Guia da Semana

O Mercado se tornou um dos eventos gastronômicos mais badalados da cidade de São Paulo. Mérito dos chefs Cecho Gonzáles e Herinque Fogaça, que após uma primeira edição turbulenta no Sal Gastronomia (e alguns processos da Associação de Moradores do Higienópolis), resolveram continuar investindo na ideia.

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Dia 9 de dezembro, o evento chega à sua 8ª edição, a última no Mercado Municipal de Pinheiros e, possivelmente, também a última no formato consagrado.

O Guia da Semana entrevistou o chef Checho Gonzáles que falou um pouco do futuro do O Mercado e sobre a comida de rua em São Paulo.

Balanço de 2012 para O Mercado.

“Uma alegria tremenda. Consegui sem apoio nenhum quebrar barreiras e realizar o evento. Estou esperançoso que no ano que vem nosso novo prefeito nos ajude a viabilizar uma legislação, entidade ou órgão, que regulamente a comida de rua.

E que finalmente as pessoas entendam que comida de rua não se limita ao podrão, ao dog de três reais na Kombi de madrugada. Comida de rua é muito mais que isso. É algo rico, né?”

Última edição no Mercado de Pinheiros.

"Eu tenho uma procura muito grande de chefs que querem participar do O Mercado. Então, eu tenho que dar um jeito de botar mais gente no evento. (...) E as pessoas tem um ego super forte. Falar para alguém que não vai participar porque não tem como acaba arrumando inimizades.

Temos pensando em fazer um formato um pouco maior para poder atender todas as pessoas. Por consequência vai botar mais cozinheiros e atender um público maior."

O público que frequenta O Mercado.

“Não tem um perfil só. Desde a primeira edição a gente percebeu isso. Achei legal porque eu vi um punk do lado de uma senhorinha típica de festas da Achiropita.

Meu medo era colocar comida muito extravagante para a população e não ser aceita. Só que eu percebi que o todo mundo quer comida gourmet. Não quer saber só de arroz e feijão. Eu acho que O Mercado é desejo de várias classes e vários tipos de pessoas. Não tem como falar que é de uma só.”

Restaurantes a procura do evento.

“Os restaurantes vem atrás da gente, mas nossa proposta não é levantar restaurantes. Eu não tenho nada a ver com restaurantes. O que me preocupa é o indivíduo, o chef, o confeiteiro. Eu acho que é o criador que tem que me interessar, não a empresa.”

Festas de rua como Achiropita, San Gennaro e Brooklynfest.

“Eles são voltados para a grana e não para a qualidade. Não desmerecendo os participantes, mas podia ser melhor. Eu acredito que nosso evento deu certo porque foi o primeiro que chamou chefs renomados para atingir o público.”

Alta gastronomia com um preço acessível.

"A gente já conseguiu deixar a alta gastronomia um pouco mais acessível. Não é popular. As pessoas confundem uma coisa: obviamente que um pratinho de R$ 14 e R$ 15 daria para comprar um PF para comer em dois, mas por R$ 15 conseguir atingir a alta gastronomia é um sucesso, não?"

Por Edson Castro

Atualizado em 6 Dez 2012.