Foto: Getty Images |
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Nasdaq caindo... A bolsa de Tóquio pela primeira vez na história em queda...
Bovespa, coitada... Nem fale. Desabou por completo...
E pela primeira vez um dos cabeças assume que estamos em crise e que provavelmente vamos sofrer com ela. Que nós iremos pagar pela crise. Provavelmente?
Oras bolas... É claro que iremos pagar... E caro.
Mas tudo bem, somos brasileiros e não desistiremos nunca. Pois para desistir, você precisa comprar um revólver, enfiar na sua testa e ter coragem de atirar. Ou ter coragem de pular do 11º andar.
O que mais me preocupa é o Ser Artista, no Brasil. Na verdade o fato de Ser Artista enaltece, enobrece, me deixa feliz. Mas como nosso governo vai cortar a grana para a cultura, essa é a parte que me toca e me preocupa. Afinal de contas essa grana para a cultura sempre foi bem baixa e quase impossível de captar.
O Ser Artista (se é que cabe a mim, dar uma breve descrição) é sempre feliz e preocupado. Vive numa linha tênue da felicidade plena e da loucura mais pura. É ser indomado por regras e padrões. É cumprir um papel de tentar dar um pouco mais de beleza a sensibilidade humana.
Mas o Ser Artista continua firme e forte. Seja com fome, seja com sede. Afinal, quando não se tem champanhe para beber, bebemos um vinho e quando não, bebemos uma cerveja ou mesmo uma pinga. E se nenhum tostão nos sobrar, bebemos água para celebrar. E lá está o Ser Artista, fazendo interpretação, música, composição, encenação ou poesia. Com a sua barriga vazia.
E quando me refiro ao Ser Artista em Sampa-Crises, falo daqueles que curtem a velha e boa boemia. Se bem que até a boemia anda com medo de sair de casa por causa da violência nas ruas. São aqueles que lutam por ideais políticos e tem um papel na sociedade. É ser político. E quando digo político, não falo de corrupção. Isto é, se for possível separar política de corrupção. Pelo menos na teoria são duas coisas distintas e não eram para ser sinônimos.
Isso ainda existe? Utopia minha?
Deve ser. Porque do que ando assistindo por aí, é que estamos cada vez mais vendidos (para não dizer mais fudidos). Acho que na época do militarismo havia mais dos Seres Artistas com gana, sede e fome, em meio à tortura e ao exílio. Mas nunca deixava de Ser Artista.
Mas agora artista pode tudo. Eu disse TUDO. Menos fazer arte. E quando fazem algo, tem que pensar de antemão se "aquilo" vai vender. E quando digo vender, é que o Ser Artista tem a mesma necessidade de comer, de dormir e de se vestir que qualquer outro.
Mesmo na terra de Sampa-Crise cinzenta, o Ser Artista vai levando, vai tentando...

Quem é o colunista: Fredericco Baggio.
O que faz: Ator e Produtor
Pecado gastronômico: Tudo que tenha café.
Melhor lugar do Brasil: São Paulo e suas noites sempre perfeitas.
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.