Guia da Semana

Os mascotes amarelos de “Meu Malvado Favorito” estão de volta aos cinemas e, desta vez, ganharam seu próprio filme. “Minions”, que estreia no dia 25 de junho, assume de vez o que já vinha se ensaiando desde a segunda aventura de Gru, quando os coadjuvantes assumiram a dianteira e ofuscaram seu mestre pela primeira vez: mais valem mil imagens fofinhas do que uma boa história.

A animação vem ainda mais direcionada ao público infantil do que os filmes anteriores e pode não agradar tanto aos pais quanto eles esperavam. Afinal, depois de quinze ou vinte minutos de piadas com bananas e vilões azarados, o adulto precisará de algo um pouco mais consistente para continuar rindo, e isso não acontece.

O filme começa mostrando a origem dos Minions e sua fascinação pelos vilões mais cruéis da História, como o Tiranossauro Rex e o Conde Drácula. Depois de uma série de desventuras, porém, o grupo é obrigado a se estabelecer numa caverna e desenvolver uma comunidade autossuficiente sem um chefe, e não demora até o tédio tomar conta.

Decidido a mudar essa situação, Kevin (o Minion mais alto dos três principais) anuncia que vai subir à superfície para procurar um novo mestre e convoca dois companheiros: Stuart (de um olho só) e Bob (o mais baixinho, que no começo do filme age como um bebê, mas depois perde um pouco essa característica).

Os três viajam até descobrirem uma convenção em Orlando chamada “Expo Vilões” (Villain Con), onde a supervilã Scarlett Overkill (dublada por Adriana Esteves) se apresentará e recrutará um ajudante. Daí em diante, os Minions terão que se esforçar para, simplesmente, não estragarem tudo mais uma vez.

As cenas de viagens são as mais cansativas do filme e parecem feitas apenas para preencher os enormes espaços vazios do roteiro. Também não soa natural a forma como os Minions, neste filme, são mostrados como heróis desastrados, ao invés dos servos multifuncionais que tanto cativaram o público no filme original.

Para as crianças, “Minions” entrega toda a fofura que prometera, com a linguagem quase decifrável e o comportamento ingênuo dos protagonistas rendendo alguns momentos bem engraçados. Scarlett, contudo, não convence como uma “supervilã” e suas cenas, em geral, têm o poder de irritar mais do que divertir.

Como um spin-off inspirado, principalmente, nos pequenos vídeos promocionais que acompanharam os outros dois filmes, a animação funciona mais como uma esquete excessivamente prolongada do que como um longa-metragem em si. É uma pena, considerando a expectativa que se havia criado sobre esse projeto.

Por Juliana Varella

Atualizado em 14 Ago 2015.