Guia da Semana

Foto: Reprodução


No último feriado de outubro, aconteceu em Itu, o SWU - Starts With You, festival de música que reuniu grandes nomes da música nacional e internacional, promovendo fóruns que debateram o tema sustentabilidade. Com shows de Linkin Park, Joss Stone, Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine, Jota Quest, Capital Inicial, Los Hermanos, somando 74 atrações no total, cerca de 165 mil pessoas foram até o interior de São Paulo, montaram suas barracas e aproveitaram cada minuto dos três dias de evento. Confira abaixo algumas opiniões de quem esteve por lá e teve que tomar banhos de até sete minutos, passou muito frio, com a queda de temperatura, mas não desanimou em nenhum momento.

Ana Caselatto, jornalista
"Se por um lado a proposta de sustentabilidade do SWU ficou restrita aos fóruns, os shows, que efetivamente levaram uma multidão até a Fazenda Maeda, em Itu, não deixaram a desejar. Pontuais, todas as apresentações (com exceção do Queens of the Stone Age, que entrou no palco com quase uma hora de atraso) tiveram tempo e espaço suficientes para amenizar os problemas enfrentados pelo público no evento. Apesar disso, mais do que pelos preços exorbitantes, falhas técnicas, sujeira ou qualquer outro absurdo para uma produção deste porte, o primeiro grande festival brasileiro foi marcado por performances memoráveis. Pixies fez uma maratona histórica com hits de 20 anos de carreira, Mars Volta promoveu uma sessão de psicodelia em show de cinco músicas e o QotSA, mesmo prejudicado pelo horário, fez uma das apresentações mais enérgicas do evento. Além da expectativa de melhorias em infraestrutura e organização para o próximo SWU, eu espero um line up à altura desta estreia."

Elisa Dias, jornalista
"Mochila pronta, roupas leves e confortáveis e nada de objetos de valor. Recomendações para curtir dois dias do Festival SWU. Ao chegar na arena, os imponentes palcos indicavam que aquele prometia ser um evento de peso e inesquecível. E realmente foi! Inesquecível também foi o frio que fez em Itu durante o evento e os valores abusivos (e às vezes contraditórios) que encontrava na praça de alimentação, com os vendedores que circulavam em meio ao público e também os cobrados no estacionamento.

A abordagem da sustentabilidade, principal proposta do evento, foi uma mera coadijuvante, assim como algumas bandas que se quer deveriam ter subido ao palco ou ainda no caso daquelas que não fizeram o mínimo esforço para montar um setlist apropriado para aquecer o público de um festival.

Quanto à infraestrutura, aplausos para a roda gigante que proporcionou visão panorâmica do evento, para as obras de arte feitas com material reciclado e para a disposição (lado a lado) dos palcos o que facilitou a passagem de uma apresentação para outra. Reverência aos artistas que se envolveram com o evento e realmente deram um show.
De um modo geral, diferente do Festival de Woodstock, único e lendário, o SWU não conseguiu convencer seu público a ponto de ser lembrado como um dos maiores momentos na história da música no Brasil".

Jessé Vilela Torres, gerente de compras
"O SWU foi marcado por altos e baixos, com alguns pontos a serem destacados.
Pontos fortes: a roda gigante que dava uma visão panorâmica da fazenda Maeda; os palcos paralelos, que eram bem interessantes e proporcionavam apresentações sem grandes intervalos; as atrações que foram bem diferenciadas e agradaram a públicos variados.
Pontos fracos: as falhas técnicas no show do Rage Against the Machine; o atraso dos shows no domingo e na segunda; os preços diferentes entre as barracas e a sustentabilidade que só ficou no discurso. Minha sugestão é que, ao invés de serem usados copos descartáveis a cada compra de cerveja ou refrigerante, talvez uma caneca personalizada do evento diminuiria a montanha de lixo que se somou ao final dos três dias e ainda serviria como uma recordação do Festival. Resumindo, acredito que o Festival foi um sucesso e as próximas edições deverão ser ainda melhores."

Luiz Felipe Maldonado, estudante de biologia
"O Fórum Global de Sustentabilidade, que ocorreu em 9, 10 e 11 de outubro, foi bem intenso, com diversas personalidades de ramos financeiros e atividades sociais diferenciadas, com destaque para os discursos do Marcelo Yuka (10/10) e do Jornalista Washington Novaes (11/10), que geraram discussões acalouradas, nas quais até o próprio organizador do evento se envolveu para responder. Enfim, foi um debate produtivo, que terminou com um desejo de planejamento do SWU 2 para o ano que vem.

Com relação ao festival musical, nem há muito o que comentar, pois foi perfeito. Bandas que uma geração inteira aguardou por anos vindo tocar em um festival dessa magnitude, seja com um Pixies agitado, um Queens of the Stone Age pauleira ou um Sublime sublime, fora a redundância.

Não houve grandes tumultos e nenhum problema de violência grave. A sacada de somente vender cerveja e a um preço salgado, previne encrencas alcoólicas, mesmo eu bebendo, apoio essa ideia.

Havia brindes para todos os gostos, desde os personalizados do evento, até esteiras de marcas, que já enviava as pessoas a uma experiência de "girar o mundo", com uma roda gigante movida a pedaladas, próxima ao palco da OI, onde diversas bandas novas do circuito alternativo tiveram sua chance de ver a luz da superfície do mundo, enquanto na tenda Heinecken, os baladeiros de plantão mataram sua vontade de curtir um som nativo do estilo.

Em suma, foi muito bom o festival em todos os aspectos. E que Venha o SWU 2!"

Paulo Henrique Schneider, jornalista
"Com toda a divulgação e publicidade que envolveu o festival SWU, a expectativa do público para este evento era enorme. Grande também foi a frustração de muitos participantes, que enfrentaram filas, trânsito e pagaram caro para estar lá. Mesmo quem optou pela logística de transporte oferecida pela organização teve problemas.

Os preços abusivos da praça de alimentação e do bar também assustaram, assim como o valor cobrado na diária do estacionamento. Os banheiros, além de não receberem manutenção constante durante o evento, não foram suficientes para atender a multidão.

Como resultado, quem circulou pelo SWU colocou o conceito de sustentabilidade em "xeque-mate". Repensando não apenas suas atitudes com o planeta, mas questionando se a premissa de evento ecologicamente correto era verdadeira.

A parte musical, salvo algumas falhas técnicas no show das bandas Rage Against The Machine e Queens Of The Stone Age, foi quase perfeita. Boa música para todos os gostos, com uma estrutura de palco invejável".

Atualizado em 6 Set 2011.