Guia da Semana

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Cuidar bem de um filho tem seu preço estético. O corpo sofre conseqüências como a ptose mamária, ou seja, após a amamentação, é normal que os seios "caiam". A ginecologista e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana - SBRH Nilka Fernandes Donadio explica que a mama da mulher ganha maturidade quando ela amamenta. A fase é marcada pelo aumento dos seios, provocando a distensão da pele. No fim da produção de leite, as mamas voltam ao tamanho normal (a não ser que tenha ocorrido variação de peso) retraindo o tecido e provocando a ptose.

Outra razão para a queda é a substituição do tecido fibroso que forma as mamas pela gordura, o que pode ser comum em função das mudanças hormonais sofridas durante a gravidez. Entre outras alterações, a ginecologista Denise Coimbra lembra que, durante a amamentação, os seios podem ficar mais doloridos e é comum a mulher não menstruar por causa da maior produção do hormônio prolactina. O ginecologista e obstetra João Tadeu Leite dos Reis diz que a cor da aréola e o volume do orifício externo dos ductos mamários também se modificam. O médico acrescenta que o retorno do seio ao tamanho e tônus anteriores depende de características individuais como estrutura do tecido de sustentação da glândula mamária e perda da gordura mamária durante a amamentação.

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Quanto às fissuras em aréolas, remédios caseiros como saquinhos de chá de camomila sobre o mamilo podem ajudar. Nunca deixe de usar sutiã e não esqueça de alternar a mama na hora de amamentar, pois se a criança utilizar constantemente o mesmo seio, poderá haver assimetria de tamanho e posição (um seio maior ou mais baixo que o outro).

Mesmo assim, o período traz benefícios para a mulher, como proteção contra o câncer de mama e ovário. A ginecologista e diretora do Centro de Endometriose São Paulo, Rosa Maria Neme, conta que a mãe fica ainda protegida contra a osteoporose e cria um vínculo afetivo com o filho. Além disso, a amamentação auxilia no emagrecimento pós-parto, segundo a pediatra Andrea Armond. Mulheres com silicone podem amamentar sem problemas. A prótese colocada abaixo do músculo não interfere no processo. Caso a cirurgia tenha sido realizada no próprio tecido mamário (menos comum), pode lesionar o mesmo e dificultar o procedimento.

Cirurgia para levantar os seios
Dicas do cirurgião plástico Bernardo Melman

? Cirurgia: mastopexia - levanta os seios por meio dos próprios tecidos do paciente. A cirurgia pode ser associada ao implante de próteses de silicone. Uma inclusão de próteses leva cerca de uma hora e meia, enquanto a mastopexia dura em torno de quatro horas. A anestesia pode ser por bloqueio peridural (na coluna) com sedação (o critério é do anestesista). O valor médio do procedimento completo é de R$6.000,00.

? Pré-operatório: exames laboratoriais, radiológicos e avaliação do risco cirúrgico (para determinar as contra-indicações) com eletrocardiograma a critério do examinador.

? Pós-operatório: repouso relativo, evitar a movimentação dos braços e liberar a dos antebraços, não pegar peso e evitar a exposição solar direta.

? Riscos: comuns a outras cirurgias, como hemorragia, hematoma, equimoses (sangue coagulado), seromas (acúmulo de líquido seroso), infecção e extrusão (saída) da prótese.



Evite a flacidez

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Para evitar que a flacidez coopere para a queda das mamas, hidrate os seios com cremes que possuam uréia (concentração entre 5% e 10%) e lactado de amônia (entre 8% e 12%). "Use também cremes com colágeno e vitamina C e cápsulas de colágeno", sugere a dermatologista Denise Pupo. O exercício físico ajuda a diminuir a quantidade de gordura e enrijece os músculos da mama, mas não evita a flacidez. A dermatologista do Fleury Medicina e Saúde Aline Donati explica que as estrias podem ser evitadas com bastante hidratação, mas os óleos de amêndoas não são tão eficientes quanto os cosméticos. A dica da dermatologista Denny Granatowicz é aplicar óleo de semente de uva.

Alimente-se e evite a flacidez
"Durante a amamentação, preferimos não introduzir cremes com muitos princípios ativos, pois a criança entrará em contato com tais substâncias", ressalta o dermatologista Guilherme de Almeida. Nesse caso, é necessário preocupar-se com a alimentação que, de acordo com a nutricionista e diretora da Clínica Equilíbrio Nutricional, Roseli Rossi, também coopera para a firmeza da pele. Veja as dicas:

? Frutas e vegetais: amora, uvas roxas, morango, framboesa, laranja, mexerica, limão, cereja, mirtilo, tomate, verduras verde-escuras, brócolis, repolho e cenoura.

? Carnes Magras: fontes protéicas: carne vermelha, peixe, frango, ovos e grãos.

? Soja: além de ser fonte de proteína, é rica em isoflavonas, um fitohormônio (hormônio vegetal semelhante ao estrógeno) que ajuda no combate da flacidez, evitando o ressecamento da pele e melhora da elasticidade.



