Guia da Semana

De volta aos palcos e com nova roupagem, o espetáculo da Broadway Cabaret traz Claudia Raia como personagem principal, a marcante Sally Bowles. A atriz, que foi convidada para participar da primeira versão brasileira, de Jorge Takla, em 1989, não pode aceitar por estar comprometida com a novela Rainha da Sucata. Beth Goulart assumiu, então, o papel.

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O Musical

O contexto em que está inserido o espetáculo influenciou no texto forte e carregado de crítica. Berlim do período entre guerras, na década de 30, foi cenário de duas histórias de amor. A primeira é a de Sally e um escritor norte-americano que tenta ganhar a vida na Alemanha. A outra envolve um judeu e uma alemã, que têm seus destinos atravessados pela perseguição de um nazista.

A Versão Brasileira

Mais de vinte anos depois, após uma corrida pelos direitos autorais do musical e advogados nos Estados Unidos, Claudia finalmente tem a oportunidade de produzir e estrelar Cabaret. Apesar do longo caminho até aqui, ela considera o momento ideal para viver Sally, depois de grandes trabalhos como Sweet Charity, A Chorus Line, O Beijo da Mulher-Aranha e Pernas Pro Ar. E sobre a preparação ela conta: “Nunca usei esse corpo antes, nunca usei essa voz, nunca usei essa visão para fazer um personagem”. Esse é o décimo musical que protagoniza.

A atual adaptação brasileira tem a assinatura de Miguel Falabella, que apimentou e aproximou o texto de uma dramaturgia pesada e trágica, sem perder a sátira e o humor. Trouxe ainda maturidade à desvirtuada Sally, que é uma prostituta, em contraste à interpretação de Liza Minnelli na versão cinematográfica, em que atuava como uma cantora do cabaré. Sobre as canções, Claudia destaca: “As grandes versões do Miguel estão em Cabaret”. A direção do espetáculo ficou por conta de José Possi Neto.

Cenário e Figurino

Cenário e figurinos retomam formas de época e trazem uma sensualidade elegante. Mesas em cima do palco acomodam parte do público, que ajuda a construir o clima de cabaré. Nas duas escadarias laterais acontecem performances e cortinas de cristais percorrem o fundo do espaço. Quase escondida, aguçando a curiosidade da plateia, a banda de 14 músicos é regida em cena pela maestrina Beatriz de Luca.

Por Camila Boehm

Atualizado em 8 Ago 2012.