Guia da Semana

oto: TV Globo / Divulgação

Léo na cena em que atropela a prima Irene, em Insensato Coração

Mesmo quem não acompanha de perto as tramas noturnas na TV ouve falar que "fulano morreu" e "sicrano foi assassinado". E querendo, ou não, lê nas capas de revista das bancas e sites de notícias como será o fim de determinado personagem ou sobre a vingança que promete chocar o país. Não dá para negar, as novelas, durante os dias da semana, são como o clássico futebol de domingo na telinha. Exemplo disso, o folhetim atual das nove, Insensato Coração, na TV Globo, vem arrancando suor dos espectadores.

Isso porque o vilão Leonardo, vivido por Gabriel Braga Nunes, tem se saído um assassino de mão cheia. O cara já matou a ex-cunhada e a prima, quase executa o irmão, de quem, aliás, roubou a namorada (e se casou com ela), fez o pai perder a empresa e despertou a fúria de inocentes presos injustamente. O que irá acontecer com ele? Só os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares podem determinar.

Da mesma forma que Léo não tem a mínima pena de suas vítimas, outros grandes vilões já fizeram o público tremer ao verem as cenas de morte diante da TV. Um deles foi o misterioso Adalberto, interpretado por Cecil Thiré, na novela A Próxima Vítima. Ao todo, foram dez vítimas trágicas, em cenas épicas, que vão de atropelamento, com o clássico Opala preto do assassino, até empurrão na linha de trem, tiros e envenenamento.

Confira as sete cenas de morte que pararam o Brasil e foram sucesso de audiência na tela da TV.

O Bem Amado - Odorico Paraguaçu (1973)



Escrita por Dias Gomes, na trama, Odorico Paraguaçu é eleito prefeito da pequena Sucupira e uma de suas metas de governo é construir um cemitério na cidade. Feita a obra, o problema é encontrar um defunto para estrear seu projeto supervalorizado. Para isso, o político corrupto recorre ao matador Zeca Diabo, interpretado por Lima Duarte. Ao contrário do que ele imagina, Zeca se revolta e quem acaba estreando o empreendimento fúnebre e o próprio Odorico, morto a tiros em seu próprio gabinete. A cena da morte do prefeito é uma das mais marcantes da TV, inclusive por ser, O Bem Amado, a primeira telenovela exibida em cores.

Pecado Capital - Carlão (1975)



Mesmo produzida rapidamente para substituir a versão censurada de Roque Santeiro, a trama fez um grande sucesso no horário das oito. Escrita por Janete Clair, foi protagonizada pelo eterno galã Francisco Cuoco, que deu vida a José Carlos Moreno, o Carlão, um taxista sedutor, muito querido dos moradores da região. Noivo de Lucinha (Betty Faria), ele tem a vida transformada depois que assaltantes de um banco, em fuga, esquecem uma mala com o dinheiro roubado no banco de trás do seu táxi. Dividido entre o receio de se passar por cúmplice ou usar o dinheiro para resolver seus problemas pessoais, Carlão se afunda na ambição. No último episódio, quando resolve deixar o valor em uma obra do metrô e fazer uma denúncia anônima às autoridades, é assassinado com tiros à queima roupa e a notícia de sua morte repercute na mídia como se ele fosse membro da quadrilha que assaltou o banco.

Vale Tudo - Odete Roitman (1988)



A trama de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères parou, literalmente, o país.
Entre emboscadas e falcatruas, a novela levantou temas e discussões sobre o país e o caráter do povo brasileiro. A protagonista Raquel Accioli (Regina Duarte) é mãe da ambiciosa Maria de Fátima (Glória Pires), que busca ser rica a qualquer custo, enquanto a mãe sobe na vida de forma honesta. No enredo, Odete Roitman (Beatriz Segal) é uma poderosa empresária, que manipula a vida dos filhos e de todos a sua volta. A vilã protagoniza uma das mortes mais marcantes da TV. Assassinada com três tiros, o mistério durou 13 dias, e a pergunta "Quem matou Odete Roitman?", tomou conta do país. No último capítulo, revelou-se que ela havia sido morta, por engano, por Leila (Cássia Kiss). No dia da exibição da morte, a novela registrou 81 pontos no Ibope, com picos de 92.

