Guia da Semana

Parque Buenos Aires, localizado na região central de São Paulo
Foto: SVMA


Os parques são excelentes companheiros das crianças e estão entre seus passeios preferidos. Sejam públicos ou privados, em praças ou condomínios, um centro de diversão ou um pequeno playground, eles fazem o gosto da garotada e oferecem, além de variados brinquedos, a presença de novos amigos. Por outro lado, são frequentemente palco de muitos acidentes infantis. Os motivos variam, mas geralmente estão associados à falta da supervisão dos pais e da manutenção do lugar.

A professora e doutora em enfermagem Maria de Jesus Harada, engajada e estudiosa no assunto, costuma visitar alguns estabelecimentos para examinar e dizer se é ou não apropriado para brincadeiras. Ela explica que de dez anos para cá, os responsáveis por esses parques, os profissionais da área da medicina e os pais estão se preocupando mais com a questão da segurança do lugar onde as crianças passam o tempo. "Hoje em dia, escolas e condomínios me procuram com mais constância para fazer a avaliação". Isso não significa que apenas esta preocupação resolve e previne acidentes ou contração de doenças nesses ambientes. A infra-estrutura de um parque freqüentado por crianças deve ser extremamente qualificada, assim como sua manutenção. "Estima-se que aproximadamente 40% dos acidentes em parque infantil são resultados de uma supervisão inadequada. Julga-se que esta supervisão deva envolver desde os responsáveis pelas crianças, pelo parque até os órgãos fiscalizadores". E atenção: entre os 33 parques da cidade de São Paulo nenhum pode ser considerado 100% seguro. Cabe aos responsáveis pelas crianças avaliar as condições antes de liberar as brincadeiras.

Parque Alfredo Volpi, localizado na
zona oeste de SP
Foto: SVMA
Maria esclarece que um parque público, por exemplo, deve seguir as normas da ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Ele deve ser implantado num local de segurança, longe de vias públicas ou cercado para impedir que crianças se envolvam em acidentes com automóveis. As plantas e flores que cercam o ambiente podem representar um sinal de perigo porque muitas vezes têm substâncias venenosas e podem intoxicar os pequenos. Se o local tiver areia, ela deve ser bem tratada, removida sempre que possível, estar exposta ao sol, porque, se estiver suja, pode transmitir micose e outras doenças.

Cada tipo de parque funciona de uma maneira e requer uma fiscalização distinta. Os parques públicos da cidade de São Paulo, por exemplo, são administrados pela prefeitura, mais precisamente pela Secretária do Verde e Meio Ambiente. Porém, a diretora do Departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Célia Kawai explica que o sistema de manutenção é terceirizado. "Cada um tem sua própria administração interna que é responsável pela limpeza diária e pelo parque como um todo". Isso significa que se o cidadão comum encontrar qualquer anormalidade dentro do lugar, pode imediatamente se dirigir à administração do lugar, pois haverá uma equipe de funcionários fixos para atender os visitantes.

Os parques de diversão particulares (por exemplo, Parque da Mônica, Playcenter e Hopi Hari) têm uma administração interna responsável por manter a fiscalização dos brinquedos em dia. E também devem trabalhar como uma equipe de plantão caso aconteçam acidentes.

Parque Cidade Toronto, localizado na zona norte de SP
Foto: SVMA


De qualquer maneira, seja onde for, deve-se lembrar que o Brasil é um país que ainda está se desenvolvendo e que a infra-estrutura de seus parques não pode ser jamais comparada a dos Estados Unidos, por exemplo. Por isso quem tem de ficar atento são os pais que se, por ventura, detectarem algum defeito no ambiente, devem imediatamente informar o responsável e se houver dificuldade, acionar a polícia ou a autoridades da cidade onde está localizado ou montado o estabelecimento para promover a interdição do lugar.

Recomendações sobre a segurança de parques infantis

Sejam esses parques localizados em ruas, praças, escolas ou clubes, para a segurança da criança, recomenda-se que os brinquedos apresentem identificações que determinem a qual faixa etária é destinado; utilizar superfícies que absorvam o impacto durante as quedas, embaixo e ao redor dos brinquedos (borracha, produtos de cortiça e de madeira, areia, grama e cascalho fino). Para brinquedos fixos, a área a ser coberta por este material que reduz o impacto, durante as quedas, deve estender-se por pelo menos 1,75 m a partir da extremidade do equipamento, já para os brinquedos móveis a área a ser protegida deve ser de 1,75 m, além do deslocamento máximo do equipamento.

Foto: Sxc.hu
De acordo com Maria Harada, acessórios como capuz e cachecol devem ser removidos das crianças, sendo imprescindível que elas estejam calçadas durante as brincadeiras. Faz-se necessário checar a temperatura das superfícies de metal antes das crianças utilizá-las, pois a luz do sol pode causar queimaduras em poucos segundos.



"Vale lembrar também que, de preferência, o parque deve ficar localizado próximo a banheiros, telefone público, água potável e posto de primeiros socorros. Em relação à manutenção, sugere-se que seja periódica pelo menos a cada três meses, checando presença de superfícies cortantes, parafusos soltos, alterações e desgastes nas engrenagens, sendo esta realizada por uma equipe especializada ".

Colaboraram:
Maria de Jesus Harada- professora e doutora em enfermagem
Célia Kawai- diretora do departamento de parques da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo
Parque da Mônica
Hopi Hari

Atualizado em 6 Set 2011.