Guia da Semana

Foto:Divulgação


"Vocês estão prontos?". Sim, todos estavam prontos. Assim Beyoncé, 28 anos, começou seu show no estádio do Morumbi, sábado (6), às 22h21, sua segunda apresentação no Brasil, com a turnê I am... Tour. Cantando Deja Vu seguida por Crazy In Love, ela colocou os 60 mil presentes para dançar. Na primeira nota, só com a sombra dela no palco, senti um arrepio, e o público foi ao delírio. Não sou fã de Beyoncé, nem sei todas suas músicas de cor, mas algo naquela mulher faz você ficar extasiado.

Talvez ela não contasse com tanta gente e visivelmente emocionada, agradeceu o público. "Provavelmente essa é a maior performance da minha história", falou com os olhos marejados, tendo dificuldade de proferir as palavras.

A noite foi de divas. Antes dela, Ivete Sangalo, 37 anos, às 20h iniciou o aquecimento do público durante uma hora, cantando sucessos como Arerê, Sorte Grande, Festa e País Tropical. Nem mesmo um escorregão fez a baiana - que usava um vestido preto brilhante e meias arrastão - perder a pose. "Gente, a Madonna caiu quando se apresentou aqui, Beyoncé caiu em Florianópolis, eu cai hoje. Também sou diva!", falou sendo aplaudida pelo público.

Nem o sol e a chuva forte que aconteceu no final da tarde de sábado desanimou quem esperava tanto pelo momento. Com um colã dourado (uma das dez roupas que usou durante o show), a cantora norte-americana não economizou energia, dançou e cantou, interagindo o tempo todo com o público. Trocando por um cola branco, iniciou suas baladas românticas. Beyoncé canta Ave Maria, meio desnecessário, mas mesmo assim comovente.

Um show cheio de coreografias, cores e imagens, foi o que os presentes viram. Na música Radio, um momento fofo, o telão exibia imagens caseiras dela ainda criança. Me vi sorrindo para a menininha de cabelos desgrenhados cantando com uma voz fininha, e que em segundos ali na nossa frente se transformaria na diva pop do momento.

Aliás, eu não entendia muito bem essa coisa das pessoas a chamarem de diva, mas assistindo a performance eu só conseguia pensar em como ela era sensacional. Beyoncé é uma show woman, e das boas. Ela canta, dança, ocupa todo o enorme palco, não deixando nenhum espaço, e é simpática, extremamente simpática. Cativante mesmo.

Mas voltando ao show... Nada foi mais emocionante quando para surpresa de todos, a cantora surgiu no meio do povo, em uma passarela que saia do palco e ia até uma plataforma montada no meio da pista vip. Muitos não pensaram duas vezes e foram correndo para mais perto da plataforma. Fiquei no meu lugar, assistindo pelo telão. De lá Beyoncé comandou parte do show, e teve o momento de maior interação com o público, quando na música Say my name, perguntou o nome de um rapaz que estava bem próximo ao palco. Empolgado, ele gritou seu nome. "Samir", e ela repetiu. "E qual o meu nome?", perguntou a Samir. "Beyoncé girl", respondeu o rapaz. Pronto, daí ela inicia o hit, sucesso na época em que integrava o grupo Destiny's Child. Eu fiquei pensando no quanto àquele cara estava feliz, o quanto estava valendo a pena para ele estar ali. Fiquei feliz por ele.

Beyoncé não deixou de prestar sua homenagem ao seu ídolo Michel Jackson. Um trecho instrumental tocado por sua banda - formada só por mulheres - lembrou as músicas Billy Jean, Beat It e Smooth Criminal.

Era unânime e evidente que todos esperavam por Single Ladies. E quando o primeiro acorde da música tocou, foi o maior furor. No telão, imagens de pessoas fazendo a coreografia mais copiada dos últimos tempos passava. Nem mesmo Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e Justin Timberlake escaparam do vídeo. Depois das imagens, a morena surge no palco principal, com um colã preto e prata fazendo todo mundo dançar. "Todas as mulheres, coloquem a mão na frente do rosto", pedia ela ensinando a coreografia. Eu não consegui parar de fazer a mãozinha até o dia seguinte!

Eu não consegui dançar no ritmo dela, por mais animada que estivesse, fiquei um pouco hipnotizada. Mesmo em Single Ladies só consegui fazer a mãozinha porque ela pediu, depois ficava olhando do palco para o telão, do telão para o palco, para não perder nada. Depois de duas horas de show, Beyoncé encerra o espetáculo com Halo, e dá uma tristezinha por saber que acabou. Minha vontade era ir para casa, pegar uma roupa e voar para o Rio de Janeiro onde ela se apresentaria no dia seguinte. Assim como Beyoncé no começo do show, sai de lá meio que sem palavras. Quem é a colunista: Pamela Marul.

O que faz: Jornalista.

Pecado gastronômico: Batata-frita!

Melhor lugar do mundo: São Paulo.

O que está escutando no iPod, mp3, carro: Maria Gadú.

Fale com ela: pamelamarul @guiadasemana.com.br

Atualizado em 6 Set 2011.