testes de sobrevivência, até conseguir as passagens dentro de um vulcão ativo.

Dentro do episódio, o seriado usa as principais expressões da cultura japonesa para parodiar sarcasticamente o estilo de vida americano, como um restaurante temático que reproduz a "ignorância" da população norte-americana ou o programa que humilha e tortura os participantes em busca do prêmio. No final, Homer consegue voltar para casa, mas não esquece de agradecer à sua maneira. "Como dizem lá no meu país: Hasta la vista baby!".

Índia


Os indianos dizem que não estão venerando Homer porque ele é um Deus, e sim porque ele mencionou o pagamento de horas extras e a realização de intervalos

Através de um vídeo sobre terceirização, Homer descobre que a usina que trabalha foi vendida para a Índia e ele foi o único funcionário que continuará trabalhando nela, só que no país oriental. Com a ajuda de Kapu, o primo de Apu (dono da mercearia de Springfield), ele tenta se ambientar na cidade. Obtém êxito no gerenciamento da usina e passa a ser considerado um Deus indiano. No final, o Sr. Burns (chefe), o traz de volta quando descobre que o sucesso que a usina está fazendo está relacionada a promessa que Homer fez de pagar horas extras aos indianos.

Os diretores mais uma vez utilizaram o sitcom para apresentar de uma forma cômica as diferenças entre o estilo ocidental x o oriental, como o politeísmo hindu e a exploração do trabalho no terceiro mundo. Além disso, critica o pouco conhecimento do cidadão comum americano, como na cena em que Homer confunde a Índia com o estado de Indiana, nos EUA.

Brasil


Já no Brasil, a Amazônia fica pertinho da Cidade Maravilhosa, atrás do Pão de Açúcar

Talvez o mais polêmico tenha sido o episódio da 13ª temporada em que a louca família visitou o Brasil (Feitiço de Lisa). Os Simpsons têm seu telefone cortado devido a uma ligação para o Brasil no valor de US$ 400.000. Lisa confessa que ligou para um órfão que está ajudando e todos resolvem ir para o Rio de Janeiro. No hotel, os funcionários jogam bola e os programas infantis são impróprios, enquanto as casas da periferia são infestadas de ratos. Homer e Bart são sequestrados em um táxi clandestino e Lisa tem que arranjar dinheiro para o resgate.

Antes mesmo de ir ao ar no Brasil, o episódio foi rechassado por Fernando Henrique Cardoso, então presidente da república e pela prefeitura do Rio de Janeiro. Além da violência urbana, o seriado mostrou o descaso da polícia com a população, a corrupção, a libertinagem do Carnaval e o trabalho infantil. A dublagem alterou algumas falas, mas os roteiristas ainda fizeram piadas depois do ocorrido. Em um episódio seguinte, Homer comenta que gostaria de voltar ao país, mas soube que "o problema dos macacos ficou pior". O palhaço Krusty diz em outro capítulo que oficiais de imigração estão constantemente sondando-o porque seu ajudante, o macaco Mr. Teeny, veio do Brasil, e "seu tio era o macaco-chefe da Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro".


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Atualizado em 6 Set 2011.