Guia da Semana

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Mais uma vez o barbeiro Fígaro, a donzela Rosina, o médico charlatão Dom Bartolo e o elegante Conde de Almaviva - personagens da clássica ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini -, voltam ao palco, mas agora apresentados pela Companhia Brasileira de Ópera. Sob o comando do maestro John Neschling e do diretor executivo José Roberto Walker, o espetáculo chega a São Paulo depois de visitar 13 cidades. Até o final de novembro, a turnê deve passar por mais duas cidades, Ribeirão Preto e Rio de Janeiro.

A estreia do mais abrangente trabalho de música erudita realizado no país nos últimos anos aconteceu em Belo Horizonte, em junho deste ano. Em São Paulo, entre 27 de outubro e 3 de novembro, serão apresentadas oito récitas adultas e duas infantis. Orçado em R$ 10,3 milhões, o projeto traz uma proposta ousada, em que as canções interagem com cenários e personagens desenhados pelo cartunista ítalo-americano Joshua Held. Para isso, a Cia. recebeu apoio do Ministério da Cultura, do Banco do Brasil e da Petrobras.

"Do ponto de vista artístico, não queremos fazer o mesmo que todo mundo faz. O espetáculo tinha que ter alguma inovação. Além disso, levaríamos uma grande produção para 15 cidades. Por conta disso, optamos fazer O Barbeiro de Sevilha por meio de uma interação entre um desenho animado e os cantores", explica José Roberto Walker. Segundo ele, como o objetivo era ter um formato leve que pudesse ser apresentado em diferentes teatros, optou-se somente pelo uso de um telão onde as cenas são projetadas.

Música e desenho animado

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Para que a projeção não interferisse no desempenho dos cantores, foi usada uma técnica em que o desenho animado acompanha a música. Assim, se o maestro reger um pouco mais rápido ou mais lento, as imagens o seguem. "Esse é o grande segredo da obra. Ninguém tinha usado esse tipo de recurso de modo que não comprometesse o espetáculo ao vivo. Os artistas não poderiam ficar condicionados ao tempo do filme. E em cada récita acontecem coisas diferentes", diz.

Essa tecnologia utilizada confere ao espetáculo uma característica mais contemporânea, uma vez que O Barbeiro de Sevilha existe há 200 anos e é uma das óperas mais populares da história. "É uma obra de grande sucesso no mundo todo e que tem partes que a maioria das pessoas conhece, como o trecho 'Fígaro, Fígaro, Fígaro'. Por isso, a gente tem obrigação de fazer algo interessante", afirma Walker. A ópera estreou em 1816, em Roma, e traz uma trama cômica em que o barbeiro Fígaro resolve ajudar o conde Almaviva a conquistar o amor de Rosina.

Projeto de peso

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Com mais de 70 pessoas na equipe, entre artistas e técnicos, a produção conta com dois elencos em revezamento, num total de 28 músicos e 24 cantores líricos. A meio-soprano Luisa Francesconi, o barítono Sebastião Teixeira e o baixo Saulo Javan fazem parte dos solistas. Além de Neschling, a companhia também tem como regentes residentes os maestros Abel Rocha e Victor Hugo Toro. A concepção cênica da ópera foi assinada pelo diretor italiano Pier Francesco Maestrini. Walter Neiva e Mauro Wrona fazem parte da montagem como diretores residentes.


Atualizado em 6 Set 2011.