Rainha da Sucata - Laurinha Figueroa (1990)



A novela de Silvio de Abreu retratou o universo dos novos-ricos e da elite decadente brasileira. As personagens Maria do Carmo (Regina Duarte), uma emergente que alcança o sucesso com uma empresa de sucata, e Laurinha Figueroa (Glória Menezes), uma socialite falida, personificaram os dois polos e protagonizaram cenas inesquecíveis. Gravada em São Paulo, teve um final cinematográfico. A vilã Laurinha mata o marido Betinho (Paulo Gracindo) após uma crise de hiperglicemia. Em seguida, se joga do último andar de um edifício na Avenida Paulista, onde sua rival tinha negócios. A vilã ainda consegue incriminar a arquirrival, arrancando um brinco de sua orelha na hora da queda.

Anos Rebeldes - Heloísa (1992)



No ramo das minisséries, escrita por Gilberto Braga e Sérgio Marques, com a colaboração de Ricardo Linhares e Ângela Carneiro, Anos Rebeldes foi inspirada nos livros 1968, O ano que não terminou, de Zuenir Ventura, e Os carbonários, de Alfredo Sirkis. O seriado se passa no Rio de Janeiro, no período de 1964 a 1979, quando o país vivia a ditadura militar. Nesse contexto, estudantes revolucionários se envolvem em embates políticos. Heloísa (Cláudia Abreu), filha de Natália (Betty Lago) e do banqueiro Fábio (José Wilker), um dos financiadores do golpe militar, é uma jovem mimada, mas, ao longo da história, rompe com os padrões tradicionais de sua família, muda completamente o visual e desperta consciência política. Quando a repressão se torna mais dura, tenta fugir do país com alguns companheiros, mas é morta a tiros, em uma cena que ficou na memória dos telespectadores.

Senhora do Destino - Nazaré (2004)



Autoria de Aguinaldo Silva, o folhetim narrou a história da nordestina Maria do Carmo (Susana Vieira), que, abandonada pelo marido com cinco filhos pequenos, pede ajuda ao irmão e vai tentar a vida no Rio de Janeiro. Ao chegar na capital, uma mulher lhe oferece ajuda. Porém, a desconhecida é Nazaré (Renata Sorrah), que desaparece com a caçula Lindalva (Carolina Dieckmann), para dar um golpe e herdar a fortuna de um rico, do qual é amante. A vilã mantém a história de que a jovem é sua filha legítima e não poupa esforços para isso. A megera ganhou repercussão nacional com seu jeito despojado e a famosa escada, da qual ela empurra suas vítimas, virou assunto nacional. Depois de muitas mortes, o fim da vilã fechou com chave de ouro o enredo. Ao ser desmascarada na frente da suposta filha, ela se joga de uma ponte, se declarando à garota.

A Favorita - Gonçalo Fontini (2008)



Uma das vilãs mais temidas pelo público, Flora (Patrícia Pillar) deu o que falar. A novela de João Emanuel Carneiro teve cenas polêmicas e não poupou nas mortes. Desde o primeiro episódio uma, em específico, deixa um mistério: quem matou o filho do empresário Gonçalo (Mauro Mendonça)? A dúvida paira entre Flora e Donatela (Cláudia Raia). Revelada a identidade da assassina, a vilã faz da vida da rival um verdadeiro drama e pretende tomar o lugar dela na família composta pelo empresário, sua esposa Irene (Glória Menezes) e neta Lara (Mariana Ximenes), filha legítima de Flora. Entre as vítimas da megera, a morte de Gonçalo deixou sua marca. A cena foi gravada no maior estilo suspense e teve direito a sangue nas paredes, luz baixa e a interpretação inquestionável de Patrícia Pillar.

Atualizado em 12 Fev 2014.