Amamente com saúde

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As vitaminas do leite materno são transmitidas ao bebê. Por esse motivo, a mamãe deve seguir indicações como não usar adoçantes artificiais (caso for utilizar, prefira a sucralose ou stévia), ingerir muitos líquidos (água, água de coco, chás e sucos), restringir alimentos alergênicos (como leite de vaca) caso apareçam gases e cólicas na criança e evitar a cafeína. Alguns bebês são sensíveis a determinados alimentos, portanto, ao consumir temperos e condimentos fortes, é preciso observar a reação do filho, que pode ficar agitado ou apresentar alergias. A amamentação deve ocorrer num tempo mínimo de 6 meses e máximo de 1 ano.

O leite "empedra"?
Sim, o leite pode ficar acumulado na mama caso ocorra produção excessiva, deixando o seio túrgido e endurecido. Quando se percebe o sintoma, é preciso retirar o líquido com drenagem ou bombinha própria. Faça também compressas de água fria no seio e massagens. Se não forem tomadas as precauções, pode ocorrer a mastite na mama, que facilita processos infecciosos e deve ser tratada com antibióticos.

Caso retire o leite, ele não vai faltar na hora que o bebê pedir. Ao contrário, quanto mais estimulada, mais a mama vai produzir. Além disso, o leite retirado pode ficar armazenado no congelador por até 15 dias. "Existem alguns mitos como: ingerir cerveja preta e canjica aumenta a produção de leite. Não existe nenhuma comprovação científica e essa prática não deve ser encorajada", ressalta a nutricionista Alessandra Peretti.



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As contra-indicações da amamentação ficam para mulheres com o vírus HIV, que possuem mamilo invertido (o bico não se forma), utilizam determinados medicamentos, têm hepatite B e C em atividade e realizam procedimentos quimioterápicos. Também não pode haver a amamentação quando ocorre incompatibilidade do leite materno com o filho. Realizada corretamente, ela protege a criança contra doenças alérgicas, câncer, desnutrição, diabetes mellitus, doenças digestivas, osteoporose, doença cardiovascular e ateroesclerose, obesidade, meningites, sarampo, doenças respiratórias e otites, doenças do trato urinário e cáries. Além disso, promove melhor desenvolvimento psicomotor e cognitivo.

A mulher pode utilizar contraceptivos durante o período, desde que sejam pílulas à base de progesterona, pois não afetam mãe ou bebê e não influenciam na qualidade do alimento, ao contrário da pílula combinada. Em geral, a criança deve ser alimentada a cada duas ou três horas e não deve ter o leite substituído por suplementos ou chás. "O ideal é que se mantenha a amamentação o maior tempo possível. Se for necessária a interrupção, ela pode ser feita no primeiro semestre de vida, substituindo o leite materno pelo artificial em pó tipo NAN", conta João Tadeu.

O diretor do Hospital de Câncer de Mama do RJ, César Lasmar, lembra que, quando há necessidade, é feita a suplementação de vitaminas da mamãe, para que não haja deficiência do leite. A nutricionista Flávia Ramos finaliza dizendo que os produtos dietéticos só devem ser usados com a liberação do médico. As dicas são beber de oito a 12 copos de água por dia e comer de três em três horas, equilibrando os hormônios e ativando o metabolismo.

Alimentação da mamãe, saúde do bebê
? Carboidratos: garantem substratos energéticos (pães e cereais integrais, arroz, massas e tubérculos).

? Vegetais e Frutas: atuam como componentes estruturais em tecidos, essenciais para formar enzimas e moléculas biológicas importantes. As principais vitaminas e minerais que devem estar presentes na dieta são:
Vitamina A: fígado, ovos e queijo.
Vitamina B6: carne, fígado, cereais integrais, legumes e batatas.
Vitamina D: peixe, fígado e gema de ovo.
Cálcio: leite, produtos lácteos, salmão ou sardinhas e espinafres.
Zinco: recomenda-se às mulheres com 19 anos ou idade superior, uma ingestão diária de 12 miligramas de zinco. O marisco, fígado e carne são fontes.

? Proteínas: a síntese do leite materno é afetada pela quantidade da proteína dietética, que pode tanto diminuir sua produção quanto a reserva. Algumas fontes de proteínas são os peixes e mariscos, aves, carne de vaca e ovos, além das ervilhas, feijões, frutas secas e cereais. O leite e outros produtos lácteos, como o queijo e os iogurtes, são também excelentes fontes.



Colaboraram:
? Nilka Fernandes
Fone: (11) 5055-6494
? Denise Coimbra
Fone: (11) 3284 6552
? João Tadeu Leite dos Reis
? Rosa Maria Neme
Fone: (11) 3052-1109
? Andrea Armond
Downtown - Av. das Américas, 500, Bl. 08, Sl. 219 - RJ
Fone: (21) 3982-2070
? Denise Pupo
Rua Professor Everardo Miranda Passos, 33, São José dos Campos - SP
Fone: (12) 3922-0653
? Aline Donati
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? Roseli Rossi
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? Flavia Ramos
Spa Levitate: (21) 2494-7595
? Alessandra Peretti
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? César Lasmar
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Atualizado em 10 Abr 2012.