Guia da Semana

Obra leiloada de Francis Bacon
Foto: Shoterby´s Image


Comprar, vender ou colecionar obras de artes têm sido uma atividade constante entre as pessoas de grande poder aquisitivo no Brasil e no mundo. No último dia 12, o quadro Seated Woman do pintor irlandês Francis Bacon foi arrematado na casa de leilões Sotheby´s, em Paris, pela quantia de 13,7 milhões de Euros, o equivalente há R$ 35,7 milhões.

No mês passado, uma outra obra também atingiu um valor polêmico durante o leilão de arte moderna e impressionista da firma britânica Christie´s, em Nova York. Figure assise, tapis rayé, pintada pelo francês Henri Matisse, em 1920, foi arrebatada por US$ 3,2 milhões, o que equivale a cerca de R$ 5,5 milhões.

Foto: Portinari/ Bolsa de Arte
do Rio de Janeiro
Obras brasileiras também têm feito sucesso no mercado internacional. De acordo com o marchand João Carlos Lopes dos Santos, os artistas Portinari e Tarsila do Amaral, por exemplo, têm sido muito bem cotados no exterior.


Todos esses episódios, porém, não significam que para adquirir uma obra de arte pela apreciação ou por investimento a pessoa tenha que gastar milhões. Muitos que se interessam pelo assunto deixam de comprar porque não sabem identificar se a obra é mesmo boa e quanto ela realmente vale. Por isso, o ideal é sempre consultar um marchand e passar a freqüentar o mercado que é composto por diversos artistas e obras, dos mais simples aos mais elaborados.

João Carlos explica que para avaliar uma obra não existe uma teoria. "É muito difícil avaliar ou detectar falsificação de um quadro ou escultura. Fazer isso exige vivência e experiência. Não tem uma fórmula. Só de olhar uma obra, um especialista sabe tudo. É instantâneo." Portanto, para aqueles que querem ingressar no mundo das artes plásticas e investir numa obra, o conselho dele é, além de procurar a assessoria de um marchand, passar a participar de leilões, vernissage, exposições, acervos e se interar do mercado de arte.

Foto: Aldemir Martins/ Bolsa de Arte
do Rio de Janeiro


Comprar e manter um acervo de obras pode vir a trazer lucro no futuro. Muitas pessoas compraram obras na década de 80 para embelezar suas paredes e mal sabem que hoje muitas delas valem muito dinheiro. Os artistas novos, chamados de emergentes, têm sido pouco procurados no mercado. A classe média que nas últimas décadas se interessava pelo trabalho desses artistas (até pelo preço acessível das obras) hoje não consome mais arte no Brasil. Para alguns especialistas o motivo é a falta de cultura, mas outros afirmam que se estivesse economicamente num bom período colocaria a mão no bolso e encheria as casas de arte.

Foto: Tomie Ohtake/ Bolsa de Arte do Rio de Janeiro


De qualquer maneira, a perspectiva é que com o desenvolvimento acelerado da economia (assim como o governo vem prometendo) o consumo no geral tende a crescer. Para João Carlos, comprar uma obra de arte não tem a ver com uma educação culta e sim com dinheiro, "O que é bom, é bom! As pessoas quando enriquecem querem sim ter um quadro lindo em suas casas e investem nisso".

Consultas:
? João Carlos Lopes dos Santos- Marchand e consultor de mercado de arte
? Bolsa de Arte do Rio de Janeiro
? Pinturabrasileira.com- Consultoria

Atualizado em 6 Set 2011.