Guia da Semana

Foto: sxc.hu


Os efeitos de partos prematuros rondam a vida de cerca de 10% das crianças brasileiras. Os riscos a que mães e filhos se submetem com o nascimento precoce podem se estender além do período de incubação. O motivo de possíveis anormalidades no futuro é a má formação dos órgãos tal como o excesso de medicamentos e substâncias utilizadas pelos médicos na hora de salvar essas vidas.

O bebê considerado prematuro é aquele que nasce antes de 37 semanas de gestação. Porém, existem graus de prematuridade, como explica a responsável pela UTI neonatal do Hospital das Clínicas Maria Estér Jurfest: "o tratamento é diferente entre crianças que nasceram de 34 a 37 semanas, de 30 a 34 e abaixo de 30 que são os chamados prematuros extremos".

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Acima de 34 semanas
Eles são conhecidos como "prematuros tardios". O maior cuidado que deve tomar com esse bebê é o controle do peso. É muito comum ele perder algumas gramas, mesmo depois que recebe alta. E aí mora o perigo como esclarece Maria Estér, "geralmente esses prematuros sobrevivem (sem problemas graves), porém voltam para a casa sem os cuidados adequados e podem sofrer desidratação, menos defesa imunológica e hipoglicemia. Essas são as complicações mais freqüentes, eles porém, precisam de um acompanhamento médico rígido depois de deixar a UTI".

Entre 30 e 34 semanas
Quem nasce durante este período, sofre alguns fatores de risco. Existem duas situações delicadas: a primeira é a Síndrome do Desconforto Respiratório. Ela é melhorada através da introdução de uma dose de uma substância chamada surfactante. A segunda é a Apnéia da Prematuridade, quando a criança pausa a respiração por cerca de 20 segundos nos primeiros cinco dias de vida. Se depois da substância ingerida, a criança não apresentar nenhuma anormalidade, ela fica quantas semanas forem precisas para terminar o seu desenvolvimento e recebe alta.

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Abaixo de 30 semanas - possíveis conseqüências ao longo da vida
Prematuros extremos que sobrevivem (porque muitos acabam não resistindo), nascidos com menos de 1,5 kg, são incubados e eles têm de desenvolver a sucção e deglutição através de uma sonda, por via oral. O leite e o oxigênio são transmitidos por meio de um aparelho. Nesse, caso Maria Estér explica que eles devem ser acompanhados por especialistas e passam por tratamentos constantes auditivos, oftalmológicos, pediátricos para saber se algum órgão ou algum sentido não se desenvolveu durante a incubadora.

As principias conseqüências que esses bebês, prematuros extremos, podem vir a enfrentar ao longo da vida são:
? Disfunções sociais, isolamento e baixa auto-estima;
? Distúrbios comportamentais, como imaturidade, impulsividade e distúrbios do sono;
? Problemas "sensoriais", como aversão a certos gostos e texturas de alimentos e reações anormais a dor;
? Distúrbios de motricidade fina ou grosseira suficientes para interferir no dia-a-dia das crianças, sem que elas tenham diagnóstico de paralisia cerebral;
? Problemas de fala, como discurso lento ou inaudível, em função de danos nas cordas vocais;
? Distúrbios de crescimento e ganho de peso;
?Distúrbios digestivos como vômitos freqüentes e constipação;
? Distúrbios de aprendizado, especialmente em matemática, ditados e cópias.

Causas que podem levar ao nascimento prematuro
Alcoolismo
Diabetes
Gravidezes múltiplas
Gravidez em adolescente
Gravidez em mulheres maiores de 37 anos
Gravidez em mulheres de saúde frágil, portadora de um câncer por exemplo
Tabagismo
Toxicodependência
Malformações do útero
Incompetência do colo do útero
Ruptura prematura da bolsa de águas ou das membranas ovulares
Infecções urinárias ou amnióticas
Hipertensão arterial durante a gravidez
Incompatibilidade de Rh
Hepatite B


De acordo com a Associação Médica Brasileira, a única maneira de evitar problemas para o futuro da criança é prevenir a própria prematuridade. Para isso, deve-se manter uma melhora da assistência pré-natal e diagnosticar problemas no início da gravidez para que sejam solucionados a tempo.

Consultas:
Maria Ester Jurfest Rivero Ceccom - Responsável pela UTI neonatal do Instituto da Crianças -HC-São Paulo
Associação Médica Brasileira
Clínica de Apoio à Amamentação

Atualizado em 1 Dez 2011.