Guia da Semana

Mais uma edição do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas chega às telas de cinéfilos do mundo inteiro no dia 28 de fevereiro. Neste ano, ao contrário da edição anterior, não há um favorito claro e, em todas as principais categorias, podemos ser surpreendidos. Ainda assim, é possível indicar alguns nomes mais fortes e arriscar um palpite.

Confira as apostas do Guia para o Oscar 2016:

Melhor canção original

Este pode ser o ano em que Lady Gaga ganha um Oscar. “Til it Happens To You”, do documentário “The Hunting Ground”, fala sobre estupro e deve levar o prêmio tanto pela qualidade musical quanto pelo tema.

Melhor Fotografia

Qualquer um dos indicados poderia levar a estatueta para casa, mas, neste ano, parece que o inverno hostil é o cenário mais quente da vez. “Os Oito Odiados”, rodado em 65 mm por Robert Richardson (3 Oscars), concorre de frente com “O Regresso”, de Emmanuel Lubezki (2 Oscars).

Melhor Documentário

Se a Netflix não conseguiu garantir uma indicação para “Beasts of No Nation” entre os longas de ficção, entre os documentários ela tem dois nomes fortes: “What Happened, Miss Simone?” e “Winter On Fire”. Nossa aposta fica com a biografia de Nina Simone.

Melhor Figurino

A categoria de figurinos nem sempre elege filmes prestigiados pela crítica, mas abraça aqueles que utilizam a moda para criar realidades fantásticas e fabulosas. Vencedora de 3 Oscars, Sandy Powell pode levar o prêmio para casa novamente por “Cinderela”. Seu concorrente mais forte é Paco Delgado, de "A Garota Dinamarquesa".

Melhor Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Visuais

Esnobado pela Academia, “Star Wars: O Despertar da Força” pode, no máximo, levar o “pacote técnico” do Oscar, como um prêmio de consolação. Edição de Som, Mixagem e Efeitos Visuais são suas maiores chances. Quem pode roubar? "Mad Max: Estrada da Fúria".

Melhor Maquiagem e Penteado

Este ano, não tem para ninguém. “Mad Max: Estrada da Fúria” deve levar o Oscar de Melhor Maquiagem e Penteado.

Melhor Animação

Apesar de ficarmos muito felizes com a indicação de “O Menino e O Mundo”, “Divertida Mente” é um candidato forte demais para derrubar. O longa da Pixar se saiu tão bem que até conseguiu se infiltrar numa das categorias mais prestigiadas da cerimônia, a de Roteiro Original.

Melhor Ator Coadjuvante

Por questões históricas, nossa torcida fica com Sylvester Stallone, que subiu ao palco do Oscar quase 40 anos atrás como ator principal, pelo primeiro filme da franquia "Rocky", que ele agora entrega a uma nova fase como coadjuvante em "Creed - Nascido Para Lutar". Seu concorrente mais forte é Tom Hardy, de "O Regresso".

Melhor Atriz Coadjuvante

Se a Academia for justa, esse prêmio vai para Jennifer Jason Leigh, que carrega nas costas o novo filme de Quentin Tarantino, “Os Oito Odiados”. Nenhuma outra atriz precisou encarar um papel tão difícil quanto o dela, apesar de Alicia Vikander, de "A Garota Dinamarquesa", também ter impressionado.

Melhor Design De Produção

Conhecida até 2012 como “Direção de Arte”, a categoria deve premiar o design minucioso do universo pós-apocalíptico de “Mad Max: Estrada da Fúria”.

Melhor Roteiro Adaptado

Emocionante e muito bem escrito, “O Quarto de Jack” pode ficar com o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, mas terá que competir com "A Grande Aposta", elogiado por conseguir "traduzir" um livro extremamente técnico sobre economia.

Melhor Roteiro Original

A disputa pelo Oscar de Roteiro Original é uma das mais interessantes deste ano. “Ex Machina”, esquecido pela distribuidora brasileira e lançado direto em streaming e VOD, foi um dos filmes mais ousados do ano, comparável apenas a “Divertida Mente” – que conseguiu extrapolar a categoria de Animação e garantir sua indicação. Apesar dos dois gigantes, porém, há uma chance de “Spotlight – Segredos Revelados” levar o troféu, mesmo sem uma história propriamente original (o filme é baseado em fatos reais).

Melhor Trilha Original

Indicar “Star Wars” ao prêmio de trilha original é, no mínimo, sarcástico, considerando que o filme foi excluído de outras categorias mais adequadas. O filme homenageia o próprio legado com releituras da trilha de 1977, mas não propõe uma trilha original. Nesta categoria, a briga deve ficar mesmo entre a delicadeza de “Carol” e a brutalidade de “Os Oito Odiados”.

Melhor Filme Estrangeiro

Filho de Saul”, o filme estrangeiro mais comentado do festival de Cannes, no ano passado, deve levar também o Oscar da categoria.

Melhor Direção

O Oscar tem uma tradição longa de premiar o diretor responsável pelo Melhor Filme, exceto em casos raros, como quando Cuarón dirigiu um plano-sequência que não pôde ser ignorado em 2014, ou quando a Academia não quis dar o braço a torcer sobre Ben Affleck em 2013. Este ano, ou George Miller levará o prêmio junto com “Mad Max: Estrada da Fúria”, ou Adam McKay vencerá com "A Grande Aposta". Alejandro G. Iñárritu, vencedor no ano passado, também pode levar por “O Regresso”. Nossos votos estão com Miller.

Melhor Atriz

Cate Blanchett mal recebeu seu segundo Oscar por “Blue Jasmine” (2014) e já é uma das indicadas novamente por seu papel em “Carol”. A atriz concorre, porém, com a fortíssima Saoirse Ronan, que despontou neste ano com sua atuação em "Brooklin". A torcida está forte, também, por Brie Larson, de "O Quarto de Jack". Desta vez, Jennifer Lawrence não tem nenhuma chance.

Melhor Ator

Será que este, finalmente, será o ano de Leonardo DiCaprio? Tudo indica que sim. O papel do ator em “O Regresso” é o mais visceral entre os indicados e a campanha do público é forte demais para ser ignorada. Além disso, o outro candidato forte é Eddie Redmayne, que acabou de ganhar um Oscar. Mesmo com poucas chances, é bom ver Bryan Cranston na lista.

Melhor Filme

Apesar das 12 indicações de “O Regresso”, parece pouco provável que a Academia premie duas vezes seguidas um filme do mesmo diretor. A disputa não tem favoritos claros, mas apostamos que vai ficar entre o complexo “A Grande Aposta”, por retratar um momento traumático da história atual americana com uma linguagem inesperada, e “Mad Max: Estrada da Fúria” , por lembrar a Hollywood que “ação” não é, necessariamente, um gênero menor. Aliás, não seria nem um pouco ruim ver um filme com uma protagonista mulher vencendo num ano em que o feminismo foi o assunto mais comentado em Hollywood. Dedos cruzados!

Por Juliana Varella

Atualizado em 27 Fev 2016.