Guia da Semana

No início deste ano, o Capital Inicial fez o último show da turnê Das Kapital na cidade de São Paulo. Aos que não conseguiram garantir presença no evento, em virtude do esgotamento precoce dos ingressos, o baterista Fê Lemos conta em entrevista ao Guia da Semana o que preparou para o espetáculo com casa cheia, além de projetos para o futuro e fala até sobre Renato Russo.

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Vale lembrar que a apresentação se debruçou totalmente no repertório e estrutura do show no Rock in Rio 2011. Confira abaixo como foi o bate-papo com o baterista:

A participação no Rock in Rio 2011
"O Rock in Rio foi uma surpresa pra gente. Foi considerado o melhor show nacional, não esperávamos. Nos preparamos com muita antecedência, escolhemos o repertório, pensamos no conteúdo de imagem, assim como movimentos de palcos, além de uma iluminação que ainda não tinha sido usada no Brasil. O horário que entramos foi muito bom, entre duas bandas gringas [Stone Sour e Snow Patrol]. Enfim, foi um conjunto de fatores".

Show em São Paulo e o “bis interativo”
"Todos os elementos - cenários, luzes e vídeo - são iguais [aos do Rock in Rio]. Só que ele é um pouco maior. O do Rio teve duração de 1h e em São Paulo vai ser de 1h40, com mais músicas. Como é o ultimo show da turnê Das Kapital em São Paulo, nós vamos incluir algumas do disco, que não tocamos no Rock in Rio, e também todos os clássicos. Vai ter um bis interativo, isso é uma novidade! O público vai poder escolher a música por SMS quando entrarem no recinto".

Ingressos esgotados
"Estou surpreso e muito feliz. Os ingressos se esgotaram acho que com duas semanas de antecedência. Para um show na véspera do Carnaval, depois de um ano com centenas de atrações internacionais em São Paulo, ter esse reconhecimento e carinho do público paulistano é algo que nos deixa muito felizes, me sinto realizado. Tocar com casa lotada em fevereiro é um sonho".


Fê Lemos, baterista do Capital Inicial (Vanessa Freire)

Novo CD mais pesado
"O Capital Inicial começa a ensaiar em março, pra gravar o disco novo por volta de maio e junho e lançar o primeiro single em julho ou agosto. Mas ainda é muito cedo, ainda não entramos em estúdio. O disco vai ser um aprofundamento de Das Kapital, com essa sonoridade que conseguimos. Vai soar ainda mais pesado".

Documentário: Rock Brasília – A Era do Ouro
"O filme é fascinante. Eu sou suspeito pra dizer porque parte da minha vida foi retratada alí. O [diretor] Vladimir Carvalho fez um excelente trabalho. O filme é muito bem amarrado, não é cansativo, interessa e conta parte da história da música do Brasil, que era conhecida apenas em fragmentos. Ele [Vladimir Carvalho], conseguiu sintetizar em pouco menos de duas horas a história das principais bandas de Brasília. O filme mostra o sonho de uma geração, uma turma se tornando realidade pelos seus méritos e esforço. Ficou claro que a gente meteu as caras e acreditou em algo que ninguém mais acreditava e transformamos um país".

Fim do Aborto Elétrico, primeira banda de Renato Russo
"O Aborto Elétrico foi onde o Renato [Russo] cantou pela primeira vez e começou a transformar as ideias em música. Acho que eu e o Flavio [Lemos] demos um suporte inestimável pra ele, como baixista e baterista. O Aborto Elétrico durou o que tinha que durar. Acabou no final de 1981, quando o Renato descobriu que ele era maior que o Aborto Elétrico. Ele era maior que a estética punk da banda, o som pesado e as letras políticas. Ele já andava escrevendo músicas como "Eduardo Mônica" e "Faroeste Caboclo" e essas canções não se encaixavam no som do Aborto. Esse foi o fator determinante pra ele desistir, ou melhor, sair Aborto Elétrico".

Por Adriano Bertin

Atualizado em 10 Abr 2012.