Guia da Semana

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Você já deve ter lido ou ouvido algum economista falar sobre Tesouro Direto. Criado em 2002 pelo Tesouro Nacional, em conjunto com a BM&F Bovespa, a compra de papéis públicos é como se fosse uma formação de poupança a longo prazo, que facilita o acesso às informações sobre a administração e a estrutura da dívida pública federal brasileira.

Para se ter uma ideia, de acordo com o balanço do Tesouro Direto de maio de 2009, o número total de investidores cadastrados no fim do mês foi de quase 160 mil pessoas, o que representa um acréscimo de 33,6% em um ano. Quer saber porque tanta gente tem procurado essa forma de investimento? Segundo Rossano Oltramari, analista chefe da XP investimentos, "essa é uma ferramenta excelente no setor de renda fixa".

Para o analista, as vantagens começam pelas taxas de administração e de custódia, que são baixas, e o Imposto de Renda só é cobrado no momento de venda ou vencimento do título. "Além disso, como a taxa de juros vem caindo, quem deixou o dinheiro na poupança não tem a mesma rentabilidade de quem comprou papéis com taxa pré-fixada, por exemplo", ressalta.

Quer mais benefícios? O Tesouro Direto é o único que assegura taxa de 7% ao ano acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até 2045. E, por último, os títulos públicos são considerados de baixíssimo risco pelo mercado financeiro.

Quero comprar!

Não é difícil entender como funciona o Tesouro Direto. Com R$ 100,00 você já pode iniciar uma aplicação. O limite máximo de compra por investidor é de R$ 400 mil por mês, mas, para isso, é preciso se cadastrar em alguma das Instituições Financeiras (Agentes de Custódia) habilitadas a operar os papéis - para escolher a melhor corretora procure uma que cobre, no máximo, 0,5% de taxa de administração. Após receber a senha, é possível comprar qualquer tipo de papel pela internet. Se, por ventura, você precisar vender algum título antes do vencimento, que pode ser entre um e cinco anos, o Tesouro Nacional garante a recompra pelo valor de mercado todas as quartas-feiras.

O título mais barato custa R$ 719,52, e o mais caro, R$ 3.953,11. A quantidade mínima de compra é 20% do valor de um título. Se você quiser comprar mais cotas, deve sempre calcular em frações, como 2,0 título, isto é, o investidor pode comprar 0,2 título; 0,4 título; 0,6 título; 0,8 título; 1,2 título e assim por diante, sempre em números pares.

Rentabilidade

Na compra de títulos, você tem a possibilidade de diversificar seus investimentos. De acordo com Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, é possível obter várias rentabilidades com taxas pós-fixadas (pela taxa básica da economia-Selic), pré-fixadas e indexadas a índices de preços. "A compra de títulos é ótima para qualquer investidor, principalmente para aqueles que têm pouco dinheiro. Para quem tem muito capital, porém, as taxas se tornam baixas", ressalva.

Há diversos tipos de títulos com as rentabilidades citadas pelo professor, por isso, vale pesquisar qual se encaixa melhor a seu objetivo. Conheça mais cada um deles:


Arte: Fernando Kazuo

Atualizado em 6 Set 2011.